Médicos cubanos atuaram em territórios franceses na América |
Após a Itália e Andorra, a França, duramente atingida pelo SARS-CoV-2, acaba de aceitar ajuda médica de Cuba para seus territórios ultramarinos, confrontados com falta de médicos.
O governo francês acaba de aceitar, por decreto, receber a ajuda médica oferecida por Cuba, a fim de combater a propagação da pandemia de COVID-19, anuncia a RFI.
Esta decisão visa suprir a falta de pessoal hospitalar em seus departamentos ultramarinos.
Os departamentos ultramarinos franceses da Martinica, Guadalupe, Guiana Francesa e Saint-Pierre-et-Miquelon, todos situados na América, beneficiarão assim da ajuda cubana, que permitirá também a Havana reforçar sua diplomacia através da cooperação médica internacional.
A senadora francesa eleita pela Martinica, Catherine Conconne (Partido Progressista da Martinica), que já tinha participado da revisão da lei de bases do sistema de saúde em 2019, saudou a iniciativa do governo francês.
"Foi tomada principalmente para fortalecer os nossos centros hospitalares universitários. Faltam algumas especialidades médicas e temos dificuldade em trazer médicos da Europa. Esta decisão nos permite beneficiar dos recursos fraternais cubanos. Então, para mim, isto é uma vitória, uma grande alegria. Que este decreto chegue em meio de uma crise de coronavírus é muito bom", afirmou a senadora à RFI.
Internacionalismo médico cubano
Esta ajuda é bem-vinda entre os médicos em serviço nestes departamentos franceses não só para enfrentar esta crise de saúde mas também para preencher o baixo número de médicos por habitante. Para Cuba, esta pandemia global é uma forma de promover sua medicina internacionalista.
Os primeiros passos foram dados por uma vintena de deputados franceses oriundos de diversos quadrantes políticos, que em 21 de março endereçaram uma carta ao premiê Edouard Philippe, exigindo ajuda médica cubana para fazer face ao COVID-19, relatou o jornal Le Figaro.
"Pedimos que peça ao governo cubano que disponibilize sem demora recursos médicos no âmbito da cooperação internacional para lidar com a emergência", refere a carta.
Os signatários deste apelo, em sua maioria pertencentes ao grupo de amizade França-Cuba na Assembleia Nacional, asseguraram na missiva que "o governo de Cuba declarou a sua disponibilidade para enviar uma brigada médica para as nossas regiões mais afetadas".
Michel Lambert, presidente do grupo e ex-membro do parlamento francês, citado pelo Le Figaro, afirmou que "Cuba desenvolveu, de fato, uma perícia rara na gestão de crises epidêmicas de saúde em todos os continentes. Cuba tem recursos humanos especializados prontos para agir".
A pequena ilha socialista caribenha, muito conhecida pela sua experiência na área da medicina, já tinha respondido ao apelo da Itália enviando em 21 de março para a Lombardia, a região mais afetada pela pandemia, uma equipa de 52 médicos e enfermeiros, alguns dos quais combateram a epidemia de ebola na África.
Segundo dados do Index Mundi, em 2019 Cuba era o país do mundo com o maior número de médicos per capita, com 8,19 médicos por 1.000 habitantes.
Esta é uma posição bem acima de outros países, como a Suécia, com 5,4 médicos por 1.000 habitantes, a Suíça (4,24), a França (3,23), os Estados Unidos (2,59) ou o Brasil (2,65).
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