No último domingo de abril (30), o Partido da Causa Operária (PCO) organizou, em conjunto com o consulado cubano em São Paulo, um evento cultural contra o bloqueio que os Estados Unidos impõem sobre Cuba.
"Estamos realizando um evento muito importante, reunindo mais de 200 pessoas no CCBP, que faz parte de uma iniciativa que estamos promovendo ao longo dos próximos meses: todo final de mês, realizaremos atos e atividades culturais em solidariedade a luta do povo cubano contra o criminoso bloqueio promovido pelos Estados Unidos. Tivemos a presença do Cônsul cubano em São Paulo e de entidades de luta contra o bloqueio aqui no Brasil, e a atividade está sendo coberta de sucesso, com milhares de pessoas também acompanhando na Internet, pela Causa Operária TV [COTV]. Nesse dia, também celebramos o fato de que uma delegação nossa, do PCO, está em Cuba para participar do Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora.", disse Antônio Carlos, membro da Executiva Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), à equipe do Diário Causa Operária (DCO).
O evento ocorreu no Centro Cultural Benjamin Péret, na Rua Conselheiro Crispiniano n° 73, na República, a partir das 11h, e contou com a participação de centenas de pessoas.
“Foi um evento muito bom, mais de 150 pessoas estiveram presentes, e é o primeiro de muitos que faremos em solidariedade ao povo cubano aqui em São Paulo. [Vamos] Mobilizar e conscientizar a população brasileira para o sofrimento que o povo cubano está passando com esse bloqueio feroz, monstruoso que o imperialismo impôs sobre uma ilha que mal tem como se defender, mas que resiste bravamente e que está aguentando a mais de 60 anos, mostrando o verdadeiro significado de humanidade”, afirmou Henrique Simonard, membro do Comitê Central Nacional do PCO e da organização do evento.
O dia começou com um debate acerca da importância do assalto ao quartel de La Moncada para a Revolução Cubana, e contou com a presença, além de militantes do PCO e de organizações de solidariedade a Cuba no Brasil, de Pedro Monzón, Cônsul-geral de Cuba em São Paulo.
Vitor Pereira, representante do coletivo Jornalistas Amigos de Cuba, iniciou a sua fala relembrando o embate que militantes de esquerda, sobretudo, do PCO, tiveram com fascistas que tentaram invadir o consulado de Cuba em São Paulo. Destacou, também, a atuação de seu coletivo na imprensa e, então, denunciou o bloqueio contra Cuba:
"O bloqueio é uma guerra, é uma forma de guerra. Essa forma de guerra provoca inúmeros danos ao país: econômicos, sociais, culturais, emocionais. São de toda a forma. E qual o objetivo dessa guerra? Sufocar. Sufocar a população a um ponto que você tem restrições para se alimentar, para medicamentos, para se vestir, para manter o alimento dentro da sua casa por prolemas de fornecimento de energia. É um terrorismo, um terror constante. É uma guerra que não tem um minuto de sossego", afirmou.
Todavia, Vitor relembra que, independente de tudo isso, o povo cubano segue vitorioso, segue resistindo à investida genocida do imperialismo contra Cuba. "Essa guerra está aí há décadas, mas ela não conseguiu dobrar o povo cubano", disse.
A Associação José Martí da Baixada Santista também esteve presente no evento. Lina Noronha, representante do grupo, contou um pouco da história da região e do bloqueio contra Cuba, desmascarando a propaganda imperialista contra o regime popular cubano. "É muito importante que a gente fale a verdade sobre o bloqueio, sobre a situação de Cuba, e que conte isso sempre para as pessoas", disse.
Antônio Carlos, citado anteriormente, também participou do debate, saudando o evento em questão e direcionando a luta futura contra o bloqueio a Cuba.
"Os inimigos de Cuba são os inimigos dos povos oprimidos de todo o mundo. Precisamos, por meio de iniciativas como essa, de boletins, de jornais, de programas, mostrar para a classe trabalhadora e a juventude que a luta de Cuba é a luta do povo oprimido de todo o mundo. […] Devemos formar a nossa juventude, formar os trabalhadores de maneira oposta à política de conciliação com o imperialismo, oposta à política de que o governo Biden, um governo genocida que leva adiante a guerra contra a Rússia, que sustenta a guerra sem tréguas contra o povo palestino, é um governo aliado à democracia, aos interesses da humanidade", disse o dirigente nacional do PCO, finalizando a sua fala citando o famoso discurso de Che Guevara na Organização das Nações Unidas (ONU).
Após a fala de Antônio Carlos, a companheira Carmen Diniz, do Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba, informou que Aleida Guevara, uma das filhas de Che Guevara, enviou uma mensagem saudando o Domingo Cultural, que pode ser vista na transmissão referenciada logo abaixo.
Por fim, Pedro Monzón finalizou o debate com uma emocionante e contundente fala acerca do criminoso bloqueio imperialista contra Cuba e a importância do assalto ao quartel Moncada.
Este Diário recomenda aos seus leitores que confiram a fala do cônsul na íntegra, transmitida ao vivo pela COTV. Confira:
Em seguida, os companheiros partiram para o almoço, às 13h30. O prato da vez foi um tradicional arroz con pollo cubano, um dos mais populares da cultura da ilha, que encantou todos os presentes.
Então, Pedro Monzón concedeu uma declaração exclusiva ao DCO, que pode ser lida abaixo:
"Estou muito feliz. Muito feliz de ter participado desse evento magnífico, organizado pelo Partido da Causa Operária [PCO], que sempre foi muito solidário com Cuba. Isso nós reconhecemos, é sabido em Cuba. Ademais, participamos de uma mesa onde foram ditas coisas muito interessantes sobre Cuba. Todos os membros são conhecedores do país e o auditório, um auditório muito disciplinado, muito atento. Fizeram pergunta muito interessantes. Cuba precisa de apoio contra o bloqueio e acredito que esse evento cumpriu essa tarefa", afirmou Pedro Monzón, Cônsul-geral de Cuba em São Paulo, com exclusividade ao Diário Causa Operária.
Depois, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do PCO, apresentou uma palestra sobre a importância da Revolução Cubana para a luta dos oprimidos na América Latina e no mundo. O dirigente trotskista destacou que o processo revolucionário cubano foi essencial não só para deixar claro que o imperialismo não é, de forma alguma, uma força política democrática, como também para inspirar e educar uma nova geração de militantes revolucionários em todo o mundo. "É um tema fundamental para a educação dos revolucionários nos dias de hoje", disse Rui.
A palestra de Pimenta também pode ser vista na íntegra logo abaixo:
Em seguida, Rui destacou, ao DCO, a importância do evento:
"Estamos iniciando um processo que a gente espera que se transforme num movimento amplo de solidariedade a Cuba. Porque a situação lá é uma situação bastante difícil, e não será resolvida sem uma intensa e ativa solidariedade internacional", afirmou.
Logo depois, foi feita a exibição do curta-metragem “Gota d’água”, que conta a história de uma das centenas de crianças afetadas diretamente pelo bloqueio americano contra Cuba.
Por fim, os companheiros puderam assistir a uma apresentação musical encabeçada por Francisco Muniz, no piano, e Beatriz Melo, na voz.
Toda solidariedade a Cuba!
Cabe ressaltar que o evento em questão foi o segundo deste ano organizado pelo PCO em solidariedade a Cuba contra o bloqueio imperialista. O primeiro ocorreu em Brasília, no final de março, e contou com a participação do embaixador cubano no Brasil, Adolfo Curbelo, que concedeu uma entrevista ao DCO na ocasião. Confira a cobertura do evento aqui.
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