segunda-feira, 11 de março de 2013

Após atualização cubana, EUA não mudam política migratória



Funcionários da Seção de Interesses dos Estados Unidos (Sina) informaram que a política migratória de seu país para Cuba se mantém invariável, depois da atualização colocada em vigor pela ilha em 14 de janeiro.

O cônsul geral da Sina, Timothy P. Roche, disse que continuam vigentes os mesmos requerimentos para a entrega de vistos temporários ou definitivos para os cubanos solicitantes do trâmite nessa sede diplomática. 

“Para nós a eliminação da permissão de saída é algo bom para os cubanos, mas realmente não mudou nada do nosso lado, ou seja, nossas regulações, regras, leis não mudaram neste aspecto”, disse.


A respeito do interesse da Sina de reiterar os procedimentos vigentes para viajar para os Estados Unidos, disse que para fazê-lo devem ser cumpridos requisitos, como preencher uma planilha na internet e submeter-se a uma entrevista , para os vistos de turista (temporários).

Roche afirmou que a entrevista é o passo determinante para outorgar ou não o visto, a partir de três ou quatro minutos de perguntas que realizam vice-cônsules “com muita experiência e especialistas em nossas leis” sobre assuntos básicos como motivo de viajem e sua duração.

"Em casos das saídas definitivas o processo é diferente, porque o solicitante necessita de um familiar nos Estados Unidos, um cidadão norte-americano ou residente permanente que realize os trâmites diante do Serviço de Imigração e Cidadania", agregou.

O funcionário destacou que são várias as razões para a recusa do visto, a partir da presunção dos funcionários consulares de que as pessoas interessadas nas viagens temporárias são possíveis imigrantes e de que os familiares de quem pretende fazê-lo de maneira definitiva puderam carecer de recursos econômicos ou por motivos de segurança nacional.

O governo cubano denunciou que a Lei de Ajuste Cubano e a aplicação da chamada política de “pés secos; pés molhados” por Washington estimulam a emigração ilegal, ao colocar em risco a vida das pessoas e permitir a entrada automática para os Estados Unidos de indivíduos que cometem atos violentos.

Interrogados sobre a existência de uma contradição entre a expressa intenção de garantir um movimento migratório seguro e a continuidade da Lei de Ajuste Cubano e a política dos pés secos-pés molhados e o roubo de cérebros, os funcionários da Sina disseram não ter comentários “por tratar-se de decisões a nível de governo”.

Também emitiram critérios sobre o conveniente ou não de retomar no atual cenário as rondas migratórias bilaterais, suspendidas unilateralmente pela administração de Barack Obama desde 2011, depois de que foram retomadas com a chegada dele a Casa Branca em 2009.

Lynn Roche reconheceu que há duas leis: uma que os Estados Unidos aplicam em sua fronteira e outra que a Sina se baseia para os processos de visto.

Os funcionários também chamaram a atenção sobre a importância de conhecer bem os requerimentos e trâmites de visto para os Estados Unidos , a partir da proliferação de golpistas que – fundamentalmente desde o próprio país nortenho- tratam de tirar vantagens.

Atualização Cubana 

No último 14 de janeiro, entrou em vigor em Cuba uma atualização migratória que flexibiliza trâmites, como a eliminação da solicitação de licença de saída para as viagens para o exterior e o requisito de uma carta, além da extensão de 11 a 24 meses da permanência fora do país sem perder a residência.

As novas medidas possibilitam a saída de menores de 18 anos prévia autorização dos pais ou representantes legais e o fato de que emigrados possam visitar a ilha por até 90 dias, diferente dos 30 fixados anteriormente.

Também normalizam a entrada temporária dos que migraram ilegalmente depois dos acordos migratórios de 1994 com os Estados Unidos, se transcorrerem oito anos de sua saída; e ampliam as causas da repatriação.

Fonte: Prensa Latina 
Tradução da Redação do Vermelho.

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