Por Armindo Laureano.
Fonte: O PAÍS
Fui desafiado pelo amigo, colega e caimanero Luís Fernando para “afiar a pena” e deixar um registo da minha recente visita a esta terra linda que é Cuba.
A convite da associação Caimaneros, através do amigo Laurindo Miguel “Mike” e sua equipa, fui encarregado de coordenar um grupo de profissionais da comunicação social para acompanhar mais uma odisseia dos Caimaneros por Cuba. A repórter Sofia Lucas (Programa Kooltura) e o jovem operador de câmara Milton foram os meus “companheiros de luta” numa viagem única e memorável, e que serviu para reforçar ainda mais a admiração, carinho e respeito por Cuba e pelos cubanos.
E o facto de internamente termos aberto caminho e nos tornarmos a primeira equipa de profissionais da nossa TV Zimbo que se deslocava a Cuba, criava em nós um misto de orgulho e responsabilidade. E, na verdade, a nossa presença causou surpresa a muitos angolanos que para lá se deslocaram afim de participar da 22ª edição da Feira do Livro de Havana (onde Angola foi o país convidado), bem como aqueles que se encontram a estudar nas cidades de Havana e Santa Clara. Mas o facto é que lá estávamos, depois de uma viagem de quase 20 horas com escalas em Lisboa e Madrid.
Porquê visitar Cuba? Mil e um argumentos poderiam ser avançados sem que se esgotasse o rol de razões. A história, a cultura, a gastronomia, os carros dos anos 40 e 50, a arquitectura das cidades, a música, a dança, os mojitos, o daiquiri, a Bodeguita del Medio, La Floridita, Varadero, os Cohibas, as Goyaberas, a beleza das cubanas...
A convite da associação Caimaneros, através do amigo Laurindo Miguel “Mike” e sua equipa, fui encarregado de coordenar um grupo de profissionais da comunicação social para acompanhar mais uma odisseia dos Caimaneros por Cuba. A repórter Sofia Lucas (Programa Kooltura) e o jovem operador de câmara Milton foram os meus “companheiros de luta” numa viagem única e memorável, e que serviu para reforçar ainda mais a admiração, carinho e respeito por Cuba e pelos cubanos.
E o facto de internamente termos aberto caminho e nos tornarmos a primeira equipa de profissionais da nossa TV Zimbo que se deslocava a Cuba, criava em nós um misto de orgulho e responsabilidade. E, na verdade, a nossa presença causou surpresa a muitos angolanos que para lá se deslocaram afim de participar da 22ª edição da Feira do Livro de Havana (onde Angola foi o país convidado), bem como aqueles que se encontram a estudar nas cidades de Havana e Santa Clara. Mas o facto é que lá estávamos, depois de uma viagem de quase 20 horas com escalas em Lisboa e Madrid.
Porquê visitar Cuba? Mil e um argumentos poderiam ser avançados sem que se esgotasse o rol de razões. A história, a cultura, a gastronomia, os carros dos anos 40 e 50, a arquitectura das cidades, a música, a dança, os mojitos, o daiquiri, a Bodeguita del Medio, La Floridita, Varadero, os Cohibas, as Goyaberas, a beleza das cubanas...
Mas a 22ª edição da Feira do Livro de Havana foi o principal motivo da nossa viagem. Viagem esta que ainda nos levou a Santa Clara, Matanzas e, lógico, à tão esperada e desejada Ilha da Juventude.
As cidades em Cuba têm tanto de comum como têm de diferente.
Todas têm predominância da música, da dança, da alegria e simpatia das suas gentes, da disciplina e organização. Mas cada cidade é única, cada cidade tem a sua história, o seu ritmo, o seu cheiro, e os seus habitantes orgulham-se delas, e não se cansam de as exaltar repetidas vezes. Por isso a génese é igual, mas a experiência é diferente. Não há duas cidades iguais! Em Cuba tudo é único, tudo é autêntico, tudo é real, apenas existe algo transversal: os cubanos! Existe um traço comum nos cubanos: a simpatia, cordialidade e hospitalidade. Seja em gente mais cosmopolita ou rural, mais culta ou menos culta, mais solta ou recatada, “ nuestros hermanos” acabam por ser únicos e autênticos. A relação entre cubanos e angolanos, mais do que histórica, política, económica e cultural é acima de tudo uma relação entre irmãos, onde não existem muros, onde se derrubam as barreiras línguisticas, onde se atravessam as fronteiras e fica tudo entre família.
A antiga Villa de S. Cristóbal de La Habana fundada a 16 de Novembro de 1519, hoje apenas Cidade de Havana, tem cerca de 2.4 milhões de habitantes e com uma magnífica arquitectura que conta já cinco séculos, que se caracteriza por uma mistura ecléctica de estilos colonial, barroco, neogótico, neoclássico, art deco, moderno e pósmoderno. É a maior cidade das Caraíbas e um dos centros urbanos mais ricos em cultura do mundo. A valorização do passado colonial da cidade está à vista num magnifíco e deslumbrante conjunto de castelos, catedrais, mansões e museus.
O bairro histórico de Havana Velha ( Habana Vieja) é um fascinante local de uma rica tradição histórica e cultural. Classificado como património mundial da UNESCO e com mais de 900 monumentos incluindo o Capitólio, o Palácio Presidencial e a Catedral. Em Havana a cultura é celebrada, vivida e desfrutada com exuberância; Havana possui algumas das melhores escolas de Ballet ( basta visitar a Escola Nacional de Ballet, uma das maiores do mundo, a casa da famosa prima bailarina Alicia Alonso) e companhias de dança, e a comunidade teatral não tem comparação nas Caraíbas; uma cidade que inspira e venera escritores, poetas e músicos. Não é admirar que nomes como Ernest Hemingway, Pablo Neruda, Nicolás Guillén, Nat King Cole, Compay Segundo e o seu Buena Vista Social Club, tenham cantado, exaltado e amado a exuberante e sensual Havana.
O parque histórico militar MorroCabaña ainda marca o final do dia (e o fecho dos portões da velha cidade ) à maneira antiga: com um único disparo de canhão conhecido como “o cañonazo”, um ritual nocturno único, às 21 horas em ponto! O Hotel Nacional é um marco no art deco, com jardins deslumbrantes com vista para o famoso Malecón.
Malecón, um dos cartões-postais de Havana cuja construção teve inicio em 1901, e hoje ocupa uma extensão de quase 7km, que estava lindo no dia 14 de Fevereiro, o dia do Amor e da Amizade em Cuba. A Bodeguita del Médio que há mais de 60 anos vem fazendo sucesso com as suas paredes a assinalar a passagem dos visitantes, a sua música, os mojitos e os quadros a retratar as ilustres figuras que por lá passaram. Será importante realçar que a única personalidade angolana que se encontra retratada neste mítico e histórico bar é a do actual Ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoty. Numa foto tirada em Setembro de 2006, quando ainda era Vice-Ministro das Relações Exteriores, bem ao lado de personalidades da música, cinema, desporto e da política. E em que boa altura encontramos esta foto, pois alguns amigos americanos, brasileiros, argentinos, franceses já estavam a gozar connosco e a perguntar: quando é que um angolano teria a honra de figurar nas paredes da Bodeguita del Medio? Não é que o camarada Ministro Chicoty nos safou? E lá nos exibimos e tiramos uma foto junto do nosso compatriota. E por isso quando ele um dia lá voltar pode mandar vir dois mojitos, que o amigo Laureano já deixou pago. La Floridita e o seu Daiquiri, e a estátua em tamanho real de Ernest Hemingway no seu canto preferido do bar.
O Clube Tropicana, os mercados, as praias, as praças, o basebol no estádio latinoamericano. No verão e no Natal a cidade está cheia de visitantes de outras províncias e países.
Há muitas tradições dependendo da estação. Por exemplo, é de boa sorte nadar na primeira chuva de Maio, e as mulheres grávidas não podem sair de casa se houver eclipse...
Havana é o local de importantes eventos culturais de carácter internacional como o Festival de Ballet de Havana, o Festival do Novo Cinema Latinoamericano, a já mencionada Feira do Livro de Havana. Esta grandiosa, sensual, liberal, universal e transcendente Havana. A capital de um país de gente culta e com cultura, a capital de uma nação com 265 museus, 120 galerias de arte, 70 teatros e 46 escolas de arte, para além dos centros culturais comunitários e os clubes musicais em quase todas as cidades. Só mesmo nesta Cuba linda, nesta Cuba alegre, nesta Cuba livre.
Hasta Siempre! (continua)
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