Fonte: JORNALISMO B
Na tarde do
dia 13, a XXI Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba foi marcada por
dois emocionados depoimentos de Adriana Pérez, deputada e esposa de
Gernardo Hernández, um dos 5 antiterroristas cubanos; e de Carlos
Permuy, filho de uma das 73 vítimas do atentado de 1976 em Barbados.
Carlos falou
sobre as décadas de terror que Cuba viveu após o triunfo da Revolução.
Na época em que ocorreu o atentado terrorista que derrubou o voo 455 da
empresa Cubana de aviação em Barbados, ações como esta eram recorrentes,
os hotéis também eram alvos frequentes dos terroristas, que tinham como
objetivo prejudicar o turismo no país já que este é uma das principais
fontes de divisas de Cuba.
Ele ainda
lembrou que “a maior parte destes atentados estava sendo arquitetada por
grupos de terroristas contrarrevolucionários cubanos radicados em
Miami, que tiveram o apoio e financiamento do governo estadunidense”.
Com base nisso, Permuy ainda colocou que “é a maior vergonha para os
Estados Unidos que se volte a incluir Cuba na lista dos países
patrocinadores do terrorismo”.
Para tentar
evitar novos ataques ao país, o governo cubano enviou ao país vizinho
uma equipe de agentes que tinham a missão de se infiltrar em grupos
terroristas. A partir do trabalho destes agentes, em junho de 1988, o
governo de Cuba entregou ao FBI um relatório com mais de 200 páginas,
além de gravações, que comprovariam a existência de atividades
terroristas no país. A resposta do governo dos Estados Unidos foi, em
setembro do mesmo ano, prender os antiterroristas cubanos, alguns
participaram do programa de delação premiada e foram soltos, mas cinco
deles se recusaram a participar e foram acusados por mais de 20 crimes,
incluindo “conspiração para espionagem” e “conspiração para homicídio”.
Entre novembro de 2000 e junho de 2001 eles foram a juízo, em um
julgamento que foi questionado até mesmo pela Anistia Internacional, e
foram todos condenados a penas máximas. Gerardo Hernández Nordelo: duas
prisões perpétuas e 15 anos; Ramón Labañino Salazar: uma prisão perpétua
e 18 anos; Antônio Guerrero Rodríguez: uma prisão perpétua e 10 anos;
Fernando González Llort: 19 anos; René González Shewerert: 15 anos, este
último foi autorizado em maio deste ano a terminar de cumprir sua pena
em regime aberto em Cuba.
Adriana
Pérez falou sobre a questão dos 5 heróis cubanos lembrando que “eles
dedicaram a sua juventude e as suas vidas para proteger a de 11 milhões
de compatriotas”. Ela ainda ressaltou que “se não houvessem tantos
ataques, não haveria necessidade de eles estarem nos Estados Unidos” e
que os 15 anos que já se passaram já são suficientes para que pagassem
pelos crimes, de falsidade ideológica e de serem agentes de governos
estrangeiros, que confessaram ter cometido.
Adriana
emocionou a todos quando lembrou que seu companheiro, Gerardo, está
condenado a morrer na prisão por proteger Cuba do terrorismo, e dos
familiares que não poderão mais ver o regresso dos 5, como o pai de René
González, que morreu um mês antes do filho voltar a Cuba. “Cuba precisa
dos 5 em Cuba, e eu preciso de Gerardo em minha casa”, completou
emocionada.
A deputada
ainda pediu a solidariedade internacional para divulgar a causa dos 5
com ações como a “Semana pelos 5”, que aconteceu recentemente em
Washington, e o livro do jornalista brasileiro Fernando Morais “Os
Últimos Soldados da Guerra Fria” que conta a história desses heróis
cubanos. E ressaltou que “as ações tem que ser dirigidas ao governo
estadunidense, porque é lá que estão presos os nossos 5”.
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