quinta-feira, 14 de março de 2013

A Internacional Socialista de Venezuela e Cuba


A morte de Hugo Chávez virou para o povo cubano a “perda do melhor amigo em toda a sua história”. Esta opinião de Fidel Castro é compartilhada por muitos peritos, que preveem o advento de uma época difícil para a “Ilha da Liberdade”.

Durante a década passada Cuba tornou-se o principal aliado político e econômico da Venezuela, o que lhe ajudou muito a superar a fase mais aguda da crise, provocada pelo desmoronamento do campo socialista. No momento da morte de Chávez, Havana e Caracas colaboravam em dezenas de esferas da economia nacional e da indústria, assim como, na esfera humanitária. Dezenas de milhares de médicos e especialistas cubanos trabalham na Venezuela e esta última fornece todos os anos cerca de cem mil barris de petróleo para esta ilha. Por outro lado, Cuba não é tão desamparada assim, - afirma o vice-diretor do Instituto dos Países da América Latina Nikolai Kalashnikov.

"Existe a esperança de que futuramente o país consiga diminuir a sua dependência em relação aos fornecimentos do exterior. A Venezuela não lhe fornecia o petróleo de graça, mas por um preço privilegiado. Certamente, se estes fornecimentos forem cessados ou diminuídos, Cuba vai sofrer um golpe econômico rude. Quero ressaltar que estes fornecimentos começaram em 2004. Até então Cuba resolvia os seus problemas sem a ajuda aberta por parte da Venezuela. Afinal de contas, existem outros países que podem lhe prestar alguma forma de ajuda."

Para Cuba é muito importante que a bandeira do “chavismo” seja levantada se não por um político equivalente a Chávez, - no presente momento não se vê nenhum político deste quilate, - mas pelo menos por continuador fiel da sua causa. A candidatura mais próxima é o presidente interino da Venezuela Nicolás Maduro. Ele já prometeu que a Venezuela e Cuba sempre serão aliados. Ao mesmo tempo, a morte de Chávez fará cedo ou tarde as autoridades cubanas a empreender reformas. Fala novamente Nikolai Kalashnikov.

"Realiza-se uma transformação daquilo que existia na época em que a União Soviética prestava a Cuba “ajuda fraternal”. Agora os cubanos são forçados a adaptar-se a realidades. Por isso, em Cuba foi permitido o pequeno negócio particular e as companhias estrangeiras obtiveram acesso ao mercado cubano."

No entanto, o papel do Estado e da economia de planejamento continua em vigor. Pode-se afirmar, portanto, que por enquanto o socialismo em Cuba existe realmente.

Fala Boris Martynov, vice-diretor do Instituto dos países da América Latina, encarregado do trabalho científico.

"Cuba entrou no processo de uma reforma não radical e bastante prolongada. Os cubanos utilizam a experiência da Rússia pós-soviética. Não querem que se repita o “desabe” da década de 90, tanto mais que a vida dos cubanos já é bastante difícil. E aí um papel relevante coube à Venezuela que conseguiu substituir a União Soviética no mercado cubano de energia."

Apesar de tudo, as mudanças se dão. Este processo começou na época de gestão de Raúl Castro. Em abril de 2011 o congresso do Partido Comunista de Cuba aprovou um pacote de reformas, destinadas a tornar a economia local mais próxima da economia de mercado e mais aberta.

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