terça-feira, 20 de julho de 2010

Nossa opinião em relação aos mercenários!


Os “Prisioneiros de consciência” são pessoas encarceradas ou limitadas em sua liberdade de movimento por sua convicção política, religiosa ou outra - sua procedência étnica, seu sexo, sua orientação sexual, sua cor ou idioma - e que não utilizaram nem tão pouco incitaram a violência. O termo “preso político” é menos concreto: refere-se àqueles que utilizaram ou incitaram à violência, de acordo com a explicação acima.
Agora analisaremos os presos cubanos usando como base o trecho acima. O preso Tamayo, que suicidou, era um criminoso comum, como qual quer um que tem no Brasil. Durante sua vida de delinqüente foi recrutado, em 2001, por agentes do imperialismo e passou a adotar um caráter de prisioneiro político. Mas sua condenação não tinha nada a ver com que ele pensava, sobre o governo, mas sim com seus atos criminosos, baseado na constituição do país...

Os “52” que Frei Beto faz referência no artigo abaixo, que na verdade eram 75, porém muitos já foram libertados antes, não eram presos de delitos comuns e muito de menos presos políticos, já que ainda não tinham incentivado ou praticado a violência contra o regime cubano. Mas também não eram presos de consciência, mesmo que pensassem e defendessem credos e opiniões diferentes do governo cubano...
Eles foram presos em 2003 e condenados em 2004 sob a acusação de crimes contra a independência, a integridade territorial de Cuba e soberania nacional. Foram condenados por trair a pátria á serviço da principal potência imperialista de nosso tempo, os EUA, inimiga de Cuba. Ou seja, foram condenados por receber dinheiro dos EUA e conspirar em favor de ameaça estrangeira. A punição há traidores está presente em qual quer legislação, inclusive nas mais democráticas. Esses argumentos nos levam a classificar esses 52 (ou 75) prisioneiros de mercenários.
Essa é opinião do Blog Solidários, nesse quesito, bem diferente da opinião de Frei Beto, autor do artigo abaixo.

Cuba: Estado e Igreja em parceria
Por Frei Beto
Como entender que o Estado cubano, num país socialista, aceite a mediação da Igreja Católica para libertar presos de consciência, como lá são chamados os presos políticos? A figura central nesse processo é o cardeal Jaime Ortega, 73, arcebispo de Havana. Hábil negociador, ele foi vítima, no passado, do sectarismo esquerdista que, sob influência da União Soviética, atiçou a perseguição religiosa. Ainda seminarista, nos anos 60 Ortega foi enviado a um campo de "reeducação ideológica". Apesar disso, jamais demonstrou ressentimento e nem se aliou aos que deram as costas à Revolução.
O período esquerdista da Revolução cubana - repudiado publicamente por Fidel - congelou as relações Igreja-Estado. Entre 1964 e 1981, bispos e autoridades não se falaram.
Ao me encontrar com Fidel pela primeira vez, em 1980, ele me fez a proposta de intermediar a retomada do diálogo. No ano seguinte, participei da reunião da conferência episcopal, em Santiago de Cuba, quando expus a proposta. Os bispos a acolheram como um sinal positivo. Pouco depois, Fidel os recebeu audiência. Em 1985, o líder cubano concedeu-me longa entrevista sobre a questão religiosa, publicada sob o título "Fidel e a Religião". O livro causou impactou na população, cuja religiosidade possui forte raiz sincretista, mescla entre catolicismo e tradições de origem africana. Era a primeira vez que um dirigente comunista no poder abordava o tema da fé de modo respeitoso e, inclusive, admitindo que sua formação religiosa aprimorara-lhe o caráter. Num país de 11 milhões de habitantes, 1,3 milhão de cópias foram editadas até hoje.
Na opinião de um bispo cubano, o livro "tirou o medo dos cristãos e o preconceito dos comunistas". Em 1986, a Igreja promoveu o Encontro Eclesial Cubano, versão local de um miniconcílio para traçar novas diretrizes pastorais.
O bom entendimento entre Igreja e Estado viu-se subitamente interrompido pela queda do Muro de Berlim. O cardeal Law, de Boston, ao pregar o retiro dos bispos, insistiu que o efeito dominó da falência do socialismo não pouparia Cuba e os bispos, à semelhança do episcopado polonês, deveriam se assumir como novos Moisés capazes de conduzir o povo à democracia...
Em janeiro de 1990, Fidel veio ao Brasil à posse do presidente Collor. Fui ao seu encontro em Brasília. Insisti na continuidade do diálogo e, pouco depois, desembarquei em Havana para entrevistar-me com Jaime Ortega. Foi a primeira e única vez que o vi pessimista. Não acreditava que o governo tivesse boas intenções. Talvez esperasse, para breve, o fim da Revolução.
Cuba não foi atingida pelo furacão neoliberal que assolou o Leste europeu e uma série de circunstâncias favoreceu a visita do papa João Paulo II ao país, em 1998. Fidel convidou a mim e a um grupo de teólogos, entre eles Leonardo Boff, para assessorá-lo no decorrer da visita papal. Cabia-nos "decifrar" a linguagem e os protocolos eclesiásticos.
O êxito da viagem - o papa não condenou o regime cubano, como queria Bush, e elogiou suas conquistas sociais - e a empatia que se criou entre Fidel e Woityla, reabriram os canais de diálogo. Porém, Fidel, por razões de saúde, se afastou do comando do governo em 2006, quando então Raúl Castro assumiu.
Intensifiquei minhas viagens a Havana para aprofundar a questão religiosa com Raúl e Caridad Diego, chefe da Oficina de Assuntos Religiosos (uma espécie de Ministério do Culto). Decidiu-se comemorar, em março último, os 25 anos de lançamento de "Fidel e a Religião". Todas as denominações religiosas atuantes no país foram convidadas. Raúl esteve presente e lamentou que nenhum bispo católico tivesse comparecido.
Na mesma noite, jantamos juntos. Falamos da ação pastoral da Igreja Católica junto aos prisioneiros e de como a Revolução só teria a ganhar com a libertação dos presos de consciência, sem acusações de delitos de sangue ou atos terroristas.
A 10 de maio Raúl Castro recebeu, pela primeira vez, o cardeal Jaime Ortega. A conversou prolongou-se por cinco horas. O arcebispo solicitou a transferência dos presos para locais próximos às suas famílias e mostrou a disposição da Igreja em colaborar para que fossem anistiados. O governo considerou que valia a pena apostar na proposta do cardeal e, assim, evitar gestos extremistas, de ampla repercussão internacional, como greves de fome levadas às últimas consequências.
Jaime Ortega nada tem de progressista e, muito menos, de anticomunista. Seu papel, como pastor, é criar condições favoráveis à evangelização do povo cubano. E ele sabe que iniciativas humanitárias como a libertação de prisioneiros não apenas reforçam o prestígio da Igreja mas, sobretudo, testemunham profunda fidelidade ao Evangelho. E, de quebra, dão provas da tolerância da Revolução.
O que tanto a Igreja quanto o Estado mais esperam, agora, é que Obama liberte os cinco cubanos presos nos EUA, desde 1998, acusados de espionagem. Esta a condição para a retomada de um diálogo positivo entre Washington e Havana, tendo em vista a suspensão do bloqueio imposto pelos EUA a Cuba.

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