sexta-feira, 17 de junho de 2011

Balé de Cuba inicia turnê brasileira com ingressos populares e gratuitos

Balé Nacional de Cuba | Foto: UFBA

Renomado pelas produções de repertório de grandes clássicos da dança, o Ballet Nacional de Cuba presenteia o público e inova com a apresentação de um espetáculo inédito baseado em uma história da lenda Guarani. Criado a partir do intercâmbio cultural do país com o Brasil, “A Lenda da Água Grande” tem coordenação de Alicia Alonso, diretora e primeira dama do Ballet Nacional de Cuba.

Hoje com 90 anos, ela é considerada uma das personagens mais relevantes da história da dança e do balé clássico mundial. Devido à idade avançada e a perda da visão, Alicia confiou a coreografia do espetáculo ao premiado Eduardo Blanco.

Para contar a história do surgimento das Cataratas do Iguaçu, que significa água grande, Eduardo Blanco cria a cena da lenda através do amor impossível entre o guerreiro Tarobá e a bela Naipi, que está predestinada a ser uma oferenda viva para Mboi Tu'i, monstro lendário.

Utilizando as referências que pesquisou em sua expedição cultural por Fóz do Iguaçu, na tríplice fronteira, Brasil/ Paraguai/ Argentina, o coreógrafo conseguiu retratar também os costumes da antiga e lendária civilização Guarani e da tribo dos Caingangues.

O resultado é uma apresentação com cenografia, balé, figurino e trilha sonora lapidados com alto nível de rigor técnico e estética que transita entre o tradicional e o contemporâneo.

“A Lenda da Água Grande” chegará ao país pela Cooperativa Cultural Brasileira, em uma iniciativa de sua atual presidente, Marília de Lima, e com apoio do Ministério da Cultura. Além de reafirmar a importância do Acordo de Cooperação Cultural e Educacional firmado em 1988 entre Brasil e Cuba, um dos objetivos é democratizar o acesso ao espetáculo com a realização de apresentações com ingressos gratuitos e outros a preços populares que variam de R$15,00 a R$30,00 reais.

“Quando concebemos o projeto e a vinda do Ballet para o Brasil, a ideia da popularização da dança clássica foi imediata. Acredito que a importância dessa companhia e ainda o fato de termos uma montagem inspirada no Brasil, justifica a democratização do acesso ao espetáculo. Desejamos com isso o aumento de novos expectadores nas platéias da dança.”, afirma Marília de Lima.

A turnê mundial, que estréia no Brasil, acontece entre os dias 19 e 30 de julho. Será realizada em Brasília, depois segue para Salvador e encerra em São Paulo. Futuramente ganha continuidade em outros países, como o Canadá, que já mostrou interesse em receber a montagem pelo ineditismo da proposta.

“O espetáculo foi apresentado em maio de 2010 em Cuba e obteve ótima receptividade. Foi um olhar de Cuba sobre uma lenda brasileira, algo muito diferente do que o Ballet costuma apresentar. O sentimento é de renovação. Alicia Alonso, mais uma vez, demonstrou ser uma mulher extraordinária,” – conclui Marília de Lima.

Além das dez apresentações previstas, acontecerá uma rodada de debates, uma em cada capital, como programação paralela, que visa discutir o mundo da dança e seus profissionais.

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