AGORA COM A REFLEXÃO DO COMPANHEIRO FIDEL, AO FINAL
Fidel Castro se afasta de Gaddafi, a quem acusa de ter confiado na OTAN
Fidel Castro se afasta de Gaddafi, a quem acusa de ter confiado na OTAN
Fonte: CORREIO DO BRASIL
O líder comunista Fidel Castro publicou, na edição deste domingo do diário cubano La Jornada, uma nova Reflexão intitulada Os terremotos. Ele se referia ao tsunami no Japão e à revolução na Líbia. Sobre o país do regime de Muammar Gaddafi, Fidel afirma:
“Não tenho dúvida alguma de que Gaddafi e o regime líbio cometeram um erro ao confiar em Bush e na OTAN. Tampouco duvido das intenções dos EUA e da OTAN de intervir na Líbia e abortar a onda revolucionária que sacode o mundo árabe. Os povos que se opõem à intenção da OTAN e defendem a ideia de uma solução política, sem a intervenção estrangeira, estão convictos de que os patriotas líbios defenderão sua pátria até o último alento”.
Na mensagem, Fidel Castro conclama os líbios a se unirem como nação contra os possíveis invasores, e critica Gaddafi, o que coloca o regime cubano ainda mais distante do ditador líbio, pois este não perdoará que o ex-dirigente de Cuba tenha dito, publicamente, ter-se equivocado com o militar norte-africano. Fidel também alerta para as intenções da organização militar do Atlântico Norte de instrumentalizar uma invasão de caráter regional, pronta a sufocar ‘a onda revolucionária’. Uma ação militar na Líbia, segundo Fidel, seria ‘um terremoto de caráter político’.
‘Corre-corre’
Fidel, ainda no artigo, relata que “um grande corre-corre se armou no Senado dos Estados Unidos quando James Clapper, chefe da Direção Nacional de Inteligência (DNI) afirmou na Comissão de Defesa: ‘Não creio que Gaddafi tenha intenção alguma de deixar o poder. Segundo todas as evidência de que dispomos, parece que está começando um processo de longa duração”.
Fidel acrescenta que o dirigente norte-americano havia descoberto que Gaddafi conta com brigadas que lhe são “muito leais”, e assinala que a estrutura da defesa antiaérea líbia no solo, com seus radares e seus mísseis antiaéreos, é significante. “É a mais importante do Oriente Médio depois da do Egito”, informou Clapper frente aos senadores. Clapper também constatou que os ataques aéreos do exército fiel a Gaddafi tem mirado principalmente em edifícios e infraestrutura, mais do que na intenção de causar baixas entre a população.
Segundo Fidel, “o tentente-general Ronald Burgess, diretor da Agência de Inteligência e Defesa, na mesma audiência no Senado, disse: ‘Gaddafi parece que vai seguir no poder, a menos que outra dinâmica altere o momento atual. A oportunidade que os rebeldes haviam conseguido no começo do levante popular está começando a mudar’, assegurou”
Reflexões de Fidel
Os dois terremotos
Os dois terremotos
• Um forte terremoto de magnitude 8,9 estremeceu hoje o Japão. O mais preocupante é que as primeiras notícias falavam de milhares de mortos e desaparecidos, números realmente inusitados em um país desenvolvido, onde tudo se constrói à prova de terremotos. Inclusive, falava-se de um reator nuclear fora de controle. Horas depois, se informou que as quatro usinas nucleares próximas da região mais afetada estavam sob controle. Informava-se igualmente sobre um tsunami de dez metros de altura, que provocou alerta de maremoto em todo o Pacífico.
O sismo se originou a 24,4 quilômetros de profundidade e a 100 quilômetros da costa. Caso se tivesse produzido a menos profundidade e distância, as consequências teriam sido mais graves.
O sismo se originou a 24,4 quilômetros de profundidade e a 100 quilômetros da costa. Caso se tivesse produzido a menos profundidade e distância, as consequências teriam sido mais graves.
Houve deslocamento do eixo do planeta. Foi o terceiro fenômeno de grande intensidade em menos de dois anos: Haiti, Chile e Japão. Não se pode culpar o homem por tais tragédias. Cada país, seguramente, fará o que estiver a seu alcance para ajudar esse povo laborioso que foi o primeiro a sofrer um desnecessário e desumano ataque nuclear.
Segundo o Colégio Oficial de Geólogos da Espanha, a energia liberada pelo abalo sísmico equivale a 200 milhões de toneladas de dinamite.
Uma informação de última hora, transmitida pela AFP, expressa que a companhia elétrica japonesa Tokyo Electric Power comunicou : "De acordo com as instruções governamentais, liberamos parte do vapor que contém substâncias radiativas…" "Acompanhamos a situação. Até o momento não há problema…"
Segundo o Colégio Oficial de Geólogos da Espanha, a energia liberada pelo abalo sísmico equivale a 200 milhões de toneladas de dinamite.
Uma informação de última hora, transmitida pela AFP, expressa que a companhia elétrica japonesa Tokyo Electric Power comunicou : "De acordo com as instruções governamentais, liberamos parte do vapor que contém substâncias radiativas…" "Acompanhamos a situação. Até o momento não há problema…"
"Também se assinalavam desarranjos relacionados com o resfriamento em três reatores de uma segunda usina próxima, Fukushima 2".
"O governo ordenou a evacuação das regiões circundantes, em um raio de 10 quilômetros, no caso da primeira usina; e de 3 quilômetros no caso da segunda."
Outro terremoto, de caráter político, potencialmente mais grave, é o que tem lugar em torno da Líbia, e afeta de um modo ou outro todos os países.
O drama que vive esse país está em pleno auge, e seu desenlace ainda é incerto.
Ontem aconteceu um grande corre-corre no Senado dos Estados Unidos quando o diretor nacional de Inteligência, James Clapper, afirmou no Comitê de Serviços Armados: "Não creio que Kadafi tenha alguma intenção de ir-se embora. Pelas evidências de que dispomos, parece que se está instalando um processo de longa duração."
Acrescentou que Kadafi conta com duas brigadas que "são muito leais" . Assinalou que "os ataques aéreos do exército fiel a Kadafi destruíram ‘principalmente’ edifícios e a infraestrutura, mais do que causar baixas entre a população".
O tenente-general Ronald Burgess, diretor da Agência de Inteligência de Defesa, na mesma audiência ante o Senado disse: "Parece que Kadafi ‘vai seguir no poder, a menos que outra dinâmica mude o momento atual’."
"A oportunidade que os rebeldes tiveram no começo do levantamento popular ‘começou a mudar’", assegurou.
"Não tenho nenhuma dúvida de que Kadafi e a direção líbia cometeram um erro ao confiarem em Bush e na Otan, como se pode deduzir do que escrevi na Reflexão do dia 9".
"Tampouco duvido das intenções dos Estados Unidos e da Otan de intervierem militarmente na Líbia e abortarem a onda revolucionária que estremece o mundo árabe".
"Os povos que se opõem à intervenção da Otan e defendem a ideia de uma solução política sem intervenção estrangeira, têm a convicção de que os patriotas líbios defenderão sua Pátria até o último alento".
Fidel Castro Ruz
11 de março de 2011
22h12 •
Outro terremoto, de caráter político, potencialmente mais grave, é o que tem lugar em torno da Líbia, e afeta de um modo ou outro todos os países.
O drama que vive esse país está em pleno auge, e seu desenlace ainda é incerto.
Ontem aconteceu um grande corre-corre no Senado dos Estados Unidos quando o diretor nacional de Inteligência, James Clapper, afirmou no Comitê de Serviços Armados: "Não creio que Kadafi tenha alguma intenção de ir-se embora. Pelas evidências de que dispomos, parece que se está instalando um processo de longa duração."
Acrescentou que Kadafi conta com duas brigadas que "são muito leais" . Assinalou que "os ataques aéreos do exército fiel a Kadafi destruíram ‘principalmente’ edifícios e a infraestrutura, mais do que causar baixas entre a população".
O tenente-general Ronald Burgess, diretor da Agência de Inteligência de Defesa, na mesma audiência ante o Senado disse: "Parece que Kadafi ‘vai seguir no poder, a menos que outra dinâmica mude o momento atual’."
"A oportunidade que os rebeldes tiveram no começo do levantamento popular ‘começou a mudar’", assegurou.
"Não tenho nenhuma dúvida de que Kadafi e a direção líbia cometeram um erro ao confiarem em Bush e na Otan, como se pode deduzir do que escrevi na Reflexão do dia 9".
"Tampouco duvido das intenções dos Estados Unidos e da Otan de intervierem militarmente na Líbia e abortarem a onda revolucionária que estremece o mundo árabe".
"Os povos que se opõem à intervenção da Otan e defendem a ideia de uma solução política sem intervenção estrangeira, têm a convicção de que os patriotas líbios defenderão sua Pátria até o último alento".
Fidel Castro Ruz
11 de março de 2011
22h12 •
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