terça-feira, 7 de maio de 2013

René González, um patriota cubano

Por Sergio Alejandro Gómez e Livia Rodríguez Delis no Granma
“Meu compromisso com este povo é a única resposta possível à solidariedade, carinho e apoio de 11 milhões de cubanos”, disse, nesta segunda-feira 6 de maio em entrevista coletiva em Havana, René González, um dos Cinco Heróis injustamente condenados nos Estados Unidos por combater o terrorismo
René junto a sua esposa, Olga Salanueva.
Acompanhado da família, René afirmou que se sente “um patriota cubano, identificado com nossa luta e nosso projeto”. Sua prioridade, assegurou, será incorporar-se à campanha pelo retorno de seus quatro irmãos.

“Até que não estejam todos eles aqui temos que continuar lutando”, referiu. “Eles vão resistir, não vão submeter-se”.

Para o presidente estadunidense, Barack Obama, só teve uma palavra: coragem. Isso na opinião dele é o único que se necessita para fazer justiça.

A respeito da campanha mundial pela libertação dos lutadores que permanecem presos, precisou que falta chegar à sociedade norte-americana. “O povo desse país, acrescentou, tem que conhecer que o governo estadunidense nos colocou no cárcere para defender seus terroristas”. Tem que saber que uma juíza me disse que o “terrorismo é mau, mas não tinha direito de combatê-lo ali”.

Acerca da difícil etapa do cárcere, contou que as milhares de cartas que recebia foram um alívio e lamentou não ter podido responder todas uma a uma. “Também ajudaram no convívio interno a dignidade e status que outorga lutar pelo certo”, disse.

“Enfrentamos essa forte prova com os recursos de cada quem. Eu, fazendo exercício e lendo, Tony comunicando-se o tempo todo, Ramón com seu esporte, Fernando estudando e Gerardo com esse humor que o faz esquecer qualquer tragédia”.

René partilhou também suas impressões sobre a Cuba que encontra. Lembrou que durante sua visita no ano passado brincou com alguns jovens no Cotorro (Havana) e lhes disse que as ruas tinham mais buracos. “Mas a gente tem a mesma essência e isso me alegra”, acrescentou.

Um jornalista lhe perguntou por Ignacio René, seu neto, o filho de Irmita: beisebolista ou piloto? Respondeu quase no instante: Se fosse por mim, piloto, porque sou muito mau no beisebol.

INICIA TRÂMITES PARA A RENÚNCIA DA CIDADANIA ESTAUDNIDENSE

“Sinto-me feliz de estar em Cuba, com minha família e meu povo e de incorporar-me à sociedade que pertenço”, expressou o Herói da República de Cuba René González, após iniciar, na própria segunda-feira, os trâmites correspondentes para sua renúncia à cidadania norte-americana, na Repartição de Interesses de Washington em Havana (SINA), junto a seu advogado Phillip Horowittz.

“Há muitas emoções encontradas neste processo, morreu meu pai e vim para vê-lo e nessas circunstâncias tivemos esta possibilidade, mas continuaremos para a frente”.

O lutador antiterrorista chegou à sede da SINA acompanhado também de sua família, e foi recebido com mostras de carinho e apoio pelos moradores da zona, que perceberam sua presença. Quanto às particularidades do processo, René González explicou que é um trâmite técnico, o qual começou com o preenchimento dos formulários necessários para a renúncia da cidadania e que foi tratado de maneira profissional pelos senhores da SINA.

“Posteriormente, obterei uma Certidão de Perda da Cidadania, pelo Departamento de Estado, e uma vez que isso aconteça já não mais serei cidadão norte-americano e serei um orgulhoso cidadão cubano”, acrescentou.

Apontou que o processo deve terminar no próximo dia 16, período decretado pela juíza da Flórida, Joan Lenard, quando aceitou seu pedido de modificar as condições de sua liberdade supervisionada e permanecer em Cuba, em troca da renúncia à cidadania estadunidense.

Segundo estipulou a juíza, em 23 de maio René González deve apresentar à Corte ou ao Tribunal um relatório de seu estado de renúncia e uma cópia certificada, de qualquer certificado emitido de perda de nacionalidade. Do mais profundo de seu coração, o Herói da República de Cuba reiterou a necessidade de continuar a causa pela libertação de seus outros quatro irmãos. “É uma injustiça e um crime que estejam presos e temos que continuar lutando, porque sua família e o povo cubano precisam deles”.

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