quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cuba: bloqueio é violação de direitos humanos, diz senadora


Fonte: VERMELHO

Em resposta ao que chamou de “torrente de informações equivocadas sobre Cuba”, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez, na terça-feira (7), data em que o bloqueio dos Estados Unidos à ilha completou 50 anos, um pronunciamento no Senado em defesa da ilha caribenha. Por ocasião da visita da presidente Dilma a Cuba, a senadora ressaltou que a realidade da ilha é distorcida e manipulada, sendo o país frequentemente acusado de arbitrário e de desrespeitar os direitos humanos.


Vanessa ressaltou a coragem da presidente de visitar a ilha “a presidente Dilma só nos honra com suas declarações corajosas, naturais para quem já colocou a própria vida em risco na luta pela democracia do País”. E lembrou que “nossa presidente foi lá e de lá — não eximindo o Brasil de um autoexame, ao lembrar que “todos têm telhado de vidro” — propôs o debate dos direitos humanos a partir do centro de torturas que os Estados Unidos mantêm na base de Guantânamo”.


A comunista lembrou o bloqueio econômico e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos há 50 anos à revelia das condenações da ONU. Para ela, “esse bloqueio econômico (...) sem dúvida nenhuma, é uma das formas mais requintadas que se tem de praticar atos e atentados contra os direitos humanos”.

O contraste, reforça, está no fato de que “apesar disso tudo, Cuba conta com índices invejáveis a qualquer nação do mundo. O índice de mortalidade infantil é de 4,9%, e a expectativa de vida, de 77 anos, índices superiores a países como o próprio Estados Unidos, Japão, Dinamarca. Cuba também está entre as dez potências olímpicas do mundo e livre do analfabetismo desde os primeiros anos de revolução”.

A crítica à imprensa brasileira é feita ao constatar que, “se formos ler todos os artigos, todas as matérias publicadas pela imprensa, de dez matérias publicadas, dez matérias criticam Cuba, dez matérias falam de Yoani [Sánchez], da blogueira, mas nenhuma fala de Guantânamo, nenhuma fala dos cinco cubanos que estão presos e que foram injustamente condenados” nos Estados Unidos.

Apoio popular

Sobre as dificuldades enfrentadas pelo país, ela observa que “o próprio povo cubano em assembléias que reuniram centenas de milhares de pessoas no país inteiro decidiu por mudanças. Hoje Cuba passa por transformações importantes, que para quem vive fora daquele país parecem transformações pequenas, mas para quem vive dentro de Cuba são transformações profundas no sentido de levar a uma competição, entretanto uma competição saudável, em fazer com que a sociedade se desenvolva”.

Por fim, a senadora comunista conclui que “nenhum país se sustenta por 50 anos sofrendo tantas ações terroristas, tantas ações vindas principalmente dos Estados Unidos, se não tiver uma grande maioria do povo que a apoie. Assim é Cuba, que tem muito dificuldade, mas que tem um povo unido trabalhando para superar suas dificuldades”.

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