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sábado, 8 de fevereiro de 2020

"Solidariedade ao povo de Cuba e a sua Revolução"

Leia a nota do Núcleo de Estudos Cubanos da Universidade de Brasília:
Médica cubana que trabalhou no Mais Médicos | Foto: Prensa Latina
É com profunda apreensão que o Nescuba – Núcleo de Estudos Cubanos, do Ceam – Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, da UnB – Universidade de Brasília, vem a público manifestar-se sobre as crescentes medidas de hostilidade que o Governo dos Estados Unidos vem adotando, unilateralmente, contra a República de Cuba, afetando seu direito inalienável à Autodeterminação, reconhecida pelo Direito Internacional e pela maioria esmagadora das nações que, na ONU, reiteradamente, há anos, votam contra o bloqueio estadunidense contra a Pátria de Martí.

Além de adotar medidas que sistematicamente afetam a indústria do turismo de Cuba, restringindo os voos para a Ilha Caribenha, reduzindo também as possibilidades de visitas de familiares de residentes nos Estados Unidos, o Governo Trump adota, também, truculentas ações de estado para dificultar o transporte naval de combustíveis para o povo Cuba, obrigando este país a novos sacrifícios para manter em funcionamento normal seus sistemas de transporte, abastecimento, saúde e educação. Tais medidas arbitrárias e ilegais correspondem a uma Guerra Econômica.

O Nescuba conclama a toda a comunidade acadêmica, aos intelectuais e à sociedade organizada a que exijam a suspensão de tais políticas estadunidenses e que defendam as razões da Nação Cubana, que, por múltiplas ações de estado, já demonstrou e praticou solidariedade humanista concreta aos inúmeros povos necessitados, nos mais diversos continentes. A parcela mais humilde do povo brasileiro, por exemplo, possui uma dívida de gratidão para com o governo cubano, que para cá enviou cerca de 10 mil médicos que, segundo cálculos da Organização Pan-Americana de Saúde, prestando atendimento a mais de 100 milhões de cidadãos brasileiros, por meio do Programa Mais Médicos, com mais de 93 % de aprovação, conforme pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz.

Além disso, milhares de jovens brasileiros, especialmente de famílias de baixa renda, assim como de diversos países, tiveram o privilégio e a honra de se formarem na Escola Latino-americana de Medicina, com todos os custos assumidos pelo Estado Cubano, que, desta forma, compartilhou seus limitados recursos orçamentários com outros povos.

Assim, neste momento em que Cuba sofre novos indignantes atos de agressão, não se pode esquecer os imensos esforços feitos pela Revolução Cubana, enviando médicos, professores e profissionais aos mais inóspitos lugares do planeta, correndo todo tipo de risco, para salvar vidas ante os terremotos, as inundações, as epidemias, para alfabetizar, para levar a solidariedade de Cuba, demonstrando com o seu próprio exemplo e sacrifício, que a Humanidade deve ingressar na era do respeito à Autodeterminação dos Povos.
NESCUBA

Por fim, o Nescuba deplora a decisão do Governo Bolsonaro de suspender a participação do Brasil na CELAC, configurando uma posição de política externa regressiva, isolacionista para o Brasil e para Cuba, quando a cooperação entre os dois países já havia registrado, durante anos, notáveis benefícios mútuos, possuindo, além disso, frutíferos campos para expansão, especialmente na área de saúde - Cuba é reconhecida pela OMS como possuidora de inúmeros medicamentos e vacinas necessários à vida de vários povos do mundo, e também na área da educação, pois a nação caribenha, já tendo superado o analfabetismo em 1961, já ofereceu, em diversas oportunidades, um método pedagógico de alfabetização rápida e eficiente, que poderia ter enorme utilidade social no Brasil, que ainda padece daquela mazela social.

Por tudo o suscintamente relatado acima, entendemos que Cuba já conquistou o respeito e a admiração da comunidade internacional e das organizações representativas da ONU. E, neste momento em que Cuba é alvo de novas e mais duras agressões por parte dos Estados Unidos e de seus aliados e vassalos, o Nescuba convoca a todos os cidadãos de boa vontade, aos acadêmicos e intelectuais, aos pensadores e trabalhadores da cultura, respeitadores do Direito Internacional e da Autodeterminação dos Povos, a que expressem sua solidariedade ao Povo de Cuba e a sua Revolução, que representa uma conquista da Humanidade! 

Em nome de toda a equipe do Nescuba, assina seu coordenador 
Martin-León-Jacques Ibañez de Novion 
Brasília, 05 de fevereiro de 2020.

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