quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Médicos cubanos e brasileiros formados no exterior são recepcionados com festa em Sergipe

Um total de 21 médicos trabalharão nos municípios que aderiram ao programa Mais Médicos. Desses, 10 são cubanos e 11 brasileiros formados no exterior


Por Edjane Oliveira do Brasil de Fato

Em clima de festa. Foi desta maneira que os sergipanos deram as boas-vindas aos médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior que vão participar do programa Mais Médicos em Sergipe.

O segundo grupo de profissionais que irão atuar no estado chegou no domingo (15), em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), ao aeroporto de Aracaju.

Os profissionais de Cuba, intercambistas e brasileiros formados no exterior foram recebidos por integrantes de movimentos sociais, de centrais sindicais, como Central dos Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil (CTB) e Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de sergipanos comuns que quiseram levar o seu abraço e mostrar a felicidade de receber esses profissionais que irão atuar em regiões que necessitam desse atendimento.


O deputado estadual por Sergipe João Daniel (PT) esteve presente ao ato de recepção aos médicos cubanos que aderiram ao Mais Médicos no estado, bem como à solenidade de acolhida realizada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O parlamentar classificou o programa do governo federal como muito importante para o Brasil e especialmente para os municípios do interior do estado de Sergipe. “Pois temos ainda uma grande dificuldade de termos médico morando na regiões mais distantes, nos locais mais afastados”, destacou.

Para Sergipe, um total de 21 médicos trabalharão nos municípios que aderiram ao programa Mais Médicos. Desses, 10 são cubanos e 11 brasileiros. Na segunda-feira (16), o governo do estado, através da Secretaria de Estado da Saúde fez o acolhimento e deu as boas-vindas ao grupo, em ato que aconteceu no Hotel Del Canto. Eles participarão de um treinamento que acontece a partir de terça-feira (17), sobre a Reforma Sanitária e Gerencial do Sistema Único de Saúde (SUS), a rede de serviços ofertados e os equipamentos de saúde.

Já no dia 20, os médicos se apresentarão nos municípios onde irão trabalhar. São eles: Aracaju, Arauá, Gararu, Nossa Senhora das Dores, Poço Redondo, São Cristóvão e Umbaúba. A secretária de Estado da Saúde, Joélia Silva Santos, destacou que os médicos formados em Cuba têm muita experiência em cuidar da população de um território e são preparados para dar o melhor na atenção básica.

Apoio

A vinda de médicos estrangeiros, em especial os cubanos, teve grande apoio da população sergipana, que espera que o programa Mais Médicos venha preencher uma lacuna deixada na saúde pública no que se refere ao atendimento, especialmente, nas comunidades mais carentes e distantes. Para demostrar esse apoio e esperança depositada no programa do governo federal, movimentos sociais, sindical, políticos, estudantes e sociedade em geral foram ao aeroporto recepcionar esses profissionais.

Integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Sergipe, Gislene Reis destacou que a chega dos médicos estrangeiros no Brasil e em Sergipe é muito importante.

Segundo ela, o MST faz a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), pois esse é o único “plano de saúde” de boa parte da população brasileira, como assentados e acampados. “Nós discutimos uma política de saúde popular preventiva, que é a linha de trabalho dos médicos cubanos”, disse.

Ela acrescentou que o MST de Sergipe tem um bom relacionamento, uma parceria com Cuba. Segundo Gislene Reis, há mais de dez anos turmas de estudantes indicados pelo movimento têm ido para Cuba fazer a graduação de Medicina.

“Temos vários companheiros brasileiros que se formaram em Cuba. De Sergipe já temos dois com registro no Conselho Regional de Medicina, já atuando na área. Outros três já se formaram e estão fazendo a revalidação do diploma. Essa é a importância da vinda desses médicos: termos um sistema de saúde acessível e que dê conta das demandas da sociedade”, declarou.

O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/SE), Edival Góes, afirmou que o movimento sindical avalia como importantíssimo para a saúde pública do país o programa Mais Médicos. Isso porque, destacou o sindicalista, a saúde pública vem enfrentando muitas dificuldades, principalmente a população que vive nas regiões mais carentes.

“No nosso entendimento, o programa Mais Médicos melhora um pouco o atendimento a essas pessoas e faz um debate com a sociedade em defesa da saúde pública igualitária para todos”, disse, acrescentando que a vinda desses médicos é também uma forma de discutir com a sociedade e cobrar dos gestores e profissionais um serviço de qualidade.

Boas-vindas da juventude

Representando a União Estadual dos Estudantes de Sergipe (UEES), Thiago Dhatt disse que os estudantes apoiam irrestritamente o programa do governo federal. Ele acrescentou que é de conhecimento público a deficiência com relação ao atendimento médico no país, e em Sergipe não é diferente.

“Infelizmente, não são todos que aceitam trabalhar nas localidades mais carentes e quem acaba colhendo os frutos disso é a população, que é marginalizada no sentido de atendimento de qualidade em saúde e educação”, declarou.

Ele ressaltou que embora o programa Mais Médicos seja de caráter paliativo, ele é fundamental, porque começa a diminuir essa distância discrepante no atendimento às comunidades carentes, para que tenham um atendimento digno, com qualidade, que é um direito fundamental garantido a todos os brasileiros.

“Nós apoiamos esse programa e o ato de recepção aos médicos no aeroporto foi o símbolo desse apoio. Nós estamos aqui para ajudar e enfrentar todas as adversidades que possam vir, pois acreditamos no programa”, afirmou Dhatt. (com informações da Ascom SES).

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