domingo, 20 de maio de 2012

Ética da Revolução cubana evidenciada em tratamento de prisioneiros


 
Havana, 19 de maio - Prensa Latina

O tratamento respeitoso e humano aos prisioneiros evidencia a ética da Revolução cubana desde sua germinação nas montanhas da Sierra Maestra, consideraram aqui participantes nessa gesta.

Os combates no oriente da ilha contra a ditadura de Fulgencio Batista, nas areias de Praia Girón e as terras da África, onde cumpriram uma missão internacionalista milhares de cubanos são -segundo Antonio Llibre e José Hembel Tamayo- provas dessa postura invariável.

Em diálogo com a Prensa Latina, os outrora integrantes do Exército Rebelde recordaram seu passo pelas montanhas e por diferentes etapas posteriores ao triunfo da Revolução de 1 de janeiro de 1959.

Cheguei em março de 1958 à Sierra Maestra, desde então vi muitos prisioneiros, alguns deles responsáveis por atrocidades contra camponeses e população civil, comentou Llibre, um advogado próximo a cumprir 80 anos.

De acordo com o atual membro da União de Juristas de Cuba, especializado em temas de direito internacional, nunca observou ou escutou torturas, golpes ou maltratos aos detentos.

"As ordens de Fidel Castro eram claras: ninguém podia tocá-los e devíamos atender aos inimigos feridos durante os combates, tudo isso apesar de ser uma guerra e sofríamos a perda de colegas muito queridos", recordou.

Para o jurista, essa conduta contrasta com a que sofreu em carne própria em sua época na luta clandestina nas planícies, pouco antes de subir à Sierra Maestra, onde terminou a guerra como ajudante de Fidel Castro.

Estive duas vezes detido, e fui selvagemente torturado e golpeado até perder a lucidez, inclusive na segunda ocasião de encarceramento salvei a vida por milagre, "porque para um dos oficiais me parecia demasiado com seu único filho", precisou.

Llibre participou na etapa da luta rebelde na entrega de prisioneiros à Cruz Vermelha, ações das quais guarda memória gráfica.

Entregávamos os oficiais e guardas sem um arranhão, a não ser que resultassem feridos nos combates, e nesses casos devolvíamo-los com toda a atenção médica a nosso alcance; inclusive, aos oficiais deixávamos-lhes sua arma de regulamento durante o cativeiro, algo que lhes parecia surpreendente, expôs.

Llibre considera que o trato a prisioneiros foi em mais de cinco décadas uma das mostras inegáveis da moral e da ética da Revolução cubana.

Fidel Castro fez do respeito aos detentos uma tradição reconhecida até por nossos inimigos, política presente a 1961 em Praia Girón, quando derrotamos em menos de 72 horas a invasão organizada pelos Estados Unidos e capturamos milhares de mercenários, depois trocados por compotas, afirmou.

Também José Hembel Tamayo rememorou sua época como barbudo na Segunda Frente Oriental Frank País.

Subi a princípios de 1958 porque na minha Mayarí natal já "estava fichado por revoltoso e me iam matar", assinalou o aposentado de 85 anos.

Segundo Tamayo, nas colinas foi fotógrafo até o triunfo de 1959 e ademais tocou-lhe cuidar a prisioneiros.

"A princípio não compreendia coisas como os detentos, alguns assassinos, comerem o mesmo que nós e primeiro que nós, mas depois entendi o ético dessa maneira de atuar", disse.

De acordo com Tamayo, em Praia Girón e em Angola, onde também esteve, sempre se respeitou aos capturados em combate.

Tem sido uma linha reta da Revolução e de Fidel jamais maltratar um prisioneiro, vivi-o em Girón e na África; ainda que em Angola não participei diretamente em ações militares, muitos de meus colegas confirmam-no, agregou.

msl/wmr/cc

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