sexta-feira, 27 de junho de 2014

Declaração do Ministério das Relações Exteriores de Cuba sobre a Argentina


Do Granma 

O Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba tem conhecido a denuncia realizada pela presidenta da República da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, sobre as sentenças  da Suprema Corte dos Estados Unidos  e duma Corte de Apelações nesse país, contrárias não  apenas  aos interesses da nação irmã  sul-americana, senão  também  a 92% dos credores, que aceitaram reestruturar a divida.

A Argentina tem sido colocada hoje na borda duma inédita crise da divida soberana, superior mesmo à de  2001, que deixou metade dos argentinos na pobreza e uma quarta parte desempregados , como tem denunciado o governo e Congresso Nacional.

Não é a primeira vez que Cortes de países industrializados sentenciam a favor dos possuidores de “fundos abutres”. Este fenômeno foi descrito e denunciado em 1986 pelo líder  histórico da Revolução , Fidel Castro  Ruz , durante a sua batalha  contra a dívida  externa  do Terceiro Mundo . Prêmios Novel de Economia como Joseph Stiglitz e Paul Krugman, economistas como Anne Kruger, Thomas Palley e Nouriel Roubini; organismos internacionais e governos diferentes têm questionado  a conduta  especulativa  e corrupta  dos donos  dos fundos “abutres” e dos juizes estadunidenses  que colocam  os tribunais  dos Estados Unidos por cima  do Direito  Internacional  e das leis nacionais dos Estados.

O Ministério das Relações Exteriores denuncia que estamos  na presença  de uma nova  forma de agressão  contra as nações  do Sul, que  se nutre das condições  econômicas  geradas pelo endividamento  externo  e as crises do capitalismo. Vinte países têm sido vítimas deste tipo de ações, dirigidas sobretudo contra governos  progressistas, que defendem  a sua soberania, como se afirmou na recente Cúpula  do Grupo  dos 77 + China, celebrada na Bolívia.

Esta agressão contra a Argentina é também contra “Nossa América” toda, notadamente, contra os processos de integração  latino-americanos  e caribenhos.  Quando defendemos à Argentina, estamos defendendo o direito das nações do Sul ao desenvolvimento sustentável e a uma ordem econômica internacional justa.

Havana, 26 de junho de 2014.

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