sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Obama tem endurecido o bloqueio econômico contra Cuba.


Cuba denuncia o recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro que por mais de meio século aplica os Estados Unidos contra o país, ignorando o clamor mundial. Multas milionárias a entidades que realizaram operações com a ilha, perseguição de transações, prorrogação de leis e uma maior presença de sua dimensão extraterritorial têm caracterizado o cerco norte-americano nos últimos meses.

De acordo com o ministro cubano de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, até dezembro de 2011 a unilateral medida de Washington deixou em suas mais de cinco décadas de execução perdas por um bilhão 66 bilhões de dólares, considerando a depreciação dessa divisa com respeito ao ouro.

Rodríguez apresentou a véspera nesta capital o relatório sobre a Resolução 66/6 da Assembleia Geral da ONU "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba", o qual atualiza o impacto das sanções em diferentes setores.


Em próximas semanas, o projeto de resolução se submeterá pela vigésima primeira ocasião à Assembleia Geral, onde sempre tem sido respaldado desde 1992, e em outubro do ano passado recebeu 186 votos a favor com mal dois na contramão (Estados Unidos e Israel).

Outros espaços de acordo como o Movimento de Países Não Alinhados, a União Africana, a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos também expressaram nos últimos meses sua rejeição ao bloqueio.

Enquanto a comunidade internacional demanda de maneira unânime o cessar da unilateral medida, Washington responde fortalecendo-a, advertiu o chanceler cubano.

Durante seu terceiro ano de gerenciamento desde a Casa Branca -apontou- o presidente Barack Obama não só manteve o cerco, senão que o endureceu, sobretudo com o acosso e a perseguição das transações financeiras relacionadas com a ilha.

Em junho de 2012, Estados Unidos anunciou a imposição ao banco holandês ING de uma multa de 619 milhões de dólares, a mais alta da história a uma entidade estrangeira por suas relações comerciais com Cuba.

Asseguradoras como Metlife e a empresa de fornecimento da indústria petroleira Flowserve Corporation também foram castigadas por violar o cerco.

As multas da Administração Obama passaram de 89 milhões de dólares em 2011 a 622 milhões no que vai deste ano, assinalou o chanceler a jornalistas na apresentação do novo relatório.

Obama prorrogou ademais por terceiro ano consecutivo a Lei de Comércio com o Inimigo, norma que sustenta a aplicação do bloqueio e o facultam para impor outras iniciativas encaminhadas ao complementar.

Ao anterior soma-se a inclusão uma vez mais de Cuba na lista de países supostamente patrocinadores do terrorismo, no qual Washington se ampara para arreciar o seguimento às transações comerciais e financeiras da ilha.

Extraterritorialidade do bloqueio
A atual Administração estadunidense deu mostras recorrentes de interesse por acentuar o caráter extraterritorial do bloqueio, segundo o texto posto a disposição do debate na Assembleia Geral da ONU.

Uma multa à naviera francesa CMA CGM por prestar serviços a Cuba e investigações ao banco espanhol BBVA por sua suposta participação em investimentos relacionadas com a ilha são alguns dos exemplos citados pelo relatório que apresentou Rodríguez.

O chanceler mencionou ademais as pressões exercidas contra a direção do Hotel Hilton, em Trinidad e Tobago, o qual obrigou à mudança de sede em dezembro de 2011 da Cimeira Cuba- Caricom.

Não só entidades sofreram a extraterritorialidade do bloqueio, a partir de casos como o de um cidadão da Dinamarca a quem em fevereiro deste ano autoridades estadunidenses lhe congelaram 137 mil coroas dinamarquesas (uns dois mil 385 dólares) pela compra de fumos cubanos na Alemanha.

Pode dizer-se com estrito apego à verdade que Obama tem endurecido o bloqueio, afirmou aqui o titular de Relações Exteriores da ilha.(Com a PL)


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