quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Pela 1ª vez sem nenhum voto contra, ONU condena bloqueio dos EUA a Cuba

Resultado da votação que pedia o fim do bloqueio a Cuba na ONU:
191 a favor, nenhum contra e 2 abstenções
A Assembleia Geral da ONU voltou a pedir o fim do bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, pela 25ª vez consecutiva, em uma resolução nesta quarta-feira (26) que, pela primeira vez, foi aprovada sem nenhum voto contra.

O texto promovido pelo governo cubano recebeu 191 votos a favor e 2 abstenções, de EUA e Israel, países que tinham se pronunciado contra durante 24 anos seguidos.

A mudança de postura americana responde, segundo o governo americano, ao desejo do presidente Barack Obama de suspender o bloqueio, o que só será possível com o respaldo do Congresso do país, onde a maioria republicana pretende mantê-lo.


“A resolução é um exemplo perfeito de por que a política americana de isolar Cuba não estava funcionando”, defendeu ao anunciar a abstenção a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power.

“Em vez de isolar Cuba (…), nossa política isolava os EUA, incluindo aqui nas Nações Unidas”, acrescentou, em discurso que foi recebido com muitos aplausos das delegações.

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, considerou que a abstenção americana é “um passo positivo”, mas lamentou que essa política continue a ser uma realidade.

“É necessário, portanto, julgar pelos fatos. O importante e concreto é a desmontagem do bloqueio, mais que os discursos, as declarações de imprensa ou inclusive o voto de uma delegação nesta sala”, disse.

O texto aprovado pela Assembleia Geral da ONU reconhece a “vontade reiterada” de Obama de “trabalhar em prol da eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro” e classifica como “positivas” as medidas aprovadas para relaxá-lo. No entanto, defende que essas ações “continuam tendo um alcance limitado” e pede a derrubada total do bloqueio.

A Assembleia Geral da ONU aprova textos pedindo o fim do bloqueio a cada ano desde 1992.

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