Fonte: Agencia Ecclesia
Papa chega à ilha 14 anos depois de João Paulo II, num momento de transformação e de melhoria nas relações Igreja-Estado
Havana, 13 Março de 2012 - Ecclesia
Bento XVI vai visitar Cuba entre 26 e 28 deste mês, 14 anos depois da primeira viagem papal à ilha, de João Paulo II, mas vai encontrar um país “diferente”, afirma Orlando Márquez, diretor da revista ‘Ciudad Nueva’, da Arquidiocese de Havana.
Bento XVI vai visitar Cuba entre 26 e 28 deste mês, 14 anos depois da primeira viagem papal à ilha, de João Paulo II, mas vai encontrar um país “diferente”, afirma Orlando Márquez, diretor da revista ‘Ciudad Nueva’, da Arquidiocese de Havana.
Este responsável fala num “contexto social e político muito singular, pode dizer-se que algo indefinido, como costumam ser os processos de transformação, e, por isso mesmo, diferente do contexto” de 1998.
“Bento XVI chega a um país que está em processo de transformação, reforma ou atualização, iniciado precisamente após uma mudança de chefe de Estado e da evidência do esgotamento do modelo do socialismo real paternalista e do beco sem saída que João Paulo II tinha conhecido tão bem”, refere Orlando Márquez, num texto publicado na página da Conferência Episcopal de Cuba (CEC).
Este responsável destaca, por outro lado, que as relações Igreja-Governo em Cuba se encontram hoje a um nível “qualitativamente superior” ao de 1998, mas alerta para os riscos que a hierarquia católica tem de enfrentar no atual processo de mudança, já sem Fidel Castro no poder.
“Perante a ausência de outras entidades, grupos ou partidos independentes podem aspirar que a Igreja se torne o catalisador de mudanças radicais em Cuba; para outros, pode tornar-se aliada natural do Governo”, observa.
Apesar de o número de católicos praticantes em Cuba ser “muito reduzido”, em relação aos católicos mexicanos ou de outras nações da América Latina, o Papa vai à ilha celebrar “com a minoria católica e a maioria devota à Virgem da Caridade”, nos 400 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora, padroeira dos cubanos.
O jornal oficial do Governo de Cuba referiu esta segunda-feira que o país receberá o Papa Bento XVI com "afeto e respeito" e pediu que a população trate amistosamente os milhares de peregrinos que chegarão à ilha nesta ocasião.
“O nosso país sentir-se-á honrado em acolher Sua Santidade com hospitalidade e mostrar-lhe o patriotismo, a cultura e a vocação solidária e humanista dos cubanos, nos quais se sustentam a história e a unidade da Nação", destaca um editorial do jornal ‘Granma’.
O periódico assinala que o Papa vai encontrar “um povo seguro nas suas convicções, nobre, instruído, sereno e organizado, que defende a verdade e escuta com respeito".
A Conferência Episcopal de Cuba convocou “toda a população” a acolher Bento XVI, que vai visitar a ilha 14 anos depois da viagem de João Paulo II ao país.
“Queremos convidar toda a população a receber o Santo Padre Bento XVI com o carinho e o entusiasmo de quem vem em nome do Senhor”, assinala uma mensagem dos bispos católicos cubanos.
Estes responsáveis sublinham que a presença do Papa vai promover “sentimentos e atitudes” de “misericórdia, gratidão e reconciliação” entre “todos os cubanos”.
OC
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