Cartaz da Convenção de Solidariedade com Cuba | Arte: MPSC |
Terminou neste domingo (26), em São Paulo a 19ª Convenção de Solidariedade a Cuba. Os mais de 500 participantes reafirmaram seu respaldo à Revolução cubana e expressaram seu compromisso para incrementar as ações em favor da ilha caribenha.
A Carta de São Paulo, documento que é a declaração final do encontro realizado no Memorial da América Latina, uma das mais belas obras do famoso arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, exalta o crescimento da solidariedade a Cuba neste imenso país sul-americano.
"Diante das ameaças dos Estados Unidos, os que apoiam a Revolução cubana devem estar cada vez mais organizados em sua defesa e para isso nossas campanhas de informação, manifestações nas ruas e pronunciamentos de parlamentares precisam avançar", indica o texto.
Os brasileiros amigos da ilha caribenha concordaram em intensificar as ações em favor da libertação dos cinco antiterroristas cubanos Gerardo Hernández, Antonio Guerrero, Fernando González, Ramón Labañino e Renê González, presos injustamente nos Estados Unidos há quase 13 anos.
Igualmente, prosseguir na luta pelo fim do criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial que há mais de meio século Washington mantém contra Havana, no vão intento de render o povo cubano que, pelo contrário, resiste e mantém vivo seu espírito internacionalista.
Diante das mentiras e tergiversações da grande imprensa de direita do Brasil sobre a realidade cubana, os brasileiros amigos da ilha destacaram a necessidade de trabalhar para romper esse bloqueio midiático.
Para melhorar e aperfeiçoar esse trabalho no Brasil, os participantes na 19ª Convenção destacaram a importância de enviar uma delegação ao 6º Encontro Continental de Solidariedade a Cuba, que será realizado no México de 6 a 9 de outubro deste ano.
Os convencionais brasileiros exaltaram a necessidade de acompanhar a postura do Brasil na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, a ser criada nos dias 5 e 6 de julho próximo em Caracas, Venezuela, como parte do bicentenário da independência de várias nações da região.
Os delegados assumiram a tarefa de fortalecer a atividade de divulgação dos objetivos da atualização do modelo econômico cubano, discutidos amplamente pelo povo e aprovados no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba e destinados a aperfeiçoar o socialismo na ilha caribenha.
Da Convenção de Solidariedade a Cuba, organizada pelo Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, participaram representantes de 16 dos 27 estados brasileiros, assim como uma delegação cubana, encabeçada pela presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos, Kenia Serrano.
Magali Llort, deputada e mãe de Fernando González, um dos cinco cubanos lutadores contra o terrorismo, Zuleika Romay, presidente do Instituto Cubano do Livro, o coronel da reserva José Ramón Herrera, a professora do Instituto de Relações Internacionais Nidia María Alfonso e a jornalista Rosa Miriam Elizalde, coordenadora do sítio da internet Cubadebate, também integravam a delegação cubana.
Agradecimento emocionado
O ato final da convenção foi marcado por muita emoção. Realizado no Memorial da Resistência, instalado no edifício onde funcionava o DOPS na época da ditadura militar, militantes perseguidos pela ditadura que foram acolhidos em Cuba agradeceram à ilha caribenha pela solidariedade.
Os ex-presos políticos Ivan Seixas, Damaris Lucena, Elsa Lobos e Clara Sharf rememoraram a época de luta contra o regime militar e a firme colaboração da Revolução cubana com todos os companheiros perseguidos.
Seixas contou que nas reuniões dos grupos armados escutavam a Rádio Havana de Cuba, que era uma inspiração muito grande e uma alegria imensa cada vez que escutavam notícias de que alguns dos companheiros de luta tinham conseguido chegar à ilha.
"Agradecemos por tudo o que fizeram por nós e nós faremos tudo o que pudermos por Cuba".
Damaris Lucena rememorou os horrores vividos na prisão durante a ditadura militar e recordou que foi uma das prisioneiras trocadas pelo cônsul japonês Nobuo Okushi e enviada ao México com seus filhos.
Ela contou que estando no México foi convidada a viajar a Cuba com seus familiares.
"Cuba é meu segundo país e os cubanos são meus irmãos”, disse emocionada. “Tudo o que eu e meus filhos tenhamos que fazer por Cuba, faremos”, declarou.
Também Elsa Lobo expressou sua eterna gratidão a Cuba pela formação que recebeu nesse país maravilhoso, e exaltou a colaboração recebida de diplomatas cubanos em diferentes países quando trabalhou em um organismo das Nações Unidas ou teve que exilar-se em Paris.
Com lágrimas nos olhos, Clara Sharf, companheira do líder comunista Carlos Marighella, assassinado pela ditadura militar, manifestou a estreita relação existente entre Marighella e a Revolução cubana, assim como seu trabalho na criação das primeiras associações de solidariedade a Cuba no Brasil.
Kenuia Serrano,presidente do Instituto Cubano de Amizade com os Povos (Icap) disse que este ato de agradecimento a seu país se converte em uma oportunidade para que Cuba agradeça aos brasileiros por sua combatividade, solidariedade e apoio ao direito à existência do processo revolucionário cubano.
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