sexta-feira, 15 de julho de 2011

EMIGRAÇÃO EM MIAMI

EMIGRAÇÃO EM MIAMI
Por Celino Cunha Vieira

Quando se fala ou escreve sobre os cubanos que vivem em Miami, a tendência é para se especular e pensar que todos são terroristas ou que conspiram contra o seu país natal. Puro engano: a grande maioria emigrou para se juntar a familiares e amigos e ama tanto a sua pátria como qualquer outro que não entrou nessa aventura do sonho americano.

Porém, e ao contrário daquilo que se quer passar para a opinião pública, não é o governo cubano que os impede de viajar para o seu país, mas sim as autoridades norte-americanas que desde há longos anos vêm colocando as mais variadas restrições, umas vezes com mais dureza, outras com mais brandura, mas sempre condicionando a livre circulação, impedindo assim a união de numerosas famílias separadas por questões políticas a que são alheias.

Por estes motivos, no passado sábado dia 9 de Julho, mais de uma centena de carros formaram uma caravana que percorreu as ruas de Miami em protesto pela pressão que a máfia anti-Cubana vem fazendo junto do congressista Mário Diaz Balart, para que este possa servir de “ponta de lança” junto do Congresso Americano a fim de proibir os voos para Havana.


A caravana foi convocada pela “Asociación de Mujeres Cristianas en Defensa de la Família” e apoiada por outras organizações da emigração cubana que repudiam o projecto de lei apresentado pelo congressista Balart para reinstaurar as mesmas restrições impostas em 2004 por George Bush e que haviam sido levantadas pelo Presidente Obama no início do seu mandato.

Claro está que a imprensa local dominada economicamente pelos mafiosos fez silêncio sobre a caravana e os motivos do protesto, assim como omite ou deturpa muitas outras manifestações de patriotas que têm apelado à libertação dos Cinco Heróis Cubanos presos por combaterem o terrorismo ou ao fim do criminoso bloqueio económico e financeiro que até os impede de ajudar os seus familiares que residem em Cuba.

Porque é que o governo norte-americano não concede sequer metade dos vistos a cidadãos cubanos que desejem ir aos EUA, embora por acordos bilaterais se tenha comprometido a isso?

Porque não permite que os seus cidadãos possam visitar Cuba com total liberdade? Por questões de segurança não é certamente porque sabem que existe e que serão muito bem recebidos, pois os cubanos não confundem as pessoas com os adversários políticos e sabem respeitar quem possa ter uma opinião diferente da sua.

Afinal o que receia o governo norte-americano?


(in Semanário Comércio do Seixal e Sesimbra de 15/07/2011)

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