Por Solange Engelmann na página do MST
Os militantes da Direção Nacional do MST, composta por companheiras e companheiros de 23 estados realizaram um ato de lançamento do livro Revolução agroecológica: o movimento de camponês a camponês, da editora Outras Expressões. A atividade aconteceu na quinta-feira (7), às 20h, na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema-SP.
O livro sistematiza a experiência de implantação do modelo de produção agroecológico e sustentável nas pequenas propriedades, cooperativas e hortas urbanas em Cuba, a partir da metodologia do Movimento de “Camponês a Camponês (CAC)” da Associação Nacional de Pequenos Agricultores de Cuba (ANAP).
No método CAC, camponeses e camponesas se tornam protagonistas no processo de transição para a agroecologia, realizando experiências com diferentes formas de cultivos, que em seguida, são compartilhadas com outros camponeses.
Segundo o coordenador nacional do setor de produção do MST, Antonio Miranda, o lançamento do livro é importante por demonstrar o protagonismo dos camponeses na mudança de produção rumo a agroecológica, em que as famílias, por meio do método, conseguem se apropriar da sua implementação e transmitir as experiências a outros camponês.
“Essa experiência mune nossos técnicos e educadores populares com informações para trabalhar com os camponeses, combatendo a visão reducionista do modelo de produção capitalista convencional, além de colocar esses profissionais no mesmo patamar dos camponeses”, ressalta Miranda.
O Movimento Agroecológico CAC foi iniciado pela ANAP, na Ilha cubana, em 1997. Após onze anos de trabalho atingiu mais de 100 mil famílias camponesas, que transformaram seus sistemas de produção por meio da agroecologia. “Com uma metodologia própria, esse movimento alcançou índices produtivos maiores que os da agricultura convencional. Seus custos de produção também são significativamente melhores, os cultivos são mais resistentes às intempéries das mudanças climáticas e não prejudicam o meio ambiente”, ressalta o livro.
A dirigente nacional do MST de Santa Catarina, Irma Brunetto, que conheceu a experiência das cooperativas cubanas, em 1991, explica que, após a Revolução Cubana o país passou por um período de crise e falta de alimentos, por causa do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos. Diante da necessidade teve que buscar alternativas para alimentar a população.
Uma das alternativas encontradas foi à implantação de um modelo de agricultura baseado na agroecologia, que tornou a agricultura familiar e camponesa a solução para a garantia da soberania alimentar no país. Segundo a experiência relata pelo livro, isso demonstra que a mudança para a agricultura agroecológica foi à opção mais viável encontrada para a agricultura cubana, num contexto econômico e ambiental desfavorável.
Para adquirir o livro Revolução agroecológica: o movimento de camponês a camponês, acesse a página da livraria Expressão popular.
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