[Postamos abaixo mais um texto de Paulo Jonas de Lima Piva, pós-doutor em filosofia pela FAPESP e doutor em filosofia pela USP. Além disso, ele é escritor, com vários livros e artigos publicados, editor do blog “O Pensador da Aldeia” e defensor da Revolução Cubana. O texto a seguir refere-se a mais um ataque feito pela mídia brasileira à Revolução Cubana.]
A campanha do IG contra a Revolução Cubana
por Paulo Jonas de Lima Piva
É difícil, mesmo para as pessoas que se creem esclarecidas, não deixar de acreditar no que dizem e mostram ostensivamente os grandes meios de comunicação de massa, afinal, eles se tornaram onipresentes e gozam da reputação de oráculos junto à maioria da população. O site IG, por exemplo, uma empresa do grupo Bandeirantes, salvo engano, esta, por sua vez, uma empresa de comunicação ligada ao latifúndio brasileiro, escreve reiteradamente contra o regime cubano, e sempre com um tom catastrófico e unilateral, fazendo coro com a falta de pluralidade que existe na grande mídia brasileira, esta, sempre conservadora e historicamente contrária à Revolução Cubana. Jamais o IG publica posts com opiniões contrárias à da linha ideológica da empresa do site que é fomentar a imaginação dos seus leitores contra o regime.
Quem lê o IG tem a impressão de que o regime cubano vai cair amanhã, e de uma forma trágica, como aconteceu recentemente no Egito. Esta parece ser a intenção maior dos editores do IG: convencer os seus leitores de que o que existe em Cuba é igual ao que existe no Egito, no Irã ou na Líbia.
É muito fácil meter o pau em Cuba deixando de lado a sua história, descontextualizando a luta e os sacrifícios que foram necessários para a construção do socialismo na ilha. É muito fácil estigmatizar o regime jogando para debaixo do tapete os efeitos destruidores do bloqueio econômico estadunidense, o qual perdura contra o povo cubano há mais de cinquenta anos. Não se vê uma matéria do IG mostrando as realizações positivas da Revolução. Só desgraça. Assim é muito fácil. E como no Brasil impera uma ditadura midiática de uma oligarquia familiar, uma falta de pluralidade de interpretações, uma única visão dos fatos, tudo o que aqui se diz sobre Cuba sempre será negativo e todo mundo, até aqueles que se acham muito esclarecidos, acabam se rendendo às interpretações negativas, como as do site IG. Esquecer todas as sabotagens militares e econômicas, todos os atentados e desrespeitos à soberania desse pequeno país cometidos pelo imperialismo norte-americano e pela sua aliada de primeira ordem, a criminosa burguesia cubana exilada em Miami, é muita covardia e má-fé.
Muitos sim são os cubanos que querem sair de Cuba para tentar uma outra vida na Europa ou nos EUA, como também são muitos os brasileiros, chilenos, colombianos, mexicanos, argentinos e uruguaios embasbacados pela propaganda do "American way of life" que acham que o glamour da vida burguesa é de fato acessível a qualquer mortal nesses lugares. Conversei com muitos cubanos em Havana, e muitos deles não acreditam que no Brasil famílias inteiras morem debaixo de pontes ou que remédios são vendidos como se vendem run ou charuto. Não é possível que um Brasil tão festivo como o Brasil tenha brasileiros vivendo assim, exclamam os cubanos desconfiados.
Cuba, de fato, não é um paraíso. Cuba é sim um país que enfrenta dificuldades, mas que superou muitas delas, sobretudo no campo social, dificuldades que muitos outros países, incluindo o Brasil, ainda não superaram. Cuba é um país de economia pouco desenvolvida, pois até 1959, ano da Revolução, servia apenas de cassino, prostíbulo, latifúndio e de base militar para os endinheirados e poderosos dos EUA. Não podemos nos esquecer que o mafioso Al Capone fez de Havana, antes da Revolução, seu quartel-general para vender bebidas, drogas e meninas pobres menores de idade. Colônia dos EUA até 1959, Cuba nunca foi industrializada pelos seus exploradores estrangeiros. Estes nunca se preocuparam em desenvolver de verdade a economia da ilha. Ser um prostíbulo, um latifúndio da United Fruit e um cassino da burguesia norte-americana para se diverir nos finais de semana já lhe bastava. Este era o destino de Cuba no entender dos interesses dos EUA. A propósito, no século XIX, os EUA tentaram comprar Cuba do império espanhol como se compra um lote num condomínio, tratando Cuba não como uma nação, como um povo com sua cultura e identidade, mas como um simples pedaço de terra que poderia imcrementar geopoliticamente a "terra da liberdade e das oportunidades". A Espanha se recusou a vendê-la, mas acabou perdendo-a para os EUA algumas décadas depois.
Cuba poderia ser melhor se não houvesse o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto covardemente pelos EUA; poderia ser bem melhor se sua soberania fosse respeitada pelo governo norte-americano; poderia ser bem melhor se a CIA não promovesse tanto horror na ilha, com tantos atentados, barbaridades estas que os meios de comunicação brasileiros comprometidos com os interesses ideológicos e financeiros dos EUA, não divulga, como é o caso do site IG.
As pressões foram e continuam sendo muitas. A corrosão do nível de vida dos habitantes da ilha é inevitável. Quando o bloco socialista ainda existia, as dificuldades do país do socialismo eram bem menores. Mas, mesmo com a solidariedade de países como a Venezuela, viver em Cuba exige lá seus sacrifícios, como exigem também as vidas dos brasileiros assalariados nas grandes capitais, dos norte-americanos desempregados e sem seguro saúde, dos franceses da periferia de Paris ou dos alemães da antiga Alemanha Oriental. Viver em Cuba tem seus prós e seus contras, como deve haver também em países de altas taxas se suicídio, como Finlândia e Japão.
O povo cubano quer mudanças sim, obviamente, mas mudanças que não coloquem em risco as conquistas da Revolução. O povo cubano quer melhores salários sim, quer ter acesso às bugigangas da sociedade de consumo sim, quer melhores empregos sim, mas sem que tudo isso custe a privatização do seu bem-sucedido sistema de saúde ou a gratuidade da sua educação, do maternal ao doutorado, uma referência mundial. Que as mudanças em Cuba sejam para o melhor e não que façam o país retroceder ao latifúndio, ao analfabetismo, ao desemprego, à falta de saneamento básico e de moradias, à desnutrição infantil, enfim, à barbárie de quando o país era absolutamente subserviente aos interesses do imperialismo norte-americano. E quem tem de conduzir essas transformações é o próprio povo cubano e de forma alguma o governo dos EUA por meio da CIA, tampouco a grande mídia internacional financiada pelos dólares estadunidenses.
É muito fácil meter o pau em Cuba deixando de lado a sua história, descontextualizando a luta e os sacrifícios que foram necessários para a construção do socialismo na ilha. É muito fácil estigmatizar o regime jogando para debaixo do tapete os efeitos destruidores do bloqueio econômico estadunidense, o qual perdura contra o povo cubano há mais de cinquenta anos. Não se vê uma matéria do IG mostrando as realizações positivas da Revolução. Só desgraça. Assim é muito fácil. E como no Brasil impera uma ditadura midiática de uma oligarquia familiar, uma falta de pluralidade de interpretações, uma única visão dos fatos, tudo o que aqui se diz sobre Cuba sempre será negativo e todo mundo, até aqueles que se acham muito esclarecidos, acabam se rendendo às interpretações negativas, como as do site IG. Esquecer todas as sabotagens militares e econômicas, todos os atentados e desrespeitos à soberania desse pequeno país cometidos pelo imperialismo norte-americano e pela sua aliada de primeira ordem, a criminosa burguesia cubana exilada em Miami, é muita covardia e má-fé.
Muitos sim são os cubanos que querem sair de Cuba para tentar uma outra vida na Europa ou nos EUA, como também são muitos os brasileiros, chilenos, colombianos, mexicanos, argentinos e uruguaios embasbacados pela propaganda do "American way of life" que acham que o glamour da vida burguesa é de fato acessível a qualquer mortal nesses lugares. Conversei com muitos cubanos em Havana, e muitos deles não acreditam que no Brasil famílias inteiras morem debaixo de pontes ou que remédios são vendidos como se vendem run ou charuto. Não é possível que um Brasil tão festivo como o Brasil tenha brasileiros vivendo assim, exclamam os cubanos desconfiados.
Cuba, de fato, não é um paraíso. Cuba é sim um país que enfrenta dificuldades, mas que superou muitas delas, sobretudo no campo social, dificuldades que muitos outros países, incluindo o Brasil, ainda não superaram. Cuba é um país de economia pouco desenvolvida, pois até 1959, ano da Revolução, servia apenas de cassino, prostíbulo, latifúndio e de base militar para os endinheirados e poderosos dos EUA. Não podemos nos esquecer que o mafioso Al Capone fez de Havana, antes da Revolução, seu quartel-general para vender bebidas, drogas e meninas pobres menores de idade. Colônia dos EUA até 1959, Cuba nunca foi industrializada pelos seus exploradores estrangeiros. Estes nunca se preocuparam em desenvolver de verdade a economia da ilha. Ser um prostíbulo, um latifúndio da United Fruit e um cassino da burguesia norte-americana para se diverir nos finais de semana já lhe bastava. Este era o destino de Cuba no entender dos interesses dos EUA. A propósito, no século XIX, os EUA tentaram comprar Cuba do império espanhol como se compra um lote num condomínio, tratando Cuba não como uma nação, como um povo com sua cultura e identidade, mas como um simples pedaço de terra que poderia imcrementar geopoliticamente a "terra da liberdade e das oportunidades". A Espanha se recusou a vendê-la, mas acabou perdendo-a para os EUA algumas décadas depois.
Cuba poderia ser melhor se não houvesse o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto covardemente pelos EUA; poderia ser bem melhor se sua soberania fosse respeitada pelo governo norte-americano; poderia ser bem melhor se a CIA não promovesse tanto horror na ilha, com tantos atentados, barbaridades estas que os meios de comunicação brasileiros comprometidos com os interesses ideológicos e financeiros dos EUA, não divulga, como é o caso do site IG.
As pressões foram e continuam sendo muitas. A corrosão do nível de vida dos habitantes da ilha é inevitável. Quando o bloco socialista ainda existia, as dificuldades do país do socialismo eram bem menores. Mas, mesmo com a solidariedade de países como a Venezuela, viver em Cuba exige lá seus sacrifícios, como exigem também as vidas dos brasileiros assalariados nas grandes capitais, dos norte-americanos desempregados e sem seguro saúde, dos franceses da periferia de Paris ou dos alemães da antiga Alemanha Oriental. Viver em Cuba tem seus prós e seus contras, como deve haver também em países de altas taxas se suicídio, como Finlândia e Japão.
O povo cubano quer mudanças sim, obviamente, mas mudanças que não coloquem em risco as conquistas da Revolução. O povo cubano quer melhores salários sim, quer ter acesso às bugigangas da sociedade de consumo sim, quer melhores empregos sim, mas sem que tudo isso custe a privatização do seu bem-sucedido sistema de saúde ou a gratuidade da sua educação, do maternal ao doutorado, uma referência mundial. Que as mudanças em Cuba sejam para o melhor e não que façam o país retroceder ao latifúndio, ao analfabetismo, ao desemprego, à falta de saneamento básico e de moradias, à desnutrição infantil, enfim, à barbárie de quando o país era absolutamente subserviente aos interesses do imperialismo norte-americano. E quem tem de conduzir essas transformações é o próprio povo cubano e de forma alguma o governo dos EUA por meio da CIA, tampouco a grande mídia internacional financiada pelos dólares estadunidenses.
A luta contra Cuba é covarde, é massacrante, ideologicamente, economicamente, politicamente e midiaticamente falando. Não sejamos mais um aliado desse jogo sórdido do império norte-americano nem da máfia cubana de Miami contra a Revolução, essa mesma máfia e esse mesmo império que se locupletaram à custa do povo trabalhador cubano durante a ditadura sangrenta de Fulgência Batista derrubada por Fidel e pelos seus heróis barbudos.
Texto retirado do blog do autor : http://opensadordaaldeia.blogspot.com/
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