segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cônsul cubano visita Sindaspi/SC: Um novo olhar sobre Cuba


Fotos: Alexandre Brandão

O cônsul-geral de Cuba, Lázaro Mendez Cabrera, acompanhado de diretores da Associação Cultural José Martí (SC), visitou do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e Informações de Santa Catarina (Sindaspi-SC).

Cônsul cubano visita Sindaspi



Leia o texto produzido pela assessoria de imprensa do sindicato:

A falta de conhecimento, o preconceito, a influência da mídia, a ignorância de algumas pessoas que preferem acreditar no embargo criminoso dos EUA contra Cuba, sem enxergar a ganância estadunidense que há séculos impõe ao mundo sua forma capitalista e consumista de ser. Tudo isso faz com que muitas pessoas não consigam compreender como um povo vive, pior, nem mesmo respeitar.

Receber no Sindaspi a visita do cônsul cubano, Lázaro Mendez Cabrera, representa muito mais que simplesmente a troca de experiências entre dois países. Aprender com um povo que respeita seus trabalhadores e seu povo em sua essência deveria ser obrigatório a todas as nações. Todos os Cubanos têm direito a saúde e a educação totalmente gratuitas. A cultura é acessível e barata para todos. O trabalhador brasileiro trabalha 5 meses todos os anos somente para pagar os impostos que o governo cobra. Grande parte de seu salário ainda é gasto mensalmente com saúde e educação (caríssimas no Brasil). Cultura? A fora os grandes centros, na maioria das cidades sai muito caro para um trabalhador freqüentar cinema, teatro, shows com o que sobra de seu salário.

Compreender como um povo consegue dar gratuitamente aquilo que há de mais essencial a vida de qualquer ser humano é o início de uma transformação no pensar, no agir, no ser. Fala-se tanto em dignidade, em qualidade de vida, em um Brasil que dê condições mínimas de se viver, porém poucos exigem saúde e educação – o único caminho para uma transformação real no país. Muito se critica, se julga, mas, pouco se faz – menos ainda se busca aprender e conhecer. Parece mais fácil viver com a máscara do preconceito.

Quando um ente diz Adeus

Emociona ouvir do cônsul que em Cuba ninguém paga por um funeral. O governo entende que os familiares já estão muito tristes e sofridos com a perda do ente querido, e que ainda ter que se preocupar com gastos extras seria muita falta de sensibilidade com seu povo. E lembra que a cobrança originalmente iniciou-se com a Igreja Católica – que, aliás, por muito tempo cobrou por um lugar ao céu também. Hoje em dia, é tão lucrativo ser dono de cemitério que empresas privadas já fizeram desse momento um grande negócio.

Sindicalismo em Cuba

95% dos trabalhadores cubanos são sindicalizados e participam ativamente das suas decisões. Mas a grande diferença com o Brasil, é que lá é proibido qualquer desconto da remuneração para os sindicatos, nem mensalidade é permitida. Se um trabalhador quiser contribuir ou fazer parte de uma organização sindical, ele deve comparecer a organização e fazer uma colaboração espontânea. Já no Brasil, existe a cobrança obrigatória do imposto sindical, o que o Sindaspi sempre foi contra.

A política em Cuba

O país possui cerca de 8 milhões de eleitores, porém não há policiamento nas eleições e nem obrigatoriedade de se votar. “Mesmo assim há um alto índice de participação da população nas eleições. Até mesmo os votos brancos não chegam a 5%. Isto se deve ao nosso sistema eleitoral, que está sendo continuamente aperfeiçoado, aumentando-se a participação popular”, completou Lázaro.

Aprendendo turismo com Cuba

É importante ressaltar que Cuba tem aproximadamente o tamanho do Estado de Santa Catarina, com uma população aproximada em 12 milhões de habitantes, contra os quase 193 milhões de brasileiros. Porém o número de turistas que visitam Cuba anualmente supera o de turistas no Brasil todo. Talvez devêssemos aprender mais sobre turismo com nossos “hermanos” caribenhos.

Saúde do trabalhador

Uma das grandes preocupações do governo cubano é com a saúde do trabalhador. Se alguém sofre um acidente de trabalho ou desenvolve alguma doença ocupacional, ele é enviado para uma equipe médica que irá tratá-lo e depois avaliá-lo clinicamente. Caso seja constatado que ele não pode mais retornar aquela atividade, será feita uma avaliação para saber quais funções ele pode desenvolver. Em seguida, o trabalhador será qualificado (estudos, treinamentos) para realizar a nova função. Tudo sem qualquer custo para o trabalhador.

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