segunda-feira, 14 de maio de 2012

Os autodeclarados "presos políticos" cubanos levados ao exílio na Espanha vivem em situação de penúria

Nota do editor: Atenção, abstraindo os preconceitos e desinformações, a notícia a seguir é interessante sua publicação, pois os auto-declarados "presos políticos" não estão recebendo mais suas "bolsas" e estão à mingua nas ruas da Espanha. Mesmo contra-revolucionários e deliquentes comuns teriam um teto para viver e comida para se alimentar em Cuba. É um fim, no mínimo, triste. (E ainda querem vir para o Brasil. "Seria lindo", disse um deles). Leia com atenção e cautela:


Na praça em frente ao Ministério das Relações Exteriores,
16 cubanos estão morando na rua. Seis deles fazem greve de fome

Por Leo Gerchmann / Zero Hora

Eles chegaram à Espanha pelo aeroporto madrilenho de Barajas, sonhando com a quimera da liberdade tão almejada no cárcere cubano e imaginando que uma substancial ajuda do governo lhes permitiria começar uma vida digna.

Hoje, os 115 ex-presos políticos cubanos que voaram entre junho de 2010 e abril de 2011 para um projeto europeu vivem nas ruas de diferentes cidades ou em casas de amigos. Saíram da prisão de Havana e ficaram sem teto na Espanha.

Zero Hora localizou parte desses cubanos. Ouviu seus desabafos. Soube que 16 vivem no chão duro da praça em frente ao Ministério das Relações Exteriores. Seis fazem greve de fome.

O grupo é heterogêneo. Há operários, historiadores, médicos. Seus diplomas não foram validados, e eles, prisioneiros durante anos em Cuba, sentem o peso dessa condição – têm dificuldade de conseguir empregos.

— Muitos chegamos aqui sem saber usar um celular. É difícil conseguir trabalho — queixa-se Douglas Faxas.

O chamado Grupo dos 75, presos políticos acusados de conspirar e atentar contra a segurança nacional cubana, foi libertado em junho de 2010. Os outros 40 chegaram à Espanha depois.

A situação se tornou mais gritante quando um deles, o jornalista Albert Du Bouchet Hernández, suicidou-se, em 4 de abril. Muitos sugerem que ele chegou a uma situação limite devido às precárias condições de vida.

— Não temos alimentos nem casa. Alguns vivem na rua, outros em casas de amigos. Tenho cinco cirurgias e nenhum medicamento ou dinheiro para comprá-los — diz Orlando Fundora.

O governo espanhol alega que não há recursos, em meio à crise, para os cubanos. E esses têm buscado novos rumos. Muitos já batem às portas de outras embaixadas, requerendo vistos.

— Para o Brasil, seria lindo, se nos derem o visto — comenta Fundora.

Ernesto Durán, que aderiu à greve de fome assim como Faxas, diz que não tinha outra opção.

— Não tínhamos outra alternativa. Por isso, apelamos dessa maneira. Trouxemos nossas famílias e somos responsáveis por isso. Temos de assumir essa responsabilidade.

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