sábado, 17 de janeiro de 2009

“Se todos fizessem o que Cuba faz, mudaríamos o mundo”

Vanessa Redgrave | Foto: Cuba Headlines 
Por George Smith no Cubasi

Vanessa Redgrave (foto), para muitos, a maior atriz do século XX, viajou para Cuba 45 anos depois de fazê-lo em Janeiro de 1963. No seu contato com o repórter do Cubasi disse: "Eu quero ser lembrada por Isadora, Julia e ... The Fever".

The Fever (The Fever, 2004) é o primeiro filme que a atriz foi dirigida por seu filho Gabryel Carlo Nero, cujo pai é Franco Nero.

Várias vezes indicada para o Brit, o Oscar e o Globo de Ouro, ganhou a estatueta dourada por seu papel em Julia, do falecido diretor Fred Zinneman.

Redgrave faz parte de uma grande família de artistas: seus avós trabalharam em filmes mudos, o pai Michael foi um dos rei da cena britânica e de Hollywood, seus irmãos, Colin e Lynn, também trabalham no cinema e no teatro. A irmã Lynn Redgrave recebeu o Oscar de atriz coadjuvante por “Deuses e Monstros”, de 1998.

Em Havana, se apresentou altiva, elegante, com seus olhos azuis brilhantes, inteligentes e marxistas.

Esta é a entrevista para o Cubasi:

O que representou o papel de Isadora Duncan (Isadora, 1968) para você?

Ela foi uma bailarina que revolucionou a dança. Utilizou a música e começou a dançar a partir de si mesma. Do meu ponto de vista, penso que era muito norte-americana. É o que eu posso dizer sobre ela.

O que podes dizer sobre The Fever?

Colocamos seis anos de esforços nesta película, que foi produzida pela HBO. Penso que se trata de uma forte indagação da vida de uma pessoa a partir da introspecção do personagem central. Meu filho, Carlo, usou o cômico, o primeiro plano, os monólogos. Utilizou passagens do marxismo. A personagem se pergunta e conclui que os pobres têm razão.

O que você se lembra de seus avós?

Eram atores do music-hall, do cinema mudo. Meu avô, Roy, deixou minha avó e foi para a Austrália, onde havia uma forte indústria cinematográfica. Meu pai ficou e se tornou ator, também.

Que comovedora sua frase em Isadora: "My body is beautiful” (Meu corpo é bonito). Que recordações lhe traz?

Bem ... sem dúvidas, eu não sou uma feminista.

E o seu papel em Os Bostonians (The Bostonians, 1984)?

Foi um papel ...

Sem dúvidas, acreditamos na sua performance.

Coisas que temos como artistas.

Como foi trabalhar com Antonioni em Depois Daquele Beijo (Blow Up, 1966)?

Eu tinha uma relação especial com ele que não pude atingir com os outros.

Você milita no marxismo desde a sua juventude. O que nos pode dizer?

O movimento Trotskista, onde eu militava, estava muito dividido. A esquerda precisa de mais unidade.

O que você acha de Cuba hoje?

Penso que os governos devem preocupar-se com as crianças, porque sem elas não há futuro e o Governo Cubano faz isto. Se todos fizessem o que Cuba faz, mudaríamos o mundo.

Como você quer ser recordada, como Isadora ou Julia (Julia, 1977)?

Como Isadora, Julia e ... The Fever, o filme de meu filho Carlo.

Tradução: Robson Ceron.

Um comentário:

  1. Em Blow Up essa mulher aí está belíssima... assistindo Desejo e Reparação com ela nunca imaginaria o quão linda fora.

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