segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A guerra contra o Irã é coisa certa para o Imperialismo - Reflexões de Fidel

Nesta Reflexão, Fidel traz novos elementos que confirmam o que ele vem dizendo há alguns meses: A guerra contra o Irã já é coisa certa para o imperialismo.
A ONU, A IMPUNIDADE E A GUERRA

A Resolução 1929 do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 9 de Junho de 2010 selou o destino do imperialismo.

Não sei quantos terão se apercebido de que entre outras coisas absurdas, o Secretário Geral dessa instituição, Ban Ki-moon, cumprindo ordens superiores, incorreu no disparate de nomear Álvaro Uribe - quando este estava quase concluindo seu mandato - Vice-presidente da comissão encarregada de investigar o ataque israelita à pequena flotilha humanitária, que transportava alimentos essenciais para a população sitiada na faixa de Gaza. O ataque ocorreu em águas internacionais a uma distância considerável da costa.

Essa decisão outorgava a Uribe, acusado por crimes de guerra, total impunidade. Como se um país cheio de valas comuns com cadáveres de pessoas assassinadas - algumas até com duas mil vítimas -; sete bases militares ianques; mais o resto das bases militares colombianas ao seu serviço, não tivesse nada a ver com o terrorismo e o genocídio.

Por outro lado, em 10 de junho de 2010, o jornalista cubano Randy Alonso, que dirige o programa "Mesa Redonda" da televisão nacional, escreveu no sítio Web CubaDebate um artigo intitulado: "O chamado Governo Mundial se reuniu em Barcelona", onde aponta:

"Chegaram até o confortável hotel Dolce em carros de luxo de vidros escuros e em helicópteros".

"Eram os mais de 100 chefões da economia, das finanças, da política e da mídia da América do Norte e da Europa, que vieram até este lugar para a reunião anual do Clube de Bilderberg, uma espécie de governo mundial à sombra".

Outros articulistas honestos estavam acompanhando, da mesma forma que ele, as notícias que conseguiram filtrar do estranho encontro. Alguém muito mais informado do que eles estava seguindo a pista desses eventos havia muitos anos.

"O exclusivo Clube, que se reuniu em Sitges, nasceu em 1954. Surgiu da ideia do conselheiro e analista político Joseph Retinger. Seus impulsionadores iniciais foram o magnata norte-americano David Rockfeller, o Príncipe Bernardo de Holanda e o Primeiro Ministro belga, Paul Van Zeeland. Seus propósitos fundacionais eram combater o crescente "anti-norte-americanismo" que existia na Europa da época e encarar a União Soviética e o comunismo que ganhava força no Velho Continente".

"Sua primeira reunião foi realizada no Hotel Bilderberg, em Osterbeck, Holanda, entre 29 e 30 de maio de 1954. Daí saiu o nome do grupo, que desde então se reúne anualmente, salvo em 1976".

"Há um núcleo de afiliados permanentes que são os 39 membros do Steering Comittee, o resto são convidados".

"[...] a organização exige que ninguém "conceda entrevistas", nem revele nada do que "um participante individual tenha dito". É requisito imprescindível um domínio excelente da língua inglesa [...] não há tradutores presentes".

"Não se sabe ao certo os alcances reais do grupo. Os estudiosos do ente dizem que não é por acaso que se reúnam sempre pouco antes do G-8 (G-7 anteriormente) e que procuram uma nova ordem mundial de governo, exército, economia e ideologia única".

"David Rockfeller disse em uma reportagem à revista "Newsweek": "Algo deve substituir os governos e o poder privado, parece-me a entidade adequada para fazê-lo".

“[...] o banqueiro James P. Warburg afirmou: "Goste ou não, teremos um governo mundial. A única questão é se será por concessão ou por imposição."

“[...] Eles sabiam 10 meses antes, a data exata da invasão ao Iraque; também o que ia acontecer com a bolha imobiliária. Com informações como essa se pode fazer muito dinheiro em todo tipo de mercados. E é que falamos de clubes de poder e de saber".

"Para os estudiosos, um dos temas que mais preocupa o Clube é a "ameaça econômica" que significa a China e a sua repercussão nas sociedades norte-americana e européias".

"Alguns demonstram a sua influência na elite com o fato de que Margaret Thatcher, Bill Clinton, Anthony Blair e Barack Obama estiveram entre os convidados do Clube antes que fossem eleitos a mais alta responsabilidade governamental na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Obama participou na reunião de junho de 2008, cinco meses antes da sua vitória eleitoral e o seu triunfo se prognosticava já desde a reunião de 2007".

"Entre tanto sigilo, a imprensa foi colhendo nomes aqui e ali. Entre os que chegaram ao Sitges estavam importantes empresários como os presidentes da FIAT, Coca-Cola, France Telecom, Telefônica da Espanha, Suez, Siemens, Shell, Novartis e Airbus.

"Também se reuniram gurus das finanças e da economia, como o famoso especulador George Soros; os assessores econômicos de Obama, Paul Volcker e Larry Summers; o flamante Secretário do Tesouro Britânico, George Osborne; o ex-presidente do Goldman Sachs e British Petroleum, Peter Shilton [...]; o Presidente do Banco Mundial, Robert Zoellic; o Diretor Geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn; o Diretor da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy; o Presidente do Banco Central Europeu, Jean Claude Trichet; o Presidente do Banco Europeu de Investimentos, Philippe Maystad".

Sabiam disso nossos leitores? Algum órgão importante da imprensa falada ou escrita disse alguma palavra? É essa a liberdade de imprensa que tanto pregam no ocidente? Pode algum deles negar que estas reuniões sistemáticas dos mais poderosos financistas do mundo são realizadas todos os anos, com a exceção do ano mencionado?

"O poder militar enviou alguns dos seus falcões - continua Randy -: o ex-secretário de Defesa de Bush, Donald Rumsfeld; seu subalterno, Paul Wolfowitz; o Secretário Geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen; e seu antecessor no cargo, Jaap de Hoop Scheffer".

"O magnata da era digital, Bill Gates, foi o único participante que falou alguma coisa à imprensa antes do encontro. 'Sou um dos que estará presente', disse e anunciou que 'Sobre a mesa haverá muitos debates financeiros'".

"Os especuladores da notícia falam que o poder na sombra analisou o futuro do Euro e as estratégias para salvá-lo; a situação da economia européia e o rumo da crise. Sob a religião do mercado e o auxílio dos drásticos cortes sociais se deseja continuar prolongando a vida do doente".

"O Coordenador da Esquerda Unida, Cayo Lara, definiu com clareza o mundo que nos impõem os Bilderberg: 'Estamos no mundo ao contrário; as democracias controladas, tuteladas e pressionadas pelas ditaduras dos poderes financeiros'".

"O mais perigoso, que foi publicado no jornal espanhol Público, é o consenso majoritário dos membros do Clube a favor de um ataque norte-americano ao Irã [...]. Lembre-se que os membros do Clube sabiam da data exata da invasão de 2003 ao Iraque dez meses antes que acontecesse."

É por acaso uma invenção caprichosa a ideia, quando isto se soma a todas as evidências expostas nas últimas Reflexões? A guerra contra o Irã está já decidida nos altos círculos do império, e apenas um esforço extraordinário da opinião mundial poderia impedir que estoure num prazo de tempo muito breve. Quem oculta a verdade? Quem é que engana? Quem é que mente? Alguma coisa do que aqui é afirmado pode ser desmentido?

Fidel Castro Ruz

15 de agosto de 2010

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