Acidente foi estopim para a Guerra Hispano-Americana
Fonte: OPERA MUNDI
Na noite de 15 de fevereiro de 1898, por volta das 21horas e 40 minutos, o encouraçado norte-americano Maine, ancorado no porto de Havana, Cuba, sofre uma violenta explosão.
A detonação foi tão violenta que a pressão do ar estilhaçou os vidros de casas localizadas a centenas de metros de distância. O navio afunda quase imediatamente e, apesar do socorro vindo de outros navios, 252 homens são vitimados. Outros oito morreriam mais tarde devido aos ferimentos.
Imoderada, a imprensa norte-americana acusou os espanhóis, que governavam Cuba, de ter colocado uma mina sob o casco do navio, que estava em visita amistosa. Diante dos fatos, uma comissão de investigadores concluiria, após 13 anos, que aquele não fora um ataque, mas sim um acidente – uma explosão na casa de máquinas.
A acirrada campanha de imprensa contra a Espanha, contudo, arrastaria os EUA à guerra e acarretaria nada menos do que a ocupação de Cuba, Guam, Havaí, Porto Rico e Filipinas por tropas norte-americanas.
É preciso ressaltar que, em Cuba, os espanhois, que ocupavam a ilha desde sua descoberta por Cristóvão Colombo, em 1492, começaram a enfrentar a partir de 1895 um movimento em prol da independência do território.
Nos EUA, a opinião pública inclinava-se em favor dos insurgentes cubanos e denunciava insistentemente a barbárie de espanhois em seus «campos de morte» e até mesmo seus supostos hábitos antropofágicos.
Dois homens rivalizavam-se em busca de sensacionalismo: o grande magnata do World, Joseph Pulitzer, e William Randolph Hearst, que acabara de fundar, aos 32 anos, o New York Journal.
Esta imprensa popularesca era chamada de «yellow press» (imprensa amarela, em inglês) porque estampava contornos pintados em amarelo para, supostamente, influir na leitura das matérias.
A campanha da imprensa era sustentada pelos grandes empresários norte-americanos que possuiam investimentos em Cuba e sonhavam com o fim da velha potência colonial. A opinião pública, contudo, não manifestava qualquer interesse pelo conflito cubano e os jornalistas tampouco.
No começo de 1898, o desenhista do New York Journal, Frederick Remington, escreve de Havana para seu patrão: «aqui não há guerra alguma, eu peço para ser chamado de volta». Hearst envia-lhe um telegrama em resposta: «fique aí onde está. Envie-me os desenhos que eu o enviarei a guerra».
Em Nova York, Hearst publica no dia 9 de fevereiro uma carta confidencial do embaixador da Espanha em Washington que se refere ao presidente norte-americano, William McKinley, como um homem insignificante e medroso.
A explosão do Maine se somaria a esta provocação alguns dias mais tarde. O magnata da imprensa monta uma virulenta campanha durante várias semanas, dia após dia, dedicando muitas páginas de seus jornais à questão do Maine. Exigindo vingança, seu veículo repete incansavelmente: «Remember the Maine! In hell with Spain !» (Lembrem-se do Maine! Ao inferno com a Espanha!).
Seus concorrentes não deixavam por menos. Pressionado por todos os lados, o presidente McKinley, que tinha chegado ao poder no ano anterior com a promessa de manter a paz a qualquer custo, declara guerra a Madri em 25 de abril de 1898.
gostei
ResponderExcluir