Fonte: TERRA
O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou em um novo artigo divulgado nesta quinta-feira que "muitas coisas mudarão em Cuba", mas sem a interferência dos Estados Unidos, que talvez tenham seu "império" derrubado antes.
"Muitas coisas mudarão em Cuba, mas mudarão por nosso esforço, e apesar dos Estados Unidos. Talvez esse império seja derrubado antes", escreveu Fidel Castro em resposta ao presidente americano, Barack Obama, que nesta quarta-feira afirmou que "é o momento para que aconteça algo em Cuba", visto que em países do Oriente Médio surgiram movimentos rumo à democratização.
Segundo Obama, os EUA não viram por enquanto "um genuíno espírito de transformação dentro de Cuba" que justifique a eliminação do embargo, e acrescentou que "se o governo cubano adotar medidas em direção à democracia e o respeito aos direitos humanos", seu país estará aberto a uma "nova relação".
"Que simpático! Que inteligente! Tanta bondade não o permitiu compreender ainda que 50 anos de bloqueio e de crimes contra nossa pátria não puderam dobrar nosso povo", ironizou Fidel Castro na última de suas "Reflexões", intitulada "A vergonha supervisionada de Obama".
Nesse artigo, Fidel manifesta sua indignação pela decisão dos EUA com relação a René González, um dos cinco agentes cubanos presos no país por espionagem que sairá da prisão em 7 de outubro após cumprir 13 anos de condenação, mas que não poderá retornar à ilha por ter de cumprir mais três anos de liberdade supervisionada em território americano.
"Depois de 13 anos de cruel e desmerecida prisão, o governo dos Estados Unidos - que engendrou monstros como Posada Carriles e Orlando Bosch - obriga René a permanecer nessa nação, onde ficará à mercê de assassinos impunes durante três longos anos", critica.
René González foi detido na Flórida em 12 de setembro de 1998 junto com Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González e Ramón Labañino.
Em um julgamento realizado em Miami em 2001, os cinco foram declarados culpados de conspirar contra a segurança nacional americana como parte de uma rede de espionagem denominada "Avispa", e condenados a penas que vão de 15 anos de detenção a prisão perpétua.
As autoridades cubanas admitem que os cinco homens, considerados heróis pelo governo, eram seus agentes, mas afirmam que buscavam impedir atos terroristas contra Cuba e não representavam uma ameaça para a segurança dos EUA.
O novo artigo de Fidel Castro reproduzido nesta quinta-feira pela imprensa cubana é o terceiro que publica em menos de uma semana após uma interrupção de quase três meses que deu origem a rumores sobre seu estado de saúde.
*em breve a Reflexão completa no Solidários.
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