sábado, 20 de março de 2010

Cuba, a especialista em vidas

Cubanos montam hospital de campanha no Chile | Foto: Diário El Pulso

Por Tomás Borges na Rádio Primeirisima 

Um punhado de capangas ideológicos, liderados pelo famoso escritor Mario Vargas Llosa - especialista em meias verdades e mentiras inteiras - dizem em uma inacreditável declaração: "Orlando Zapata Tamayo foi injustamente preso e brutalmente torturado" e o Parlamento Europeu "condena firmemente a morte cruel e evitável de um dissidente político", que morreu denunciando "a falta de direitos humanos e democracia em seu país".

Contudo, no Chile, 70 médicos cubanos instalados nas zonas de desastre, em dois hospitais de campanha, têm tratado, até agora, de milhares de feridos do terremoto. Aqueles que berram contra Cuba não dizem nada sobre esta generosidade extraordinária.

Centenas de médicos cubanos prestam serviços no Haiti. Milhares de voluntários da Ilha do Caribe recorrem o mundo para aliviar a dor e tristeza. Tais façanhas provêm de um país cercado por ódio e bloqueio econômico e onde, por isso mesmo, não há abundância. Em vários lugares da Terra - incluindo a Nicarágua - centenas de cubanos morreram para proteger homens, mulheres e crianças.

É preciso estar embrutecido para não reconhecer que a revolução cubana e seus dirigentes se especializaram nisso: salvar vidas.

Assim, como os líderes de países - como os EUA, Israel e Grã-Bretanha se especializaram em eliminar seres humanos - em Cuba se dedicam a salvá-los. Ali a luta pela vida é indiscutível.

O Parlamento Europeu - surdo desde o nascimento e com avançado mal de catarata - não vê ou ouve esta verdade, como viu, a duras penas, os crimes em Gaza e não ouviu os gritos das crianças feridas pelos sionistas.

A maioria desses estudiosos costura a boca para não falar do milhão - não um, um milhão - de mortos no Iraque.

O cinismo se transforma em hemorragia quando se exige respeito - que se outorgou - a um delinquente, enquanto se fazem de idiotas frente ao bloqueio contra milhões. Dá náusea.

Foi lamentável o falecimento, como qualquer morte em circunstâncias semelhantes, do preso comum Orlando Zapata, convertido pela magia da manipulação em "preso político".

Não tenho dúvidas de que foi feito tudo o possível para evitar o desfecho fatal, de acordo com a vocação de Cuba. Zapata, como resultado da fraqueza causada pelo jejum, sofreu uma pneumonia fatal.

Conheço alguns dos líderes de Cuba, em especial Fidel. Conversei particularmente com eles, por longas horas, e sai sempre convencido de sua honestidade e grandeza ilimitada.

Em Cuba, jamais se maltratou prisioneiros. Eu verifiquei em inúmeras visitas a este país, quando eu era ministro do Interior, o que me permitiu - e permite - apontá-los como um exemplo para os meus colegas na Nicarágua.

Eles nunca jogaram uma bomba de gás lacrimogêneo, não dispararam - como fazem em muitos países - contra os manifestantes.

Nunca foi dito pelos inimigos - seria um prazer para eles - que houve algum desaparecido nessa terra da generosidade.

Não exportam, nem utilizam, instrumentos de tortura, como fazem alguns países europeus - República Tcheca, Alemanha e Hungria - ou como utilizam nove países do continente, que aplicam tais instrumentos para interrogar prisioneiros.

Se alguém duvida, consulte a Internet.

Agora o capanga ideológico está feliz com transbordamento da morbidade midiática. Esta campanha fere a dignidade. É, definitivamente, repulsiva.

Felizmente, como esperava a decência humana, um número substancial de intelectuais, líderes políticos, governantes, acadêmicos e as pessoas humildes das ruas estreitas, estão levantando os punhos em defesa de Cuba e seus limpos estandartes.

Tomás Borges é político, escritor e ex-ministro da Nicarágua. 

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