domingo, 28 de outubro de 2012

O que Acontecerá se Fidel morrer?

Por Aurelio Pedroso
Fonte: ADITAL

No sábado passado, aproximadamente ao meio dia, me chamaram de uma emissora de rádio mexicana para perguntar-se me estava disposto a falar ao vivo em um determinado programa e comentar acerca dos rumores sobre a morte ou agravamento da saúde de Fidel Castro.

O pedido era para ser atendido de imediato. Aceitei e escutei tranquilamente como falavam do ator britânico Boris Karloff, até que chegou o tema sobre Cuba.

E o que lhes falei?

Pois que eles mesmos tinham a chave em suas mãos ao mencionar "rumores”. Rumores e mais rumores, que nunca serão notícia no jornalismo serio, mas no mundo da ‘fofoca’. Tão "apimentados” como sempre, que até foi publicado pela imprensa a informação de que um médico venezuelano desde Miami assegurou ter em suas mãos o diagnóstico preciso sobre o problema do Comandante. Por certo, as declarações desse médico, tão bem informado que até mudou planos de voo do presidente Hugo Chávez, foram tomadas pelo Nuevo Herald, a fim de aumentar as expectativas da morte de alguém que tem marcado as vidas de muitos de seus leitores, cuja biologia pede pista para o outro mundo.

O objetivo do rumor nos aponta à morte física, que acompanha a todos igualmente e é inevitável. Todos os grandes líderes, e também Fidel Castro, doa a quem doer, possuem duas vidas: a biológica e a da marca que deixaram na história; esse antes e um depois; e que sobrevive no imaginário dos povos, onde história e lenda se fundem. Fidel será enterrado com alegria por milhares de pessoas no exílio; porém, andará vivo nas ânsias de milhões e milhões dos que habitam o planeta.

Para não dar tantas voltas: A saúde do ex-presidente é e continuará sendo um verdadeiro mistério, com a envoltura oficial de "Segredo de Estado”. No entanto, sempre disse que sua morte será muito difícil de ser ocultada; podendo-se manter essa notícia reservada por um máximo de 48 horas. Mais tempo, impossível, dado o caráter do cubano, que não é muito dado a reservas, mas tem a tendência de dar notícias de qualquer natureza.

Nesses dias e sob os auspícios de tais rumores, alguns colegas da imprensa estrangeira foram às ruas de Havana para perguntar à cidadania suas opiniões e pareceres. Me contam que as opiniões integram como a armação de um leque.

Uma das perguntas mais frequentes em diversos meios é o que acontecerá após a morte de Fidel e a resposta, dada pela maioria dos entrevistados, resume-se em duas sílabas: nada. O país continuará, agrego eu, com mais mudanças a partir daqueles já iniciados agora, pois Fidel foi consultado sobre todas elas e houve consenso. Por acaso não foi ele que, ainda no comando do governo, chamou a mudar tudo o que devia ser mudado:

Fidel é tão importante que a cada momento têm que matá-lo ou "morrê-lo”. Desde sempre, mesmo quando estava bem ativo e com plenas faculdades, a cada momento o enviavam ao cemitério. Foi ele mesmo que, em uma ocasião, disse que quando isso realmente acontecesse, poucos acreditariam.
E é isso mesmo que vai acontecer, salvo que a notícia seja dada por um canal oficial.

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