sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Hoje na História : 1895 – Começa a segunda guerra pela independência de Cuba

Campos de concentração espanhois matariam mais de 500 mil pessoas


Por Max Altman no Opera Mundi 

Começa no dia 24 de fevereiro de 1895 a segunda guerra de independência de Cuba. Três décadas depois da primeira tentativa de emancipação, os EUA valeram-se do pretexto da repressão desencadeada pelo governo espanhol para entrar em guerra contra Madri e despojá-la de suas últimas colônias na América Latina e na Ásia.

A eclosão deste segundo conflito ocorreu graças ao Partido Revolucionário Cubano, fundado um mês antes nos EUA pelo escritor cubano José Marti, "O Apóstolo". Os comandantes da Primeira Guerra de Independência, Antonio e José Maceo, que estavam refugiados na vizinha ilha de São Domingos, atual República Dominicana, se uniriam à nova rebelião.

O governador militar espanhol, general Valeriano Weyler, reage com brutalidade e proclama a lei marcial. As hostilidades voltam-se então rapidamente contra os cubanos independentistas.

No dia 19 de maio de 1895, José Marti é morto na batalha de Dos Rios, na região oriental da ilha. José Maceo por sua vez, seria assassinado em 5 de julho de 1896 na batalha de Loma del Gato. Por fim, em 7 de dezembro do mesmo ano, seria a vez de Antonio Maceo, em Punta Brava.

O general Weyler descobriria uma aplicação inédita para o arame farpado, uma invenção de meados do século XIX utilizada nas grandes planícies norte-americanas para cercar as manadas de gado e proteger os campos. O artefato permitia instalar "campos de concentração" e ali reunir os camponeses das zonas rebeladas sob a vigilância de um número muito pequeno de guardas. Cerca de meio milhão de pessoas morreriam de fome ou de doenças nessas espécies de campo de concentração.

O século XX já havia começado e os horrores se alastravam. Nos EUA, a opinião pública se fortalece e denuncia insistentemente os "campos da morte". Em novembro de 1897, deparando-se com um conflito sem saída, o governo de Madri propõe autonomia a Cuba, mas a oferta é rejeitada pelos rebeldes.

Faltou ao governo espanhol, contudo, uma voz de autoridade. O país era dirigido por uma regente, a rainha-mãe, tutora do rei coroado, Alfonso XIII, de apenas 12 anos.

Em Washington, por sua vez, o presidente William McKinley se recusava a intervir para que a ilha fosse libertada. Envia em janeiro de 1895, para fazer uma visita de amizade a Havana e acalmar a inquietação dos empresários e proprietários de terra norte-americanos em Cuba, o cruzador Maine.

Quem poderia prever que esta “visita de amizade” pudesse se transformar numa guerra entre a Espanha e os EUA?

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