domingo, 17 de fevereiro de 2013

Para Y (anqui) oani Sánchez e à mentira de Obama



Guantânamo

Guantânamo
Abriremos tuas portas
Arrancaremos teu arame farpado
Derrubaremos teus muros
Destruiremos tuas grades
E o teu nome
Será pisoteado
Pelo peso da justiça
E da liberdade

Sabemos que os gritos
Dos prisioneiros
Permanecerão flutuando
Como um eco
De estrelas infinitas

Sabemos que a dor
Impregnará o silêncio
Das noites mais profundas

Sabemos que o teu nome
Insistirá
Entre escombros

Navio fantasma
No horizonte
Da memória

Acaso
O arco-íris
Alguma vez pintou
Os teus muros altos?

Acaso
A brisa do Caribe
Roçou tuas grades
Pelo menos
Um instante?

Ou acaso
O sol do crepúsculo
Alguma vez desceu
Em teus olhos
De carrasco?

Na última foto
Que tirem de Guantânamo
Caberão todos os gestos
Daqueles que no mundo
Sempre se opuseram
A este intruso
Em solo cubano

Na última foto
Que tirem de Guantânamo
Caberão todos os corpos
Torturados
Todos os dias e noites
E silêncios
Gravados nos desenhos
Das paredes úmidas
De sangue

Mas talvez
Alguma flor
Possa surgir
No teu solo ensangüentado
Quando
Algum dia
Alguém se plante
Frente ao mundo
E diga:
“Guantânamo hoje
Será derrubado”.

Carlos Pronzato (in Ode à Revolução)

Um comentário: