Vejamos os pontos principais de seu conteúdo:
“Reunimo-nos no meio da transição crítica da crise para a recuperação no intuito de deixar para trás uma era de irresponsabilidade e de adotar um conjunto de políticas, regulações e reformas que se ajustem às necessidades da economia global do século XXI.”
“Comprometemo-nos hoje a manter nossa resposta vigorosa até que seja garantida uma recuperação duradoura".
“... comprometemo-nos a adotar as políticas necessárias para definir as bases de um crescimento vigoroso, sustentado e equilibrado para o século XXI.”
“Queremos crescimento sem ciclos extremos e mercados que incentivem a responsabilidade."
“...trabalharemos juntos para gerar um crescimento global vigoroso, sustentável e equilibrado. Precisamos de uma recuperação duradoura que gere os empregos que os nossos povos precisam.”
“Precisamos de crescimento entre os países que sejam mais sustentáveis e equilibrados, e reduzir nossos desequilíbrios.”
“Comprometemo-nos a evitar ciclos extremos de aumentos e quedas dos preços.”
“...daremos passos decisivos para atingir reformas estruturais que promovam a demanda privada e fortaleçam o crescimento potencial a longo prazo.”
“Não permitiremos um retorno ao comportamento habitual no setor bancário, lá onde a temeridade e a ausência de responsabilidade conduziram à crise.”
“Comprometemo-nos a agir de maneira conjunta para pôr fim às práticas que levaram a um excesso de assunção de riscos.”
“O G-20 será o principal fórum de nossa cooperação econômica internacional."
“Estamos comprometidos (no Fundo Monetário Internacional) a ceder como cota aos mercados emergentes dinâmicos e aos países em desenvolvimento, pelo menos, cinco por cento...”
“Um desenvolvimento econômico sustentável é essencial para a redução da pobreza.”
Fazem parte do G-20 os sete países mais industrializados e ricos: os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Grã Bretanha, França, Itália e Japão (mais Rússia); os 11 principais países emergentes: a China, Índia, Coréia do Sul, Indonésia, África do Sul, Brasil, Argentina, Austrália, Arábia Saudita, Turquia, México e a União Européia, com vários dos quais temos excelentes relações econômicas e políticas. Desde há três cúpulas, a Espanha e a Holanda participam como convidados.
A idéia de um desenvolvimento capitalista sem crise é a grande ilusão que os Estados Unidos e seus aliados tentam vender aos países de economia emergente que participam do G-20.
Quase a totalidade dos países do Terceiro Mundo que não são aliados dos Estados Unidos observa como eles imprimem moedas de papel que circulam em todo o planeta como divisas convertíveis sem garantia do ouro, compram ações e empresas, recursos naturais, bens móveis e imóveis e bônus da dívida pública, protegem seus produtos, despojam os povos de seus melhores cérebros e outorgam caráter extraterritorial a seus leis. Isto se acrescenta ao poder avassalador de suas armas e ao monopólio dos principais meios de informação.
As sociedades de consumo são incompatíveis com a poupança dos recursos naturais e energéticos que requerem o desenvolvimento e a preservação de nossa espécie.
A China, num breve período histórico e graças à Revolução, deixou de ser um país semicolonial e semifeudal, cresceu ao ritmo de mais de 10% durante os últimos 20 anos e tornou-se o principal motor da economia mundial. Jamais um enorme Estado multinacional atingiu semelhante crescimento. Hoje tem a mais elevada reserva de divisas convertíveis e é o maior credor dos Estados Unidos. A diferença é abismal relativamente aos dois países capitalistas mais desenvolvidos do mundo: os Estados Unidos e o Japão. As dívidas de ambos atingem, por sua vez, a cifra de 20 trilhões de dólares.
Os Estados Unidos já não podem ser um modelo de desenvolvimento econômico.
Partindo do fato de que nos últimos anos a temperatura do planeta aumentou 0,8 graus Celsius, no mesmo dia em que concluiu a Cúpula de Pittsburgh, a principal agência de notícias dos Estados Unidos publicou que a temperatura elevar-se-á “quase três graus Celsius entre o presente ano e o fim do século, inclusive se cada país reduzir suas emissões de gases de efeito estufa como propõem, segundo um relatório das Nações Unidas.”
“Um grupo de cientistas reviu os planos de emissões de 192 países e calculou o que poderia acontecer com o aquecimento global. As projeções levam em conta 80% das reduções aos poluentes dos Estados Unidos e da Europa para o ano 2050, que de por si, não são seguros.”
“O dióxido de carbono, derivado principalmente da utilização de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo, é a principal causa do aquecimento global que apanha a energia solar na atmosfera (...) a temperatura mundial já aumentou 0,8 graus Celsius”, acrescenta.
“Grande parte do aumento é devido às nações em desenvolvimento, que não tomaram grandes medidas para reduzir suas emissões de gases, indicaram os cientistas numa conferência de imprensa realizada na quinta-feira.”
“Encaminhamo-nos para uma série de mudanças muito sérias no nosso planeta’, disse Achim Steiner, diretor do programa ambiental da ONU.”
Por sua vez, Robert Corell, um importante especialista no clima estadunidense salientou que:
“...se os países em desenvolvimento reduzirem suas emissões em 80% e atingirem apenas a metade em 2050, o mundo sofrerá ainda um aumento de 1,7 graus Celsius.”
“...será igual a um aumento de 2,7 graus Celsius na temperatura mundial no fim do século, disse Corell. Os mandatários europeus e o presidente estadunidense Barack Obama estabeleceram a meta para limitar o aquecimento para um par de graus.”
O que ainda não explicaram é como irão atingir esse objetivo, e também não explicaram a contribuição do PIB para investir nos países pobres e compensar o dano provocado pelo volume de gás poluente que os mais industrializados lançaram para a atmosfera. A opinião pública mundial deve adquirir uma sólida cultura sobre a mudança climática. Ainda que não existisse o menor erro de cálculo a humanidade estará à beira do abismo.
Quando Obama se reunia em Pittsburgh com seus convidados do G-20 para falar sobre as delícias de Cápua, na Ilha Margarita da Venezuela começava a Cúpula de Chefes de Estado da UNASUL e da Organização da Unidade Africana. Lá se reuniram mais de 60 Presidentes, Primeiros-ministros e altos representantes de países da América do Sul e da África. Também participaram Lula, Cristina Fernández e o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, procedentes de Pittsburgh, para desfrutarem de uma Cúpula mais cálida e fraterna, na qual foram tratados com grande franqueza os problemas do Terceiro Mundo. O Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Rafael Chávez, brilhou e vibrou nessa Cúpula. Tive a agradável possibilidade de escutar as vozes de conhecidos e provados amigos.
Cuba agradece o apoio e a solidariedade que emergiu dessa Cúpula, onde nada foi esquecido.
Aconteça o que acontecer, os povos tomarão consciência de seus direitos e de seus deveres cada vez mais!
Que grande batalha vai ser travada em Copenhague!
27 de setembro de 2009.
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