quarta-feira, 13 de março de 2013

Falece em Cuba o produtor de "Morango e Chocolate"

Morte de Camilo Vives desfere duro golpe ao cinema cubano  
Fonte: PRENSA LATINA

A morte de Camilo Vives, produtor de Morango e Chocolate e outros clássicos do cinema cubano, ainda tem consternado a cineastas ibero-americanos devedores de sua peculiar visão.

O realizador cubano Manuel Pérez Paredes assegurou hoje que Vives foi imprescindível porque contribuiu a manter a flutue a realização nacional durante a crise econômica conhecida como Período Especial.

Pérez Paredes, diretor do Homem de Maisinicú, destacou de Vives sua visão do cinema como indústria que precisa ser custeavel, e como impulsionou as co-produções sem concessões artísticas.

"Camilo deixou uma impressão inapagável no cinema cubano, e foi um produtor criativo e um maestro em seu campo", declarou a Prensa Latina o também assessor artístico e documentalista.

A sua vez, o prestigioso cineasta uruguaio Walter Achurar, outro peso pesado do novo cinema latino-americano, lamentou em uma mensagem a morte de quem considerou um maestro em sua profissão.

Vinculado a uns 130 projetos fílmicos e 40 longa-metragens ao longo de seu prolífica carreira, Vives faleceu na passada segunda-feira aos 71 anos de idade, devido a uma crescente degeneração de sua saúde.

Amem de Fresa y Chocolate, único filme cubano nominada aos Prêmios Oscar, Vives produziu outros títulos imprescindíveis, como Lucia, La última cena (O último jantar), La vida es silbar (A vida é assobiar) ou Habana blues.

Ademais, exercia como professor titular no Instituto Superior de Arte de Havana, e presidiu a Junta diretiva da Federação Ibero-americana de Produtores de Cinema e Audiovisuais.

Em 2001 passou a dirigir a Produtora Internacional do Instituto Cubano da Arte e a Indústria Cinematográfica (ICAIC), desde onde impulsionou o desenvolvimento de co-produções com Europa e Latino-américa.

Em uma recente entrevista disse que "o produtor deve se sentir mais dono da obra, partir de um conhecimento e de um domínio nos que nunca tens a aposta segura, como em um jogo de póquer".

"A tarefa de um produtor em Cuba é cuidar o projeto, protegê-lo", sentenciou nessa ocasião, resumindo assim sua filosofia de trabalho e, ao mesmo tempo, de vida.

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