terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Revolução Cubana: resistência patriótica

Revolução Cubana - 50 anos | Arte: Brasil de Fato 

Por Pedro Belasco no 
Monitor Mercantil

Havana: 1º de janeiro constitui um acontecimento de particular importância. Foi quando, em 1959, os guerrilheiros entraram triunfalmente em Havana, conquistando a fortaleza de La Cabaña. Foi quando a Revolução Cubana triunfou, abrindo assim o caminho à governança socialista e à mudança de vida de todos os cubanos.

Momento crucial foi em 2 de dezembro de 1956, quando o pequeno iate Granma partiu do México e após uma dramática viagem atingiu o litoral de Nivero, uma pequena aldeia nas encostas de Sierra Maestra, em Cuba, trazendo 82 combatentes que desembarcaram decididos de derrubar o ditador Fulgêncio Batista e libertar seu país da dependência ao imperialismo estadunidense.

Mas, quando pisaram na praia, foram atacados e dizimados pela força aérea de Batista; somente 12 conseguiram escapar, entre eles Fidel Castro, seus irmão Raul, o lendário Ernesto "Che" Guevara, Camilo Cienfuegos e Juan Almeida.

Os primeiros fracassos e contrariedades não dobraram os revolucionários que subiram nas selvas de Sierra Maestra iniciando a organização do exército rebelde, que apoiou-se sobre os resultados político-militares obtidos pelo Movimento 26 de julho (data do ataque ao Quartel de Moncada por um punhado de guerrilheiros comandados pelo herói Frank Pais) como haviam sido denominados o Partido Popular Socialista de Cuba e o Diretório Revolucionário.

Esta atenta preparação da classe trabalhadora e das demais camadas populares contribuiu decisivamente para a bem sucedida evolução da luta revolucionária. Estas foram, também, as principais forças que se uniram com as Forças Revolucionárias Unidas, que resultaram na reestruturação do Partido Comunista de Cuba, em 1965, que tornou-se o poder líder no país socialista.

Enfrentar a reação

Em 1 de janeiro de 1959, a coluna de guerrilheiros liderada por Ernesto "Che" Guevara cercou e, depois de sangrenta batalha, conquistou e libertou Santa Clara. No dia seguinte, os revolucionários liderados por "Che" entraram, triunfalmente, em Havana, enquanto Batista já havia fugido do país e o regime já havia desabado.

Mas "Che", mostrando a integridade de seu caráter, retirou-se de Havana e permaneceu nas cercanias aguardando a chegada das demais colunas e do líder da Revolução, Fidel Castro, para que todos juntos entrassem em Havana e Fidel assumisse o cargo de primeiro-ministro do primeiro governo revolucionário.

Nos três primeiros anos da revolução, o povo cubano conseguiu enfrentar com sucesso a reação econômica interna e internacional e a reação militar com a escalada dos EUA, a lendária vitória na Baia dos Porcos e a derrota das forças mercenárias enviadas pelo imperialismo estadunidense.

Aqueles três dias de abril de 1961 constituíram a primeira fragorosa derrota do imperialismo no Hemisfério Ocidental. Em 72 horas, os invasores - cubanos "contras", mercenários estadunidenses e de outras nacionalidades e agentes da Agência Central de Inteligência (CIA) - foram derrotados, não sem perdas de vida de revolucionários cubanos que defenderam com seu sangue a pátria.

Com as duas "Proclamações de Havana" foi concluído o processo revolucionário dos primeiros anos. No grande comício de 16 de abril de 1961, data em que foram enterrados os revolucionários cubanos que tombaram na Baia dos Porcos em defesa da pátria cubana, Fidel Castro declarou - pela primeira vez - o caráter socialista da Revolução Cubana.

Melhoria de vida

Hoje, 51 anos depois, o povo cubano com suas lutas e seu esforço diário tem conseguindo inúmeras vitórias das quais sente-se orgulho. E tudo isso apesar dos inúmeros obstáculos, dos esforços do imperialismo para minar a união do povo cubano e o criminoso bloqueio, econômico, comercial e financeiro que impuseram e mantêm há décadas os sucessivos governos dos EUA.

O povo cubano tem conseguido, com todas as privações e dificuldades, elevar excepcionalmente suas condições de vida, garantindo seu direito à vida, ao trabalho, à educação e à saúde, direito este que conquistou com sua revolução.

Desde os primeiros momentos da Revolução, Cuba recebeu a ajuda internacionalista da União Soviética e demais países socialistas. Ajuda internacionalista análoga ofereceu e continua oferecendo Cuba à muitos povos do planeta, principalmente a países do denominado Terceiro Mundo, com a participação de milhares de cientistas e educadores cubanos em programas de assistência médico-farmacêutica e de alfabetização. Hoje, Cuba continua resistindo contra as pressões do imperialismo e defendendo seu sistema socialista.

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