quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Nuestra América no Século XXI: unir para vencer


Por Maria do Carmo Luiz Caldas Leite

Aconteceu em Havana, de 28 a 30 de janeiro de 2013, a Terceira Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, evento auspiciado pela UNESCO, Organização dos Estados Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura e outros organismos, com o objetivo de discutir os dilemas globais, a mobilização para enfrentar os perigos de um confronto nuclear, as novas tecnologias da informação e seu impacto na sociedade, o papel da educação nas circunstâncias do mundo de hoje e o diálogo social por uma cultura de paz. 

Decorridos 160 anos do nascimento de José Martí – o herói nacional de Cuba -, a ética martiana, mais do que nunca, apresenta-se como imperiosa necessidade. Não apenas um país ou uma classe social estão ameaçados, mas encontra-se em jogo a existência da própria humanidade. No momento atual, em que a ciência e seu desdobramento - a tecnologia - são instrumentos das correntes hegemónicas, a busca pela produtividade, a qualquer preço, tem como consequência mais nefasta a falsa ideia de emancipação humana. Segundo Armando Hart Dávalos, um dos ideólogos da revolução cubana, “poderíamos assumir a consigna de liberdade, igualdade e fraternidade, sempre que seja para todos e represente verdadeiramente um equilíbrio, que inclua as grandes maiorias despossuídas”. 

Continuamente refletimos sobre Martí como notável pensador de Nuestra América, porém o legado fundamental do apóstolo cubano, acima de tudo, foi um novo entendimento das aspirações humanas. Daí a importância de desmistificá-lo, para que surja a figura do homem, com suas angústias, alegrias, amores e ilusões. Outro erro está em atribuir a Martí uma imagem de indecifrável, daí a necessidade de reafirmar a vigência de sua obra e retirá-lo da lenda e do mármore. 

Desde a aspiração revolucionária para salvar a humanidade, torna-se imprescindível uma política culta, guiada pela ideia martiana de “unir para vencer”, que defenda os interesses de todos, não apenas dos que buscam saciar a voracidade material das sociedades baseadas no consumo. 

Maria do Carmo Luiz Caldas Leite, membro da Associação Cultural José Martí da Baixada Santista -SP e mestre em educação.

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