Logicamente, ele, com o seu rigor e força coercitiva, estorvava aos que como Marx, Lenine e outros teóricos viam nele um instrumento dos exploradores para impor o odioso sistema capitalista, e conceberam a ideia de torná-lo num instrumento da Revolução na etapa de transição rumo a uma sociedade totalmente nova.
Colonialistas, capitalistas e imperialistas criaram os seus códigos de conduta e impuseram os seus valores. Falam de liberdade, democracia, direitos humanos, etc. Nos Estados Unidos, após sua fundação, milhões de seres humanos continuaram trabalhando como escravos, aos quais o criador não tinha concebido nenhum direito como estipulava a Declaração de Philadelphia. Durante quase 100 anos foram mercadorias que eram compradas e vendidas no mercado, e durante outros 100 anos depois da guerra civil, sofreram atroz discriminação e marginalização. Hoje ainda constituem junto dos indígenas, e dos latino-americanos, os cidadãos mais pobres que enchem os cárceres estadunidenses e realizam os trabalhos mais duros e pior remunerados.
Não é mencionado o facto de que milhares de milhões de pessoas no mundo sofrem ignorância, desemprego, subdesemprego, doenças que reduzem as suas vidas a dois terços ou à metade, e às vezes menos, do que a que desfrutam os países ricos.
Aos velhos problemas são acrescentados nomeadamente: o tráfico de drogas, o crime organizado, o roubo de cérebros e a emigração ilegal. Até as mentes dos seres humanos tentam submetê-las através da mídia e das técnicas mais modernas da chamada indústria do lazer.
Sobre que é sustentada essa ordem? Sobre a riqueza e a força. Para isso dispõem de todo o dinheiro do mundo e dos meios militares mais sofisticados. Além disso são os grandes produtores e exportadores de armas que não implicam ameaça alguma para a sua hegemonia mundial, mas alimentam as guerras locais, os lucros das multinacionais e a dependência dos aliados.
Imprimem as divisas requeridas pelo comércio internacional em quantidades que não conhecem limites, com elas adquirem propriedades para as suas multinacionais, recursos naturais, e os frutos do suor dos povos, para sustentar as sociedades de consumo e o esbanjamento criado por eles.
Além disso, os Estados Unidos mantêm um controlo monopólico sobre os organismos internacionais de crédito e investimento.
Quando estas inquietações estão presentes nas mentes de muitos milhões de pessoas no mundo, que não se deixam enganar pelas mentiras proclamadas, chegam constantemente notícias sobre outras realidades.
Por exemplo: em 2004, último ano que consta nas estatísticas, as multinacionais norte-americanas obtiveram no exterior lucros por 700 bilhões de dólares, pelas quais pagaram somente ao fisco norte-americano 16 bilhões por descontos, os quais outorgam privilégios especiais às empresas norte-americanas que investiram noutro país, que são lesivas para aquelas que o fazem nos próprios Estados Unidos criando ali empregos. A mera ideia da actual administração de reduzir esse privilégio provocou o protesto de importantes organizações empresariais dos Estados Unidos, cujo poder económico e político ninguém discute.
Inclusive poderia constituir um entretenimento válido reunir inúmeras notícias nacionais e internacionais que reflectem os privilégios nacionais que esse país impôs ao mundo. Há políticos dentro e fora dos Estados Unidos que ficam ofendidos se alguém se atreve a qualificá-los como império, como se existisse alguma outra palavra que faça uma melhor definição deles.
A outra fase da moeda é ainda pior. Nalgumas ocasiões se fez referência às sete frotas com as quais os Estados Unidos impõem ao mundo sua potência militar, apoiados em mais de 800 bases militares distribuídas pelo planeta. Guantánamo, cujos cárceres e torturas impactaram a opinião pública mundial, é só uma das centenas de bases que possuem.
Talvez possamos ter uma ideia do poder militar com o qual a superpotência apoia o sistema económico e social imposto à humanidade, mencionando alguns dados recentemente divulgados pela imprensa especializada.
O poder militar estadunidense apoia-se em seu arsenal nuclear.
Possui 534 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) Minuteman III e Peacekeeper, 432 de lançamento submarino (SLBM) Trident C-4 e D-5 instalados em 17 submarinos do tipo Ohio, e por volta de 200 aviões bombardeiros nucleares de longo alcance que podem ser abastecidos no ar, entre eles 16 invisíveis B-2. Os mísseis são portadores de várias ogivas. O número de cabeças nucleares desdobradas oscila entre 5 mil e 10 mil. Suas Forças Armadas dispõem de mais de 2 milhões de homens. A isto acrescentam-se centenas de satélites de uso militar e nas comunicações, que fazem parte do escudo espacial e os meios para serem utilizados na guerra electromagnética.
A Rússia, a outra grande potência nuclear, tem sido rodeada por armas nucleares ofensivas.
Quase não seria necessário acrescentar mais uma palavra, excepto talvez para lembrar que graças ao monopólio do dinheiro e dos recursos naturais, os Estados Unidos anunciavam ontem por meio da pessoa do comandante da ciberguerra para o Pentágono, que esse país “está decidido a chefiar o esforço global para usar a tecnologia de computadores para dissuadir ou vencer os inimigos, ao mesmo tempo em que protege os direitos constitucionais da população”. A notícia foi divulgada pela principal agência norte-americana de notícias AP.
Quanta segurança poderá ser procurada no mundo de hoje? É uma pergunta sem resposta!
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