sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cuba pede mobilização popular pela libertação de antiterroristas presos nos EUA


Segundo presidente do Congresso, novo pedido de habeas corpus é o último recurso judicial possível

O presidente do Congresso de Cuba, Ricardo Alarcón, voltou a pressionar nesta quinta-feira (03/05) a Justiça norte-americana para que conceda liberdade ao grupo de prisioneiros conhecido como os “Cinco Cubanos”. De acordo com o parlamentar, o pedido de habeas corpus em defesa deles que foi recentemente protocolado em uma corte de Miami é "a última possibilidade que oferece o sistema judicial norte-americano". Todos os demais recursos, segundo ele, foram “esgotados”.

Para que essa medida tenha sucesso, Alarcón convocou uma "onda solidária" internacional em favor da liberdade dos "cinco heróis" (termos como eles são conhecidos na ilha) em forma de reivindicação popular.

"Levantemos a solidariedade internacional até criarmos uma onda impossível de ser contida. Que ela derrube o muro de silêncio e o povo norte-americano exija do presidente Barack Obama fazer o que pode e o que deve ser feito: conceder a liberdade imediata e incondicional (aos prisioneiros)", declarou Alarcón.

Dois dias antes, em meio às celebrações do Dia do Trabalho (01/05), a pauta do Encontro de Solidariedade com Cuba retomou as reivindicações pela libertação e retorno dos cinco presos. Mais de mil delegados de diversas organizações sindicais e movimentos sociais assistiram ao evento.

Histórico

René González, Ramón Labañino, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Fernando González foram presos em 1998, acusados de espionagem e ataque a aviões. Em 2001, todos eles seriam todos condenados a penas que vão de 15 anos de detenção até a prisão perpétua, o que causou revolta entre organizações de direitos humanos.

González foi condenado a 15 anos, dos quais cumpriu 13 e foi liberado por bom comportamento. Os demais seguem presos, mas três das sentenças foram revisadas. A de Ramón Labañino foi comutada para 30 anos, a de Antonio Guerrero para 22 anos e a de Fernando González para pouco menos de 18 anos. Apenas a condenação de Gerardo Hernández não foi revista.

Na época, o então presidente Fidel Castro admitiu que os “cinco heróis”, como ficaram conhecidos em Cuba, trabalhavam como agentes, não espiões. Sua missão, segundo o líder, era impedir atos terroristas contra a ilha. Além disso, Fidel ressaltou que o caso não ameaçava a segurança dos EUA.

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