quarta-feira, 20 de setembro de 2023

ONU: Lula condena EUA e defende Cuba

Lula discursa na ONU | Foto: Presidência do Brasil 

Por Duda Blumer no Opera Mundi 

"O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo", instou o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante seu discurso na  abertura da 78ª Assembleia da ONU, nesta terça-feira (19/09). 

Em Nova Iorque, onde fica a sede da Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente brasileiro discursou contra o bloqueio que atinge a ilha há mais de 60 anos, imposto pelo governo norte-americano pelo então presidente John F. Kennedy. 

O mandatário brasileiro ainda afirmou que continua crítico "a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria".

O embargo contra Cuba é um conjunto de leis que impedem o governo cubano de comercializar com empresários estadunidenses, impõe barreiras de crédito e sanções a bancos ou países que decidam realizar transações econômicas com a ilha.

Na Assembleia Geral da ONU do último ano, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, denunciou o bloqueio econômico norte-americano contra a ilha, afirmando que o cerco é um "ato de guerra econômica em tempos de paz".

Na ocasião, Rodríguez reafirmou que os Estados Unidos seguem com o bloqueio econômico mesmo após a Assembleia Geral da ONU votar anualmente pelo fim do cerco imposto em 1962. 

Segundo o chanceler, os norte-americanos "continuam ignorando a demanda quase unânime da comunidade internacional para que cesse sua política ilegal e cruel". 
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Díaz-Canel: colonialismo moderno e fim do bloqueio contra Cuba

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, em nome do grupo G77 e da China, exigiu uma transformação profunda da atual arquitetura financeira internacional e o fim das medidas coercivas unilaterais, durante o seu discurso na ONU. 


O líder classificou a arquitetura financeira internacional como injusta “porque foi concebida para lucrar com as reservas do Sul, perpetuar um sistema de dominação que aumenta o subdesenvolvimento e reproduzir um modelo de colonialismo moderno”.
Presidente de Cuba discursa na ONU | Foto: Presidência de Cuba
O presidente exigiu ainda a recapitalização dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento e uma revisão no papel das agências de crédito.

“Enquanto os países mais ricos não cumprem o seu compromisso de atribuir pelo menos 0,7% do seu Produto Interno Bruto à Ajuda Oficial ao Desenvolvimento, as nações do Sul têm de gastar até 14% do seu rendimento para pagar os juros associados à dívida externa" notou. 

Dentro de suas sugestões de reforma, propôs incluir cláusulas para proporcionar alívio e reestruturação para países que sejam afetados por catástrofes naturais, por exemplo.  

Nesta linha, denunciou que embora Cuba não seja o primeiro Estado soberano que sofre com medidas coercivas unilaterais pelo governo dos Estados Unidos, é o país que sofre com tais medidas há mais tempo, desde 1962. 

Da mesma forma, rejeitou os bloqueios impostos a demais países, como Zimbabué, Síria, Irã e Coreia do norte, além de reiterar sua solidariedade com a causa do povo palestiniano.

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