quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cuba continuará defendendo a verdade e a razão.

Declaração do ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, na VI Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da União Européia, América Latina e do Caribe.

Sra. Cristina Fernández de Kirchner, presidente da Argentina:
Senhor Presidente do Conselho Europeu:

Esta crise foi prevista há dez anos. Ela nasceu da especulação e corrupção financeira, fiscal e comercial nos Estados Unidos e Europa Ocidental. Portanto, não devem descarregar seus efeitos sobre a América Latina e o Caribe, ou no Terceiro Mundo, nem tampouco para os trabalhadores, aposentados e pobres europeus.

A União Européia precisa relacionar-se de outra forma com a América Latina e o Caribe. Vê-los como um conjunto de países independentes, com 570 milhões de pessoas, uma forte cultura própria e todos os seus recursos. América Latina e o Caribe não são mais o quintal dos Estados Unidos, nem somos ex-colônias que necessitem de conselhos.

A crise é global, sistêmica e múltipla. Por exemplo, embora discutimos, as alterações climáticas continua devastando e a Europa é relutante a pagar a sua dívida ecológica.

Concordo com a necessidade de uma nova governança global, mas com base no direito internacional, na verdadeira democracia e na justiça social.

56% dos seres humanos vivem agora em situação de pobreza. Não existe um mundo multipolar, nem a chamada comunidade global. O multilateralismo ainda é uma ficção. Hoje temos uma governança global ditatorial, baseada na dominação, na hegemonia, nos padrões duplos e na hipocrisia.

Basta ler a doutrina da OTAN ou olhar a reafirmação militar dos EUA na América Latina e no Caribe ou o golpe militar em Honduras. O G-20 tão pouco nos representa. Não há, também, aquela sonhada "parceria bi-regional".

Havia que evitar que a crise acentue a natureza diferente da União Européia e da América Latina e no Caribe. A pilhagem colonial e o saque capitalista tornaram a Europa em credora e a América Latina e o Caribe, devedor. É assim até hoje, embora tenhamos pagado a dívida várias vezes. Tudo segue igual, ainda que se dissimule o livre comércio. Portanto, devemos deixar Bretton Woods e criar uma nova arquitetura financeira.

Em tempos de crise, em particular, deve imperar o direito internacional e ser exercida a igualdade soberana e a independência política dos Estados.

Devem ser impedidos os usos da ameaças e da força. O mercado não vai resolver a crise global, nem as alterações climáticas. O mundo precisa, em primeiro lugar, de uma nova ordem política e, então, as decisões econômicas estruturais.

Cuba continuará defendendo a verdade e a razão. Seu governo deve apenas aos cubanos, aos povos de Nossa América, bolivariana e martiniana.

Muito obrigado.

Fonte: CUBAINFORMACION
Tradução: Robson Luiz Ceron - Blog Solidários.

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