Fonte: EMBRAPA
Abandonar os métodos químicos de extermínio do ácaro da necrose do coqueiro e controlá-los biologicamente é possível. É o que afirma o pesquisador cubano Reinaldo Israel Cabrera, do Instituto de Investigaciones de Citricos y Frutales La Habana, em visita a sede da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju (SE).
Segundo Cabrera, o problema do ácaro da necrose do coqueiro é grave em Cuba e afeta cerca de 40% da produção de coco no país. Ele salienta que os problemas de Cuba e Brasil são muito parecidos, pois muitas das pragas mais danosas são comuns aos dois países. Estudos visam reduzir as pragas que afetam os cítricos e coqueiros. "Uma boa forma de controle é o biológico. Os pesticidas químicos são muitos prejudiciais às pessoas e ao meio-ambiente. Portanto, é necessário fazer um trabalho de conscientização sobre o assunto", diz ele.
No controle biológico, a praga é atacada por um microorganismo que, nesse caso, trata-se de fungo Hirsutella que se alimenta da parte interna do corpo do ácaro matando-os e reduzindo sua quantidade no espaço de dois a quatro dias. "A eliminação definitiva da praga é muito difícil, mas a redução obtida é significativa e vem sendo realizada de forma economicamente, socialmente e ecologicamente correta", afirma.
Sobre as diferenças entre os estudos dos temas no Brasil e em cuba, o pesquisador complementa: "Tenho visto que em Cuba os estudos são realizados de forma a evitar as aplicações de pesticidas químicos que são menos usados em Cuba que no Brasil. Em Cuba é feito por necessidade econômica e de preservação dos ecossistemas e da saúde pública".
Reinaldo Cabrera esteve durante duas semanas, no mes de junho, na Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Aracaju (SE), por intermédio de convênio com o governo cubano, financiado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ligada ao Itamaraty.
O pesquisador ressaltou a importância do intercambio de experiências que permite aos pesquisadores brasileiros aprenderem com os pesquisadores cubanos e os cubanos com os brasileiros. "Eu tenho aprendido muito com os pesquisadores brasileiros em especial a pesquisadora Dulce Regina Nunes Warwick, da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Vamos trabalhar no futuro para melhorar as experiências de trabalho em Cuba e no Brasil".
Sobre a vinda de Reinaldo Cabrera para o Brasil, Dulce Warwick disse que o pesquisador Reinaldo Cabrera é um dos mais renomados cientistas cubanos. "Há muitos anos tentávamos fazer com que ele viesse ao Brasil e finalmente estamos compartilhando conhecimento valiosos, já que nossos problemas e pragas são semelhantes. Dessa forma, a experiência dele de 40 anos vem se somar à nossa", disse Dulce.
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