Fidel Castro retoma "Reflexões" para criticar discurso de Obama na ONU
(logo versão traduzida no Solidários)
Fonte: ANGOLA PRESS
Havana - O ex-presidente de Cuba Fidel Castro retomou nesta segunda-feira a publicação de suas "Reflexões" com um artigo dedicado a criticar o discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Assembleia Geral da ONU.
"Chávez, Evo e Obama" é o título da primeira parte de um artigo de Fidel divulgado nesta segunda pelos meios de comunicação cubanos, todos oficiais, após o líder da revolução cubana, que em agosto fez 85 anos e se afastou do poder em 2006 por uma grave doença, passar quase três meses sem escrever.
No artigo, Fidel Castro elogia o discurso do presidente da Bolívia, Evo Morales, na Assembleia Geral da ONU, e a mensagem de seu aliado venezuelano, Hugo Chávez, que não participou da reunião por estar a fazer tratamento de quimioterapia contra o cancro.
Mas a maior parte do longo artigo reproduz partes do discurso de Obama para fazer comentários em tom crítico, além de publicar as críticas que Chávez fez ao pronunciamento do presidente dos Estados Unidos.
Entre os comentários, o ex-líder cubano atribui aos Estados Unidos e a seus aliados da Otan o "monstruoso crime" e "genocídio" cometidos na Líbia, e alerta que "a agressividade ianque" pode provocar um "massacre ainda maior" na Síria.
Sobre a questão palestina, Fidel Castro condena que Obama tente "justificar o inexplicável e o injustificável", e afirma que tanto os palestinos quanto os israelitas" estão sofrendo as consequências das políticas impostas pelos Estados Unidos e os elementos mais reacionários de Israel".
Em sua análise, Fidel Castro também questiona se existe "maior terrorismo do que a política agressiva e combativa de um país (referindo-se aos EUA) cujo arsenal de armas nucleares poderia destruir várias vezes a vida humana no planeta".
O ex-governante cubano acredita, no entanto, que "apesar do monopólio vergonhoso dos meios de comunicação de massa e dos métodos fascistas dos Estados Unidos e seus aliados para confundir e enganar a opinião mundial, a resistência dos povos cresce, e isso pode ser observado nos debates" realizados na ONU.
O artigo desta segunda-feira é o primeiro que Fidel Castro publica desde 3 de julho, quando dedicou uma "Reflexão" a Hugo Chávez, que dias antes tinha informado a retirada de um tumor cancerígeno.
O silêncio de Fidel Castro, cuja última aparição em público foi em abril, no encerramento do VI Congresso do Partido Comunista cubano, aumentou os rumores sobre seu estado de saúde.
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