Fonte: PRENSA LATINA
Havana, 3 dez (Prensa Latina) O Wikileaks tem 2.080 telegramas enviados ao Departamento de Estado norte-americano pelo Escritório de Interesses em Havana e outras embaixadas e só aparece um publicado sobre Cuba e de maneira tergiversada, informou hoje o Cubadebate.
Seus vazamentos produzem-se na página digital a conta-gotas, o site vive sob acosso legal e cibernético e recebeu ao menos dois golpes de seus servidores, segundo o editorial de referido site.
Um dos ataques foi superior a 10 gigabytes por segundo, equivalente ao embate simultâneo de milhões de computadores.
Mas os cinco meios que divulgaram ao mesmo tempo os documentos vazados, entre estes o diário espanhol El País, tinham em suas mãos sem censura e desde muito antes do domingo -dia em que se fez público o "cablegate"- toda a informação que o Wikileaks obteve através de suas fontes, pontualizou.
O editorial de Cubadebate questiona-se por que só divulgaram um telegrama datado de Havana, onde estão as outras 2.079 mensagens, por que as manchetes refletem como feitos irrepreensíveis certas avaliações sobre Cuba realizadas por diplomatas espiões a partir de terceiros países, enquanto se silenciam outras de maior valor jornalístico?
Esclareceu que dos 2.080 telegramas que tem El País com referência à ilha, o diário espanhol publicou uma linha de uma dessas mensagens, diluída entre referências a Cuba tiradas de outros relatórios das embaixadas norte-americanas em Caracas e em Bogotá.
Essa única linha pertence a um relatório datado de 27 de fevereiro de 2009 e assinado por Jonathan Farrar, chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos em Havana (SINA), dizia o texto.
Trata-se, destacou, do que o Departamento de Estado chama um SEPQ ("Questionário sobre o Perfil do Clima de Segurança"), da primavera de 2009 em Cuba.
Dito formulário, esclareceu Cubadebate, enchem-no rotineiramente os embaixadores dos Estados Unidos em todo mundo, detalhe omitido pelo El País.
A nota disse que o Wikileaks vazou outros questionários SEPQ respondidos de diferentes embaixadas, enquanto questionou o que diz El País do solitário e duplamente vazado relatório.
Assegurou que "a Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana reconhece a eficácia da polícia (cubana) perseguindo "terroristas", como chama os dissidentes".
Mas, ao jornal a única coisa que interessa é criminalizar o governo cubano. Não se incomoda em verificar se é verdade que aqui se chame "terroristas" os "dissidentes" e não adverte a seus leitores que eles são os destinatários de milionárias quantias públicas que Washington entrega para fabricar e financiar a oposição na Ilha, algo sim que é enfatizado pelo Chefe do SINA em seu relatório.
O que silencia El País é como o Chefe do SINA reconheceu a estabilidade e segurança que gozam os diplomatas norte-americanos em Cuba, onde "não há condições para um macro conflito", e acrescentou "não há terrorismo local", "não há grupos terroristas locais" e "não há grupos terroristas antinorte-americanos".
De incomum catalogou Cubadebate tal reconhecimento, quando se leva em conta que os Estados Unidos colocou Cuba em todas as listas negras, inclusive a dos países terroristas.
Sim, se reconhece também que os diplomatas norte-americanos dançam conforme a música em boa parte das nações do chamado Terceiro Mundo, onde não costumam ser bem-vindos.
Mencionou outras considerações do relatório, tais como que as manifestações (em frente ao Escritório de Interesses) são organizadas pelo governo de Cuba ou pelo menos contam com sua aprovação.
Periodicamente, Cuba organiza manifestações na Tribuna Anti-imperialista, mas geralmente são para comemorar datas históricas cubanas e não são de natureza estritamente antinorte-americana, insistiu.
A proteção policial do SINA está garantida pela PNR (Polícia Nacional Revolucionária) e a entidade de segurança SEPSA, pois Cuba tem pessoal preparado para proteger a SINA caso seja necessário, assinalou.
O relatório especificou que a Direção de Inteligência e Contrainteligência são serviços profissionais, capazes e altamente efetivos na penetração de redes na Ilha e na perseguição de indivíduos que consideram terroristas.
Fontes confiáveis reportam a presença de membros do Exército de Libertação Nacional, das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e do ETA em Havana, mas é muito pouco provável que desenvolvam operações terroristas no território cubano, parte ignorada nos telegramas e também não se fala que os membros desses grupos chegaram à Ilha depois do acordo com os governos respectivos.
Cuba não permite que representantes de outros governos credenciados realizem trabalhos de inteligência ou terrorista contra os Estados Unidos a partir de território cubano, esclareceu.
Afirmou que no corpo diplomático se considera que o governo cubano trata de evitar dar aos Estados Unidos pretextos para realizar operações antiterroristas contra Cuba, alegou, nem há condições para um macro conflito. Não há terrorismo local e não há grupos terroristas locais, nem antinorte-americanos.
Esclareceu que a posse de armas entre a população está controlada e é muito pouco provável o uso de armas de fogo.
Então, concluiu Cubadebate, qual é o milagre que um telegrama quase lisonjeador para Cuba do Chefe do SINA é traduzido de forma completamente contrária, por que os que repetem a versão do El País nem se incomodam em ler a fonte original, por que quando se trata de Cuba certa imprensa nem sequer apela a um mínimo de sentido comum, sob que peripécia censuram até o mais disciplinado dos funcionários públicos norte-americanos quando se refere objetivamente a Cuba?
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