Por Carla Santos no Vermelho
A blogueira Yoani Sánchez gosta de repetir que o seu blog Generación não existe para ganhar dinheiro. No entanto, desde que foi fundado em 2007, o blog já arrecadou mais de 500 mil dólares apenas em prêmios oferecidos por veículos da mídia europeia, como espanhol El País, universidades americanas, como a Columbia, e fundações, como a holandesa Príncipe Claus.
Confira a tradução exclusiva do Vermelho para o vídeo produzido pelo Cuba Hoy e saiba mais.
Caso a legenda não apareça imediatamente após o início do vídeo, ative o retângulo "legendas" localizado na barra do player do vídeo.
O que a dissidente cubana não explica em suas entrevistas, desde que chegou ao Brasil, é quem está pagando o tour mundial que, em três meses, percorrerá diversos países do continente latino apenas na primeira etapa.
Diante do silêncio sobre o financiamento da campanha que Yoani promove contra o socialimo cubano, somado o amplo apoio que recebe dos países alinhados com os Estados Unidos, fica a impressão de que a liberdade de expressão que tanto defende só vale para si, enquanto que para todos os outros o que resta é o bloqueio midiático a toda e qualquer opinião contrária a de Yoani.
Bloqueio, aliás, não é uma medida de todo rejeitada pela blogueira dissidente, tanto que nesta segunda-feira (19), Yoani se negou a assinar uma declaração em que se diz contrária ao bloqueio econômico imposto a Cuba pelos Estados Unidos, bem como a favor da libertação dos cinco presos cubanos que se encontram em solo americano.
Não é de graça que após a série de manifestações, realizadas pelos movimentos de solidariedade a Cuba contra a presença de Yoani em terras brasileiras, a mídia tupiniquim subiu o tom com os ativistas, acusando-os de antidemocráticos.
Como se as sete famílias que detêm o monopólio dos meios de comunicação no Brasil se preocupassem em dar voz aos milhares de intelectuais, artistas, trabalhadores e jovens que acreditam que democracia é ter o direito de resposta às mentiras propaladas nos jornais e revistas, o direito a um serviço de telefonia e uma banda larga de qualidade para todos e o direito à regulamentação das concessões públicas de radiodifusão.
“Esta noite 200 milhões de crianças dormirão na rua. Nenhuma delas é cubana”, diz a frase mais repercutida nas redes sociais desde a chegada de Yoani ao Brasil. Talvez seja este o sentido mais radical de um país verdadeiramente democrático. Pode-se falar muitas coisas sobre Cuba, mas é inegável que poucos países no mundo garantem moradia, saúde, alimentação e educação para toda a sua população. Na verdade, o país da estátua da Liberdade está há anos luz desta conquista.
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