Em discurso nesta quarta-feira (28), o senador Humberto Costa (PT-PE) condenou, de maneira contundente, os atos de “preconceito, xenofobia e racismo” praticados por brasileiros contra médicos cubanos que chegaram ao Brasil recentemente pelo Programa Mais Médicos. Ele disse que esses atos, vistos na mídia nos últimos dias, envergonham todos os brasileiros.
O senador esclareceu que os médicos cubanos “não são desempregados”, mas sim servidores públicos do governo de Cuba, do qual recebem salários que lhes proporcionam uma vida “com dignidade”. Segundo Humberto Costa, Cuba tem um dos melhores sistemas de saúde do mundo, e a formação acadêmica naquele país dura mais tempo que no Brasil.
Humberto Costa afirmou que o Programa Mais Médicos “não é apenas a vinda de médicos estrangeiros”, mas também um plano que repensa a formação médica no país, estimula a abertura de novas faculdades de medicina e aumenta o número de vagas nas faculdade e universidades já existentes.
O programa também proporcionará, de acordo com o senador, investimentos de bilhões de reais nas áreas de atenção básica e atendimentos de média e alta complexidades.
Quanto à contratação de médicos para trabalharem nas áreas mais pobres e mais isoladas do país, Humberto Costa disse que o primeiro edital lançado pelo governo era apenas para médicos brasileiros, mas pouco mais de dois mil profissionais completaram suas inscrições.
Nas localidades onde não houver candidatos brasileiros, disse o senador, trabalharão médicos estrangeiros, provenientes de Cuba, Argentina, Espanha e outros países.
Em apartes, os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Armando Monteiro (PTB-PE), Anibal Diniz (PT-AC), Wellington Dias (PT-PI), Sérgio Souza (PMDB-PR), Eduardo Braga (PMDB-AM), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) elogiaram e apoiaram o pronunciamento do colega pernambucano, que aproveitou para conclamar as entidades médicas brasileiras a comparecer ao Congresso para debater a melhoria e a ampliação do atendimento de saúde no país.
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