segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cuba desenvolve outro medicamento para o câncer!

CIGB-300, um novo conceito na oncologia
 
Havana - Prensa Latina

O câncer, um termo sob o qual se agrupam umas 200 doenças, constitui na atualidade a primeira causa de morte em nível global, causando uns 7,7 milhões de mortes a cada ano (cerca do 13 por cento do total).

Os prognósticos a médio prazo sugerem um aumento no número de novos casos devido fundamentalmente ao envelhecimento populacional, o elevado número de fumantes - ativos e passivos- e os estilos de vida pouco saudáveis.

Para os cubanos, os tumores malignos converteram-se em uma séria ameaça, e já ocupam o segundo lugar na mortalidade do país, após as doenças cardíacas.
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De acordo com estatísticas de saúde, as principais localizações de câncer na ilha, no caso dos homens são pulmão e próstata, enquanto para a mulher destacam mama e pescoço de útero.

Como consequência deste último morrem anualmente em Cuba umas 400 mulheres, apesar de ser um dos tipos de neoplasia mais prevenível, detectável e tratável, e existir um programa nacional encaminhado ao diagnóstico precoce.

Por isso, pesquisadores cubanos se afanam na busca de um medicamento eficaz para o tratamento dos tumores cervicouterinos, algo no que trabalham há alguns anos especialistas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnología (CIGB).

Entre estes destaca um estudo que realiza uma equipe de especialistas liderado pelo Doutor em Ciências Silvio Perea Rodríguez, o qual explora a atividade antitumoral de um péptido sintético capaz de bloquear a enzima caseína kinasa duas (CK2), e provocar a morte programada das células tumorais.

Esta molécula, muito conhecida na comunidade científica, não tinha sido considerada como um objeto destacável na luta contra o câncer, no entanto temos visto que se encontra sobre-expresada ou sobreproduzida em altos níveis na maioria das modalidades desse mau, daí a relevância de sua análise, explica Perea.

CIGB-300, é o nome provisório do composto desenhado pelos especialistas, com o que se tratou já a um pequeno grupo de pacientes com resultados positivos, explicou Perea a Prensa Latina.

Esperamos em um curto prazo começar estudos de confirmação terapêutica para comprovar a eficácia do medicamento, indicado não só para câncer de útero, também em condilomas do tracto genital, asseverou o cientista.

Disse também que segundo as tendências atuais de tratamento, a molécula se combinaria com as terapias tradicionais, como as radiações e os citostáticos, acrescentou.

O CIGB-300 explora um novo conceito na oncologia, não há similares no mercado, o que constitui um desafio para a ciência cubana.

No entanto, ainda fica um longo caminho por percorrer, asseverou Perea.

A prevenção continua sendo a ferramenta mais importante na luta contra o câncer cervicouterino, relacionado com o vírus do papiloma humano (HPV), que se transmite por contato sexual, início precoce das relações sexuais, múltiplas gravidezes, o vício ao fumo e a imunossupressão.

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