segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Revelado os detalhes da manipulação dos EUA contra os Cinco


A defesa de Gerardo Hernández, um dos Cinco lutadores antiterroristas cubanos condenados nos Estados Unidos, revelou, em 20 de agosto, numa entrevista coletiva telefônica, detalhes da manipulação do julgamento e de ilegalidades cometidas pelo governo durante o processo.

O advogado norte-americano Martin Garbus, em nome de Gerardo, revelou uma longa lista de jornalistas que receberam dinheiro federal, com a intenção de gerar um ambiente hostil contra os antiterroristas, durante o julgamento.

A declaração faz parte das ações legais encaminhadas a pôr fim ao encerro, argumentando uma postura anticonstitucional de Washington, em seu empenho por conseguir a condenação.



Gerardo foi sentenciado a duas sanções de prisão perpétua mais 15 anos — a mais severa das penas — junto a René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, todos detidos em 1998 por monitorarem as ações de grupos violentos que, a partir de Miami, organizam e executam essas ações contra Cuba.

De acordo com Garbus, no período 1998-2001, a comunidade de Miami recebeu através da imprensa escrita, radial e televisiva um arsenal de propaganda paga pelo governo, para interferir no processo e persuadir o júri.

Trata-se de longas somas de dinheiro, dia após dia, ano após ano, traduzidas em mais de mil artigos e informações difundidas, manipulação que é incompreensível e carece de precedentes, precisa a fonte.

Para a defesa do lutador antiterrorista, os repórteres que publicaram em meios como El Nuevo Herald, The Miami Herald, Diario las Américas, Radio/TV Martí, WAQI (Radio Mambí), entre outros, atuaram como “agentes secretos pagos”.

Segundo o advogado, em apenas 194 dias El Nuevo Heralddivulgou 806 artigos com influência negativa sobre o julgamento, enquanto em idêntico período, o The Miami Herald apresentou à opinião pública outros 305 artigos.

Ambos os jornais somam em total 1.111 artigos, uma média de mais de cinco por dia, adverte.

A declaração de Garbus também põe a nu a seleção dos jornalistas financiados para gerar um ambiente hostil que conduzisse à condenação de Gerardo e seus companheiros, assim como as motivações dessas pessoas para aceitar o dinheiro.

A relação de jornalistas contratados inclui, entre outros, Pablo Alfonso, Humberto Cortina, Julio Estorino, Carlos Alberto Montaner, Olance Nogueras, Enrique Encinosa, Ariel Remos, Luis Aguilar, Wilfredo Cancio, Helen Ferre, Caridad Roque, Enrique Patterson e Alberto Muller.

Vários dos citados na mais recente passagem legal, em prol do retorno a seu país dos lutadores antiterroristas, têm em seu dossiê o envolvimento em ações violentas e atividades subversivas contra Cuba, nalguns casos a partir de denunciados vínculos com a CIA.

Cortina é um veterano da agressão derrotada na Baía dos Porcos, em abril de 1961; Muller foi encarregado de organizar bandos armados e Estorino, Montaner e Encinosa fizeram parte de grupos violentos, reflete o documento.

As somas recebidas pelos jornalistas por seus serviços ao governo estadunidense vão desde aproximadamente 3.000 até várias dezenas de milhares de dólares.

Apesar dos amplos elementos dados, o governo estadunidense insiste em ocultar provas de sua conduta para impedir, por agora, saber com exatidão a totalidade dos repórteres pagos e as quantias obtidas.

Contudo, o que sabemos é mais do que suficiente, esclarece a defesa em seu propósito de demandar a revogação da injusta condenação de Gerardo. (PL)

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