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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Fidel Castro já mostrou o caminho para salvar o Planeta (+ vídeo)

Em discurso no Rio de Janeiro, Fidel Castro já alertava que o capitalismo está destruindo o planeta | Foto: RT
Por Sturt Silva

Durante um breve discurso na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992, o então líder cubano Fidel Castro alertou sobre o caos ambiental que atualmente ameaça a vida no planeta terra.

Na época, Fidel culpou as sociedades de consumo por serem a causa da  destruição do meio ambiente.

“As florestas estão desaparecendo, os desertos estão se espalhando, bilhões de toneladas de terra fértil acabam no mar todos os anos. Várias espécies estão se extinguindo. A pressão demográfica e a pobreza levam a esforços desesperados para sobreviver, mesmo à custa da natureza. Não é possível culpar os países do terceiro mundo, as colônias de ontem, as nações exploradas e saqueadas de hoje, por uma ordem econômica mundial injusta”, disse o líder histórico da Revolução Cubana.

Como solução para salvar a humanidade, o Comandante defendeu uma nova ordem mundial com desenvolvimento racional, sustentável e mais justo, com foco no fim da exploração dos países pobres pelos ricos.

"Se quisermos salvar a humanidade dessa autodestruição, teremos que fazer uma melhor distribuição das riquezas e das tecnologias disponíveis no planeta. Menos luxo e menos esbanjamento nuns poucos países para que haja menos pobreza e menos fome em grande parte da Terra. Não mais transferências ao Terceiro Mundo de estilos de vida e de hábitos de consumo que arruínam o meio ambiente. Faça-se mais racional a vida humana. Aplique-se uma ordem econômica internacional justa. Utilize-se toda a ciência necessária para um desenvolvimento sustentável sem contaminação. Pague-se a dívida ecológica e não a dívida externa. Desapareça a fome e não o homem", profetizou Castro.

Discurso de Fidel Castro na Conferência da ONU para Meio Ambiente - ECO-92


Sr. Presidente do Brasil, Fernando Collor de Mello;
Sr. Secretário Geral das Nações Unidas, Butros Ghali;
Excelências:

Uma importante espécie biológica está em perigo de desaparecer devido à rápida, progressiva liquidação de suas condições naturais de vida: o homem. Agora estamos cientes deste problema, quando quase é tarde para impedi-lo.

É preciso salientar que as sociedades de consumo são as principais responsáveis pela atroz destruição do meio ambiente. Elas nasceram das antigas metrópoles coloniais e de políticas imperiais que, pela sua vez, engendraram o atraso e a pobreza que hoje açoitam a imensa maioria da humanidade. Com apenas 20% da população mundial, elas consomem as duas terceiras partes dos metais e as três quartas partes da energia que é produzida no mundo. Envenenaram mares e rios, contaminaram o ar, enfraqueceram e perfuraram a camada de ozônio, saturaram a atmosfera de gases que alteram as condições climáticas com efeitos catastróficos que já começamos a padecer.

As florestas desaparecem, os desertos estendem-se, bilhões de toneladas de terra fértil vão parar ao mar cada ano. Numerosas espécies se extinguem. A pressão populacional e a pobreza conduzem a esforços desesperados para ainda sobreviver à custa da natureza. É impossível culpar disto os países do Terceiro Mundo, colônias ontem, nações exploradas e saqueadas hoje, por uma ordem econômica mundial injusta.


A solução não pode ser impedir o desenvolvimento aos que mais o necessitam. O real é que todo o que contribua atualmente para o subdesenvolvimento e a pobreza constitui uma violação flagrante da ecologia. Dezenas de milhões de homens, mulheres e crianças morrem todos os anos no Terceiro Mundo a conseqüência disto, mais do que em cada uma das duas guerras mundiais. O intercâmbio desigual, o protecionismo e a dívida externa agridem a ecologia e propiciam a destruição do meio ambiente.

Se quisermos salvar a humanidade dessa autodestruição, teremos que fazer uma melhor distribuição das riquezas e das tecnologias disponíveis no planeta. Menos luxo e menos esbanjamento nuns poucos países para que haja menos pobreza e menos fome em grande parte da Terra. Não mais transferências ao Terceiro Mundo de estilos de vida e de hábitos de consumo que arruínam o meio ambiente. Faça-se mais racional a vida humana. Aplique-se uma ordem econômica internacional justa. Utilize-se toda a ciência necessária para um desenvolvimento sustentável sem contaminação. Pague-se a dívida ecológica e não a dívida externa. Desapareça a fome e não o homem.

Quando as supostas ameaças do comunismo têm desaparecido e já não há pretextos para guerras frias, corridas armamentistas e gastos
militares, o que é o que impede dedicar de imediato esses recursos na promoção do desenvolvimento do Terceiro Mundo e combater a ameaça de destruição ecológica do planeta?

Cessem os egoísmos, cessem as hegemonias, cessem a insensibilidade, a irresponsabilidade e o engano. Amanhã será tarde demais para fazer aquilo que devimos ter feito há muito tempo.

Obrigado.


[Aplausos].

Histórico de defesa do planeta

Contudo, este não foi o único momento em que Castro falou da catástrofe que se aproximava. Após a cúpula da ONU, realizada no Rio de Janeiro, muitos outros discursos aconteceram, entre eles o de 30 de junho de 1999, quando o Brasil também definiu o tipo de mundo que é necessário para a sobrevivência da humanidade. 

 “Um mundo que pode ter um pouco de água potável; um mundo que tem o ar que pode respirar; um mundo que pode adquirir os alimentos necessários; um mundo que com sua rica tecnologia é capaz de produzir os telhados que as pessoas precisam para viver, as escolas que as crianças precisam para se educar, os medicamentos para preservar a saúde de seus habitantes, a assistência médica indispensável para todos, crianças, jovens e idosos”, disse Castro. 

Além disso, durante a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e à Seca em 2003, o então líder cubano voltou a atacar as sociedades de consumo e advertiu que nas próximas cinco ou seis décadas “as reservas de combustíveis fósseis se esgotarão”. 

 As reflexões de Castro, já naquela época, advertiram que um dia a humanidade tomará consciência deste problema, “embora isso possa ser tarde demais”.

Com informações do Portal Viu

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