segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cuba revolucionária não está sozinha, venceremos !

Por Beto do blog solidário Mafarrico

Adorei esse texto ( abaixo, autoria Prof. Dirlene da UFMG ), que mostra a realidade vivida pelo povo Cubano. Com as coisas boas que a Revolução Cubana proporcionou ao povo Cubano e também seus problemas.
Pra mim , qualquer discussão sobre Cuba não pode e nem deve deixar de lado a realidade de um pobre país sem recursos naturais, bloqueado pela maior potência do mundo e apesar disso, conseguiu feitos notáveis para sua população, como ex: saude, educação e seus efeitos em qualidade e expectativa de vida maior ( só 7 meses menos que a expectativa de vida nos EUA), mortalidade infantil menor que a dos EUA.Sem a Revolução em Cuba, essa ilha seria parecida com a Rep.Dominicana??? Ou Haiti???? Talvez sim.
Agora existem grandes doutores*(sic) em "Marxismo", dizendo que está havendo uma "restauração capitalista em Cuba" e tentam intimidar a gente( os não doutores em marxismo ) usando palavras e frases retiradas mecanicamente das obras clássicas marxistas , esquecendo-se sempre que o Marxismo é um guia-de-ação e não um dogma .Mas eles sempre se atrapalham e tropeçam na realidade.
E a realidade é que Cuba, é uma democracia popular com um povo culto e educado , que saberá resolver seus problemas e achar seu caminho para o Socialismo.
Sua revolução em 1959, já foi além das possibilidades de entendimento e compreensão de seu processo revolucionário por esses "doutores", nunca dependendo ou precisando dessa compreensão , conseguiu feitos notáveis para seu povo e ainda os consegue.
Essa revolução é conduzida queiram ou não por revolucionários comunistas.Em minha opinião, os que falam de Restauração Capitalista na verdade verbalizam um desejo , acalentado há muitos anos, de ver a revolução derrotada.
E isso não irá acontecer, jamais!!
Viva Cuba Socialista!

*Chamo "doutores " adeptos do Trotkismo morenista e alguns Porfessores Universitários , que falam e publicam textos alardeando a suposta " Restauração Capitalista em Cuba "

Por Prof. Maria Dirlene Trindade Marques**

Acompanho os debates na rede e tenho aprendido muito. Vou fazer aqui um comentário sobre a discussão do socialismo em Cuba.
Outro dia assisti um documentário na TV Futura sobre Cuba. Só porque sou nuito persistente, vi ate o fim o final. E, valeu a pena.
No inicio, como não podia deixar de ser, o objetivo era mostrar o autoritarismo, a pobreza, a falta de liberdade, e todas as carências da sociedade.
É claro que partiam do ponto de vista de uma classe media com alto poder aquisitivo em uma sociedade como a brasileira. Portanto, com acesso a saúde, educação com uma certa qualidade e com acesso a tudo quanto é bens de consumo.
O entrevistador tinha como guia uma cubana formada em letras em Cuba e que veio para o Brasil e é professora em uma escola particular alem de dar aulas particulares de espanhol.
Portanto, uma das que usufruiu da educação gratuita cubana.
Era impossível imaginarmos o desenrolar do filme. Na medida que iam andando pela cidade, conversando com as pessoas, esperando ônibus, pegando carona, indo para a fila do Copelia - tudo aquilo que o povo cubano faz - , os aspectos diferentes da nossa sociedade iam aparecendo.
Mesmo com a insistência da guia cubana/brasileira em mostrar as lojas sem a diversidade de produtos, tinha tudo o que uma pessoa precisa.
Iam para a fila de ônibus (alias, não tem fila. As pessoas chegam e perguntam: quem é o ultimo?) falando da precariedade do transporte coletivo e aí, chegou um ônibus moderníssimo (foi adquirido da China uma frota de ônibus para o transporte coletivo. Já havia os ônibus para os turistas). Não havia nenhum tumulto. E, quando eles estavam esperando ônibus em um lugar mais distante, passa um carro e oferece carona, o que é a pratica comum.
Saúde e educação, nao precisa nem falar. Vão depois para uma casa de família, conversam, ficam para a refeição etc. Conversam com jovens e velhos. Os mais velhos, defendem ardorosamente o comunismo (como disseram). Alguns jovens, querem sair mas percebem as diferenças.
Enfim, no final o entrevistador fecha o documentário dizendo que pode se dizer tudo sobre Cuba mas o que ele viu foi um povo alegre, nenhuma criança descalça e fora da escola, uma alimentação não muito diversificada mas sem carência, nenhum morador de rua e um povo tranqüilo, sem stress ,o que é muito diferente de nossa sociedade. Se ele tivesse que falar algo negativo, só não gostou do tempero da comida (comentário dele).
Bem, é sobre este país que está sendo feita a discussão. E que de fato tem grandes problemas. O maior problema que vejo, é onde termina o texto do Rui Amaro "E assim voltamos ao antigo dilema: a revolução tem que ser internacional porque feita em um só país, aos poucos, ela será derrotada pelo imperialismo. A história não deixa dúvidas." O efeito demonstração dos países capitalistas é um grande problema, em especial para a juventude que não viveu e nem conhece como vive a maior parte do povo no mundo capitalista.
Se eles viesse passear no Rio de Janeiro e vissem que a maior parte da população vivem é nas favelas, sujeitas a todo tipo de violência (vide o Complexo do Alemão), e não em Copacabana ou Ipanema, teriam um susto. Alias, eles adoram o Rio, a Amazônia que eles conhecem através das novelas. Não acreditam quando falamos que só 10 a 15% da população tem acesso àqueles bens.
Enfim, o que os jovens conhecem do mundo capitalista é a sociedade de consumo da elite, é a classe média que pode ir para o exterior inclusive em Cuba. Eles não conseguem imaginar que milhões de pessoas não têm como visitar parentes em outra cidade.
É isto que os dirigentes cubanos enfrentam. E, estas contradições se agudizaram quando tiveram que tornar o turismo a sua primeira fonte de renda, intensificando todas as contradições citadas no artigo: 2 moedas, gorjetas em moeda conversível (ou dólar), gerando 2 sociedades. Este é um grande problema que tem de ser resolvido.
Outro problema, é a baixa produtividade no campo.
Diante desta situação, uma pergunta que temos de nos colocar, é como Cuba conseguiu sobreviver ate agora. Nossa maior solidariedade com Cuba socialista é lutar e construirmos o socialismo no Brasil.
Enfim, acho extremamente positivo este debate. Temos que buscar entender o funcionamento da lei do valor, como superá-la em uma sociedade concreta.
 
**Maria Dirlene Trindade Marques – Professora da UFMG e conselheira do Conselho Federal de Economia

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