domingo, 10 de julho de 2022

Médicos brasileiros lançam nota de solidariedade a Cuba

Médicos formados em Cuba e no Brasil se solidarizam com Cuba | Foto: Deposit Fhotos

Por Sturt Silva 

Uma declaração assinada pelo Coletivo de Médicas e Médicos formados em Cuba, pela Associação Nacional de Medicina Maíra Fachini e pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares enaltece a cooperação internacional cubana, afirmando que Cuba não oferece o que lhe sobra, mas o que tem de melhor. 

"A cooperação médica cubana iniciou nos anos 60 com o envio de médicos à Argélia, passando pela entrega de bolsas para formação de jovens oriundos de países do sul global, cuidado às crianças afetadas pelo desastre de Chernobyl, colaboração no terremoto no Haiti, no enfrentamento à Ebola na África, na formação gratuita de 30 mil médicos de mais de 100 países pela Escola Latino-americana de Medicina, e na recente resposta à pandemia da Covid-19 onde enviou cerca de 2 mil médicos para mais de 30 países sem pedir nada em troca, chegando a ser indicada ao Prêmio Nobel da paz em 2020".

A declaração também ressalta que há mais de 60 anos, Cuba enfrenta um bloqueio econômico desumano, campanhas de difamação, desinformação, sabotagem e roubo de cérebros, reforçados pelas duras medidas restritivas adotadas durante os dois últimos governos estadunidenses. 

Mesmo assim, Cuba não desistiu de priorizar uma campanha massiva de combate à Covid-19 e investir  na produção de vacinas próprias, alcançando assim uma das melhores respostas globais à pandemia. 

Por fim, os médicos brasileiros reafirmam solidariedade a Cuba, repúdio aos grupos golpistas internos e condenam as ações dos EUA contra à ilha socialista. 

Leia a nota completa:

MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE À CUBA

Cuba possui uma longa trajetória de cooperação internacional baseada na solidariedade, oferecendo não o que lhe sobra e sim o que tem de melhor. A cooperação médica cubana iniciou nos anos 60 com o envio de médicos à Argélia, passando pela entrega de bolsas para formação de jovens oriundos de países do sul global, cuidado às crianças afetadas pelo desastre de Chernobyl, colaboração no terremoto no Haiti, no enfrentamento à Ebola na África, na formação gratuita de 30 mil médicos de mais de 100 países pela Escola Latino-americana de Medicina, e na recente resposta à pandemia da Covid-19 onde enviou cerca de 2 mil médicos para mais de 30 países sem pedir nada em troca, chegando a ser indicada ao Prêmio Nobel da paz em 2020.

Há mais de 60 anos a ilha enfrenta um desumano bloqueio econômico, campanhas de difamação, desinformação, sabotagem e roubo de cérebros, reforçados por mais de 200 medidas restritivas tomadas durante o governo Trump, acentuadas com os efeitos da pandemia e a impossibilidade da ilha em receber turistas (segunda fonte de dólares do país), impactando duramente a economia cubana e sua população. Ainda assim, Cuba não abriu mão de priorizar uma massiva campanha de enfrentamento ao Covid-19 e investir em seu amplo complexo industrial de biotecnologia que produziu quatro vacinas próprias, alcançando uma das melhores respostas globais ao evento.

O enfrentamento a esta crise e aos desafios comuns que virão, passam pela solidariedade, pelo entendimento da saúde como um direito humano e pela cooperação internacional, valores inerentes à prática humanista que tem guiado Cuba e que necessitam ser fortalecidos na atual conjuntura global.

A indignação contra esta ordem injusta nos mobiliza a prestar solidariedade ao país que tanto exemplo nos deu do que seria um mundo pautado na cooperação fraterna entre os povos. Em consequência disso, nos somamos aos Movimentos que brindam solidariedade na defesa da soberania do povo cubano e nos colocamos como aliados e na luta contra a injusta ordem do governo estadunidense em permanecer com as medidas de  bloqueio econômico à ilha cubana.

Por isso, nós, profissionais formados em Cuba - fruto dessa solidariedade - iniciamos este Movimento de Solidariedade e anunciamos nosso repúdio ao Movimento, autodenominado, 11J que teve início em 11/07/2021, quando foram realizadas manifestações em diversos locais de forma violenta com depredação e saques de lojas, destruição de carros e até de uma clínica infantil. No episódio, foi utilizado fotos e vídeos falsos, pela grande mídia internacional, para construir notícias falsas sobre a ilha e seu povo.

Manifestações estas que não tiveram caráter espontâneo, como divulgado por seus seguidores, devido sua ocorrência quase simultânea em diversos locais e quase imediatamente publicadas em mídias sociais internacionais.

Tentaram usar o argumento que artistas, sobretudo do cenário hip hop cubano, buscavam realizar mudança no regime cubano, utilizando argumento de “aumento da consciência social”, quando de fato publicações recentes de subvenções da National Endowment for Democracy (NED) – organização vinculada à CIA, criada no governo Reagan – que, na verdade, revelam a tentativa de Washington de infiltração na cena artística cubana para conseguir uma mudança de regime na ilha à força, valendo-se do discurso de “revolta popular”, além do que muitos dos participantes envolvidos nos acontecimentos violentos já tinham passagem pela polícia previamente.

Por tudo exposto, reiteramos nosso incondicional  apoio ao governo cubano e aclamamos pela manutenção  da soberania  do povo cubano e da imediata queda do bloqueio econômico  à CUBA!!

VIVA CUBA LIBRE E SOBERANA!!

Brasil, 09 de Julho de 2022

Assinam:

1. Coletivo de médicas e médicos graduados em Cuba.
2. Associação Médica Nacional – Maíra Fachini -AMN-MF.
3. Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares - RNMMP.

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